Os Opostos se Atraem? - Livro 2

Capítulo 49 - Cada detalhe seu

Ella seria a última pessoa da face da terra que eu iria ter como opção para fazer algo assim. Quer dizer, ela teve um filho com dezenove anos e o abandonou?

Agora quer reaproximação e não contou a ele que é sua mãe e professora com medo de sua reação?

Ela tem medo de alguma coisa? Aquela cobra pode sentir alguma coisa que não seja inveja?

Bom, eu acho que sim. Depois de tudo o que Miguel disse, eu esperei uns segundos para falar.

  – Sim, eu a conheço.

Rapidamente, fiz uma linha do tempo em minha cabeça.

Comecei a namorar Gabriel com 16 anos. Ele tinha 17. Dois anos antes, quando ele tinha 15, foi a pior época de sua vida e foi quando ele conheceu Ella, que devia ter 17 anos na época. Depois, ele se envolveu comigo. Nesse tempo em que ficaram separados, ela deve ter conhecido Miguel e ficado com ele dos 18 aos 19, quando teve Victor e depois se mudou. Então, hoje, 10 anos depois, eu estou com 26, Gabriel com 27 e ela deve ter quase 30 anos. Mesma idade que Miguel.

Agora faz sentido.

  – Bom, eu acho que joguei minha vida toda em cima de você – ele deu uma risadinha – Me desculpe por isso, acabei desviando do assunto da Bella sem querer.

  – Não, que isso...  – sorri – Adoraria conhecer seu filho. As únicas amigas da Bella que conheço são Gabi e Giovanna. Devem conhecer Victor. Elas conhecem todo mundo!

  – Seria bom se ele fizesse amigos. Tem alguns, mas acho que nenhuma garota. Ele é meio reservado. Igual ao pai – se gabou e eu soltei uma risada.

Saí de sua sala momentos depois a tempo de encaminhar uma pessoa que havia caído do telhado de casa para uma cirurgia no abdômen​.

  – E então, o que ele queria? – Juliana perguntou.

  – Falar sobre Bella, perguntar como ele estava.

  – Nada grave então.

  – Não.

Uma enfermeira passou por nós.

  – Cristina! – chamei.

  – Sim?

  – De quem é o plantão de hoje a noite?

  – Do dr. Marcos, doutora. O seu é no próximo mês, se não me engano.

  – Tudo bem, obrigada! – sorri.

  – De nada. – ela retribuiu – O seu é amanhã, doutora Juliana.

  – Muito obrigada, Cris, já ia me esquecendo.

Ela sorriu e saiu.

  – Eu gosto dela. – comentei

  – Eu também.

Horas depois, quando vi que eram 19:30, já comecei a ficar inquieta. Não conseguiria ficar parada, então fui checar todos os pacientes que eu conseguisse até às 19:57. Eu era bem pontual, e Gabriel também, então sabia que ele chegaria com pelo menos um minuto de antecedência, às 19:59. Com o tempo que eu levaria para pegar minhas coisas na minha sala e descer, já seriam 19:59. Na pior das hipóteses, eu teria que controlar minha ansiedade por apenas 1 minuto.

Mas na foi o que aconteceu. Quando passei pelas portas automáticas, vi Gabriel já chegando com o carro e parando exatamente do meu lado. Eu devo ter demorado mais alguns segundos do que pensei que demoraria.

  – Olá – ele abriu um sorriso e me deu um selinho.

  – Olá. Você está diferente hoje. – falei.