Capítulo 56 - The luckiest man in the world

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Se eu estivesse em pé, com certeza cairia.

Gêmeos?

Dois?

Dois filhos?

Não, Melissa, gêmeos são 115 filhos, sua idiota.

  - Oi? - falei meio sem rumo - Isso aí tá certo? – apontei para a máquina – Tem certeza de que não é meu rim?

  – Claro que tenho, Melissa! – ela riu animada – São duas crianças, que estão com aproximadamente um mês, quase dois. Você não tem nada de anormal no útero, mas não estranhou a menstruação atrasada?

  – Sim, notei. Mas não liguei muito. Com todo esse problema da Bella, achei que a preocupação tivesse afetado a menstruação.

  – Em alguns casos, afeta o corpo todo, mas agora você não tem mais com o que se preocupar! – ela hesitou – Espera, sim, você tem, e vai ter em dobro, mas é melhor que um problema de saúde.

  – Sim! – eu concordei sorrindo – Bem melhor.

  – Você quer ouvir os corações? – ela perguntou.

Será que eu devia ouvir agora? Acabei de saber da notícia, não é muita coisa para um dia só?

Eu ainda tinha que contar para Gabriel.

Gabriel! Meu Deus! Eu me esqueci completamente dele.

  – Hoje não, Ingrid – eu falei  e ela franziu o cenho.

Provavelmente estava pensando algo tipo: "Como uma mãe pode não querer ouvir o coração do próprio filho?" No caso, filhos.

Mas não é que eu não queria, eu só achava que devia esperar.

  – Quero que Gabriel ouça comigo – eu disse.

Ela sorriu.

  – Que dia você tem horário? – eu perguntei me levantando. Ingrid me deu um papel para eu limpar meu abdômen enquanto falava:

  – Melissa, você não precisa de horário! Vai ser ótimo ver Gabriel aqui com você, e pode ser hoje mesmo, assim que vocês dois estiverem livres.

  – Ele tem faculdade à noite... Ah, já sei, acho que dá para virmos no intervalo entre a minha saída do hospital e a faculdade dele, mas umas 17:30. Você vai estar aqui?

  – Sim, sim! Eu espero vocês, então, ok?

  – Sim! – sorri – Muito obrigada.

Ao sair, ela me deu os remédios de Bella, me despedi dela e da recepcionista e me dirigi para fora.

Encontrei Renato em pé perto do meu carro. Ele estava com as mangas da camisa arregaçadas, o jeans com umas manchas escuras na parte do joelho e o cabelo meio jogado; um pouco diferente de como ele estava há uma hora.

  – Olá – falei – Já acabou?

  Ele se virou para me olhar.

  – Sim. Faz uns 10 minutos. Coloquei o pneu furado onde o step estava. Não sabia o que ia fazer com ele. – ele disse, deu de ombros e me entregou a chave do carro.

  – Obrigada – eu sorri – Não sei o que faria se você não tivesse aparecido.

  – Pediria ajuda para outra pessoa? – ele sugeriu em um tom de voz mais ameno.

  – Talvez – eu ri.

  – E como foi lá dentro? – ele indicou com a cabeça para o consultório. – Tudo certo aí dentro? – apontou para mim, indicando meu corpo.

Os Opostos se Atraem? - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora