- Seu carro está aí, não está? - perguntei
- Sim - ele respondeu - Por quê?
- Se não tivesse, eu te levaria embora - dei de ombros.
- Me fez faltar da faculdade ontem, é o mínimo que poderia fazer - ele riu.
- Você bem que gostou.
- Talvez. - ele se abaixou e pegou Luka no colo.
- Aham - rolei os olhos.
- Vai para o hospital?
- Às 13:00.
- Bella vai ficar sozinha?
- Não sei... Vou conversar com ela. Talvez hoje ela queira ir para minha mãe.
- Por que não deixa ela comigo?
- Porque você vai converter ela - ri
- Engraçadinha. É sério.
- Se ela quiser, por mim, tudo bem.
- Que conversa estranha essa - riu
- Por quê?
- Porque nunca pensei que estaríamos discutindo quem iria ficar com nossa filha enquanto você trabalha.
- Realmente...
Eu estava pensando nisso há menos de 5 minutos.
- Ela gosta de luta?
- Adora. - ri ao me lembrar quando ela quis ver UFC e ficava gritando na frente da TV - Por quê?
- Porque hoje é o dia em que o Nathan me ajuda a treinar. Tenho uns equipamentos em casa. Treino boxe.
- Caramba, eu não sabia disso! Você luta?
- No tempo livre... Ganhei umas lutas aqui na região... A maioria por nocaute.
Meu queixo caiu. Ele havia conseguido usar aquilo que sempre o atrapalhava na adolescência, bater nas pessoas, como modo de distração na vida adulta.
É genial!
Um orgulho repentino tomou conta de mim, essa ideia era fantástica.
- Não me admira - falei.
- Ah, claro, não te admira estar com um quase arquiteto gostoso que luta boxe?
- Essa sua autoestima me admira. Porque você não é tudo isso, querido.
- Ah, certo. Vou fingir que acredito, ok? Se sente melhor assim?
- Idiota - soltei uma risada.
Ao olhar no relógio, eram mais de 11:30. Como o tempo passou rápido demais? Não faço a mínima ideia.
- Eu preciso me arrumar - falei me levantando.
- Pode ir, eu tiro as coisas da mesa.
Sorri em resposta e subi as escadas.
- Bella, estou indo tomar banho! - a avisei.
- Ok! - ela respondeu em meio a barulhos de tiro e acidentes vindos do seu quarto.
Entrei na minha suíte, e fechei a porta, mas não a tranquei. Ao tirar a roupa e me olhar no espelho, arregalei os olhos vendo marcas roxas por todo o meu pescoço e colo, embaixo do meu maxilar, perto da minha clavícula, até em minha nuca. Como vou prender os cabelos hoje?
Um sorriso apareceu em meu rosto ao me lembrar da noite de ontem.
Entrei no box e liguei a água quente. Fechei os olhos e deixei a água escorrer por mim. Eu estava de costas para a porta.
Menos de 5 minutos depois, ouvi a porta se abrir, mas não me virei. Continuei de costas e vi que ele entrou no box comigo, com as mãos em minha cintura e beijou meu pescoço.
- Filho de uma...
- Olha a boca, princesa. - sussurrou.
Gabriel me prensou na parede, virada para ele e começou a me beijar; suas mãos passeando pelo meu corpo.
- Gabriel... - eu sorri - Preciso me arrumar.
-Eu te ajudo...
Sua voz estava extremamente sexy e por um momento eu lamentei por ter que estar de plantão num sábado, coisa que quase nunca acontecia.
Ele passava a esponja em mim de um jeito delicado. Riu ao ver as marcas roxas em meu pescoço e virou o rosto para me mostras as duas marcas que estavam nele, logo abaixo do maxilar.
- Pelo menos hoje eu descontei.
- Ha ha ha.
Eu ri e alguns minutos depois, saímos do chuveiro.
Ele secou os cabelos rapidamente, bagunçando-os com a toalha e jogando de um lado para o outro. Quem dera se o meu fosse assim.
Me enrolei na toalha e saímos do banheiro. Ele, já vestido, observava todos os meus movimentos enquanto eu me trocava e me arrumava. Seus olhos subiam e desciam de acordo com meus movimentos enquanto ele ficava encostado no batente da porta, com as duas mãos dentro dos bolsos da calça jeans, e mechas do cabelo caindo nos olhos.
- Pelo amor de Deus, coloca essa roupa logo, antes que eu vá aí e te meta nessa cama de novo.
Eu comecei a rir, mas coloquei a roupa, que sempre deixava por último. Ele sorriu em agradecimento e eu fui escovar os dentes.
- Já falei com Bella. Ela fica em casa - ele disse enquanto descíamos as escadas - Vamos, Bella! - ele chamou.
Ela desceu correndo com uma pequena mochila nas costas. Abri a porta e dei graças aos céus por estar com uma blusa de gola alta. Estava frio e escondia os chupões.
- Até mais tarde? - ele perguntou.
- Até mais tarde - falei e lhe dei um selinho.
Entrei no meu carro e dei partida até o hospital. No caminho, meu telefone toca, e como está conectado pelo bluetooth no carro, atendi nos comandos da direção, o que fez com que a voz da Brunna ecoasse pelo carro todo.
- Fala - atendi.
- Melissa? Espera aí.
Ouvi uns barulho e em seguida a voz de Gabriel apareceu.
- Oi, Brunna.
- Oi - eu e Brunna dissemos juntas.
- Melissa? - ele perguntou.
- Não... - rolei os olhos. Ouvi a risada da Brunna - Anda, Bruh, fala.
- Liguei para contar uma novidade.
- Vai casar com o Nathan? - Gabriel perguntou.
- OI, TIA BRUH! - ouvi a voz da Bella - OI, MÃE!
- Oi, Bella!
- Não, Gabriel, ainda não. - ela riu - É outra coisa.
- FALA LOGO! - eu e Gabriel falamos juntos.
- Nathan e Bia voltaram a se falar.
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Os Opostos se Atraem? - Livro 2
Novela JuvenilDepois de conhecer Gabriel, a vida de Melissa mudou de um dia para o outro. Quase sete meses depois, ela nunca imaginaria que poderia perdê-lo de repente. Esse casal havia passado por coisas demais, coisas ruins demais, e não valia mais a pena conti...