A primeira coisa que eu queria fazer era ir até lá de uma vez e dar uns bons tapas em Gabriel por essa extrema criancice, e gritar com ele, como quase sempre acontece, mas também queria ir até lá para beija-lo. Os dois lados do meu cérebro discutiam silenciosamente para ver quem ganharia a batalha, e por fim, o lado esquerdo ganhou. Não vou fazer o papelão de me agarrar a ele no meio dessa lugar, ainda mais por não saber como vai ser sua reação.
Pela virada de rosto que ele deu quando me viu, duvido que será boa.
– Oi, gente! – Brunna disse alegre. Ou, pelo menos, tentando parecer alegre.
– Oi – disseram os meninos em uníssono.
Ela foi até Nathan e o cumprimentou com um beijo rápido, enquanto se sentava ao seu lado, eu ao lado dela e Bia do meu outro lado, ficando entre Gabriel e e eu. A mesa era circular, e eu achei até bom não ficar muito perto dele.
Pensei que o clima estaria ruim. Quer dizer, bem ruim, mas me enganei.
Estava horrível.
O celular de Gabriel apitou, e ele desbloqueou a tela e respondeu a pessoa. Uma corrente de raiva me percorreu quando pensei em quem poderia ser, e tive vontade de quebrar o celular quando percebi que as chances de eu estar certa eram grandes.
– Por que não avisou que ela vinha? – Nathan perguntou à Brunna, olhando em direção à Bia.
– Por que não avisou que ela vinha? – Gabriel também perguntou à Brunna, mas olhando em minha direção.
– Não era óbvio? – ela respondeu.
– Não. – eles falaram juntos.
– Vocês dois querem parar de ser crianças, por favor?! – falei – Tudo pode ocorrer bem hoje se todos cooperarem, mas que coisa!
Eles me olharam.
– O problema, Melissa, é que com você, quase nada dá para ocorrer bem – falou Gabriel.
– Tipo o que? Só porque você é temperamental e não admite, coloca a culpa em mim?
– Não fui eu que agi como uma criança porque fiquei sabendo de uma ex namorada.
– Que estava se jogando pra cima de você bem na minha frente.
– E o que você tem com isso? Não temos nada.
"Não temos nada". Essa doeu.
Ele quer baixar o nível? Vamos baixar.
– Porque é impossível ter alguma coisa com você. Em um dia está tudo bem, e é a coisa mais fácil do mundo te encontrar 5 minutos depois bêbado em qualquer lugar, sem motivo.
Gabriel engoliu em seco. Estava ficando com raiva.
Nathan pressionou os lábios. Eu havia pegado pesado.
– Se tivesse metade dos problemas que eu tenho, não falaria isso. Mas sua vidinha de princesa não permite – ele falou frio.
– Vidinha de princesa?! Eu fico 8 horas por dia rodeada de paredes e roupas brancas, vendo coisas dentro dos corpos das pessoas, quase não tenho tempo para a minha filha, que alguém colocou em mim quando eu tinha 16 anos, e agora tenho que ver ela emburrada em casa com saudades do pai!
Todos da mesa olharam para ele para ver a resposta. Era como um jogo de ping pong. E até agora, nós dois havíamos acertado a bolinha. Um deslize e o jogo acaba.
– Um filho se faz a dois. – ele disse simplesmente.
– Que pena. – dei um sorriso sarcástico e olhei para Brunna. Percebi pela expressão em seu rosto e em suas mãos cerradas em punho que ela estava ficando irritada. Mais uma gota e ela iria explodir. E como a noite já estava ferrada mesmo, falei: – Estou indo embora.
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Os Opostos se Atraem? - Livro 2
Teen FictionDepois de conhecer Gabriel, a vida de Melissa mudou de um dia para o outro. Quase sete meses depois, ela nunca imaginaria que poderia perdê-lo de repente. Esse casal havia passado por coisas demais, coisas ruins demais, e não valia mais a pena conti...