Capítulo 15 - Plano

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~Brunna~

  Guardei o telefone na bolsa enquanto me levantava.

  - Mel, eu preciso sair, Okay?

  - Quem era nas mensagens?

  - Um deus grego, mais conhecido como Nathan. Vou dar uma palavrinha com ele... Lá em casa- pisquei e sorri - Até mais - dei um beijo estalado em seu rosto e saí porta afora.

Talvez Mel não engula a história, mas eu poderia pensar nisso mais tarde. Dei partida no carro e fiz o trajeto todo com um sorriso no rosto. Desci do carro e encontrei Nathan perto do carro dele, em frente ao meu prédio. Ele tinha algo nas mãos. Um caderno preto.

  - Oi - falei e o abracei.

  - Oi, Brunna.

  - Bruh - o corrigi - Tá, tudo bem. Me conta essa história direito.

  - Okay. - ele falou - É meio longa, entra no carro comigo.

  - Ok..

Entramos no carro dele, ambos no banco de trás. Ele abriu o caderno que estava em suas mãos e minha respiração falhou. Era o caderno que Mel havia falado.

  - Como... Como você tem isso?

  - Lembra quando te contei que fui preso, e que meu colega de cela havia se tornado meu amigo, então quando fui solto, fui morar com ele e com a mãe dele. Quando a mãe dele morreu, ele decidiu voltar para cá e eu voltei junto com ele.

  - Gabriel - falei baixo.

  - Sim. É o Gabriel. Eu vim para cá um dia antes que ele para alugar uma casa aqui perto e pedi para ele me ligar quando chegasse, mas ele não ligou. No dia seguinte, recebi um telefonema, e ele estava no hospital. Disse que bebeu muito e acabou passando mal.

  - Pera aí, o que? - minha voz saiu estridente - Ele disse que passou mal? Passou mal? Melissa o atendeu no hospital! Ele estava entrando em coma alcoólico! Chegou a morrer!

  - O que? - ele arregalou os olhos. - Ele morreu?

  - Melissa o salvou. No começo ela não me deu detalhes, mas depois a obriguei a falar. O coração dele parou, ela foi a médica que o atendeu, ela salvou a vida dele. Os outros médicos que estavam lá chegaram a escrever a hora da morte dele na ficha.

Depois disso, eu parei de falar. Nathan provavelmente precisaria de alguns minutos para processar tudo.

  - Eu preciso falar com ele sobre isso. E quem é essa Melissa que você tanto fala?

  - Minha prima. Ela já namorou Gabriel há uns anos... É a musa para todos os poemas, músicas e desenhos que estão aí - apontei para o caderno.

  - Quando Gabriel me ligou, ele me pediu para pegar umas roupas na casa dele. Aí vi o caderno. Deixei as roupas no hospital e te mandei mensagem. Passei na casa dele de novo para pegar isso aqui logo antes de vir. Como conhece esse caderno?

  - Melissa falou dele por muito tempo. - pausa - Esses dois ainda tinham muita coisa para viver.

  - Talvez eles ainda podem ter. Gabriel não me contou detalhes sórdidos sobre a história dele com a garota. Eu nem sabia o nome dela. Mas sei que eles terminaram na delegacia.

  - Eles não. Ele. Ele terminou com ela e nessa hora eu ainda morava na Califórnia. Voltei quando fiquei sabendo da gravidez de Mel.

  - Então, espera aí. - ele falou mais alto - Gabriel tem um filho?!

  - Filha. É uma menina. Nove anos. A cara da irmã dele.

  - A que morreu...

  - Sim. A que morreu. Mirella. Não conte a ele. Melissa tem que fazer isso.

  - Nossa. Tá, tudo bem. Qual é o plano?

Eu sorri. Ele estava pensando o mesmo que eu: fazer esses dois se encontrarem.

~Melissa~

  - Tá tudo bem, amor? - Renato perguntou. Ele havia chegado algumas horas depois que Brunna saiu, disse que estava com saudade e veio me ver.

  - Tá. Tudo bem. - nós estávamos sentados no sofá. Bella chegaria em casa dali a pouco.

  - Sua mãe me ligou hoje para perguntar se estava tudo bem com a gente.

  - E o que você disse? - o olhei

  - Que sim. Não estamos bem?

  - Sim. - me encostei no seu peito novamente - Está tudo bem.

Ouvimos a porta da frente se abrir.

  - Mãe! - Bella entrou correndo e pulou no meu colo. - Oi, mãe.

- Oi, Bella - disse Renato.

- Oi, Bella. Diga oi para o Renato.

  - Não. Gabi quer que eu vá na chácara na sexta. Posso, né?

  - Sem bagunça?

  - Sem bagunça. - ela prometeu.

   - Então diga oi para ele - falei.

  - Mas eu não gosto dele.

  - Bella!

  - Oi - ela olhou para o Renato, deu um sorrisinho e o desfez 3 segundos depois. - Vou para o meu quarto. Tchau.

E saiu.

Meu Deus, como ela se parece com o Gabriel... Até no jeito.

  - Me desculpe por isso. - falei para ele.

  - Está tudo bem, Mel. Ela é criança ainda. Não tem problema. Olha, vou fazer umas coisas na editora, Okay? Te ligo depois.

  - Tudo bem. Até mais.

Ele se foi, mas alguns minutos depois, a porta se abriu novamente.

  - Esqueceu alguma coisa?

  - Esse é jeito de falar com sua prima querida? - ouvi a voz de Brunna e ri.

  - Bruh! Oi! - havia uma pessoa com ela. Um rapaz

  - Bella, vi te apresentar o Nathan.

O rapaz era forte, em forma, ele chegava a me lembrar do Sam Winchester, de Supernatural. A diferença entre os dois era o tamanho do cabelo. O de Sam era mais jovial e o de Nathan era mais bagunçado.

  - Olá. Então você é o famoso Nathan? Brunna falou muito de você.

Ela me deu um tapa.

  - Não falei nada, nem lembrei que você existia. - ela disse

  - Mãe, estou ouvindo a voz da tia Bruh... - Bella desceu as escadas. - BRUH! - pulou no colo dela.

  - Oi, Bella! Olha aqui o amigo novo da tia. - ela apontou para o Nathan - ele se chama Nathan.

  Merda. Odeio quando Bella conhece gente nova. Quando ela conheceu o Renato, a primeira coisa que disse foi "Não gostei dele" bem na cara dele. O que será que ela vai fazer com Nathan?

  - Oi. Você vai casar com a tia Bruh?

Nós todos começamos a rir. De onde ela havia tirado isso?

  - Só falta a aliança - ele respondeu e deu uma pescadinha.

  - Bom, agora que já se conheceram, você topa ir tomar sorvete com a gente na semana que vem, Mel? - disse Bruh.

  - Tenho cara de candelabro?

  - Eu vou chamar um amigo meu para ir também. Para ele conhecer a Brunna. E vocês não vão ficar de vela.

Eu pensei um pouco. Não tinha nada a perder, certo?

  - Tudo bem. Eu topo.

Nathan e Brunna se entreolharam e sorriram. O que estão aprontando?

 

Os Opostos se Atraem? - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora