Noite Louca #30

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Eu sentia o meu rosto arder onde Miranda me agredira. Olhei para ela enquanto seguia pelo corredor indo em direção à porta do meu apartamento. Ela me fitou também e depois empinou o queixo, suas emoções à flor da pele. Eu me senti feliz, um pouco. Toda a reação dela em ir em cima de Filipe, que tinha quase o dobro no tamanho e na largura, só demonstrava que ela realmente sentia algo por mim. Eu não aprovava violência, mas essa eu deixei passar.

— Por que você ta sorrindo? O que tem de engraçado aqui? — questionou em um tom agressivo enquanto balançava os ombros, irritada. Isso só serviu para eu arreganhar mais ainda o sorriso, Miranda cruzou os braços, chateada. — Alexia!

— O quê? — perguntei inocentemente. Eu não conseguia me controlar. Aquela situação ridícula havia provado que ela sentia algo por mim, que os sentimentos — pelo menos o ciúme — não era unilateral.

— Tem como você parar de me olhar assim? — murmurou, abrindo um sorriso torto e tentando contê-lo.

— Assim como? — provoquei, sorrindo abertamente para ela. Parei de frente para a porta branca e Miranda parou também, senti o olhar dela perfurar a minha nuca.

— Oh, me desculpe! — virei-me sem entender nada. Por que ela estava se desculpando? Então ela tocou meu rosto e a pele quente da sua mão ardeu em minha bochecha. — Eu não queria ter feito isso, eu nem pensei direito... — começou a se desculpar então seu olhar se tornou amargo, as sobrancelhas escuras se juntaram. — Por que você estava beijando ele? Me responde, Alexia! — Ela foi de angustia a ira em um segundo. O que havia com ela hoje?

— Relaxa, okay? Vamos entrar, tentar ficar mais calmas e conversar —Argumentei, tentando deixar o clima leve, ou pelo menos mais tolerável.

— Certo — ruminou, cruzando os braços e empinando ainda mais o queixo. Isso fazia com que a dobra que havia embaixo do seu lábio se tornasse mais pronunciada e eu senti vontade de lamber aquele recanto e depois morder a carne macia de seu queixo.

Desviei o olhar e destranquei a fechadura, girando a maçaneta e entrando. Miranda me seguiu também e fechou a porta atrás de mim. Fui na cozinha encher dois copos com água e ela se sentou mal-humorada no sofá. Entreguei um copo para ela, que deu um gole e o largou na mesinha.

— Estou esperando sua explicação, Alexia. Quem era aquele cara? — foi direto ao ponto. Os olhos whiskys em mim.

— O nome dele é Filipe e eu conheci ele quando estava voltando de Gabriel Alencar — confessei com os olhos em meu copo.

— Você conheceu ele na segunda e já tava se agarrando com ele hoje? — sua voz explodiu, me surpreendo e me fazendo pular do sofá, espirrando um pouco de água.

— A gente estava conversando pelo WhatsApp esses dias. E...— hesitei, sem saber se falava ou não. Coloquei meu copo ao lado do dela para não ocorrer nenhum acidente.

— E o quê? — Miranda incentivou, nem um pouco benevolente.

— E você não tem direito nenhum direito de dizer qualquer coisa se eu ficava com ele ou não. Nós não temos nada, esqueceu? — ela parecia em choque. Uma das sobrancelhas grossas erguida e sua expressão era de quem não estava entendendo nada, como se estivesse procurando ainda a explicação em minhas palavras sem sentido.

— O que você quer? Você quer que a gente tenha algo sério? Você quer um rótulo? Porque da ultima vez que eu saí, praticamente expulsa daqui, você disse que iria pensar, mas hoje você tava agarrando um macho lá embaixo — ela se levantou, apontando para a porta como se o acontecido tivesse sido na entrada do apartamento.

— Eu sei, eu pareço confusa. Mas você me deixa assim Miranda! Eu não consigo confiar se você vai ficar ou não. E se for embora de novo? — eu perdi a pose de lutadora e me encolhi no sofá, demonstrando meu temor, olhando ela de baixo para cima. Eu era ridícula. Ela pareceu ter se compadecido e sua expressão rígida ficou mais angelical e ela se sentou. Miranda aproximou seu corpo de mim, levantando meu queixo com uma das mãos, me fazendo olhar em seus olhos de diferentes cores.

— Eu não vou embora — sussurrou calmamente. — Eu não vou embora — repetiu. 

Eu queria muito acreditar em suas palavras, mas meu cérebro me enviava lembranças ruins. De abandono, dor, tristeza, solidão. Se naquela época eu havia ficado daquele jeito, se ela me deixasse agora, nem poderia imaginar o que seria de mim. Eu era uma imbecil. Tinha certeza que Miranda não sentia um décimo do que eu sentia por ela. Que ela não fazia ideia da obsessão que eu tinha. Chegava a ser louco! Encarei-a.

Senti seu hálito quente bater em meu rosto. Olhei seus olhos com cílios fartos, suas sobrancelhas grossas e escuras, as maçãs do seu rosto proeminentes e rosadas e então fitei a boca. A boca que eu nunca resistia. Os lábios cheios e úmidos, abertos, revelando os dentes tortos e a língua rosada. Parecia quente apetitosa. Voltei meus olhos para os dela e o clima havia mudado, esquentado. Miranda estava ruborizada, o olhar intenso. Em um segundo estávamos nos fitando e no outro eu estava em cima dela a beijando ferozmente. Seu corpo macio abaixo do meu, se moldando a mim perfeitamente. Nossas bocas coladas, as línguas duelando, explorando. Eu nem conseguia respirar direito. Miranda gemeu embaixo de mim, o que instigou ainda mais meu desejo por ela.

Eu nem conseguia assimilar nada. Era pura sensações. Era fogo contra fogo. Nada combatia. As emoções me atacavam de todos os lados. Fúria e paixão, medo e amor.

Segurei sua nuca com força, puxando um punhado de cabelo e ela também me apertou contra ela, querendo nos fundir. Senti que o meu vestido havia subido e minha calcinha estava à mostra. Eu não me importei. Toquei em Miranda onde podia apertando tudo com força. Beijei ela até sentir meus lábios formigarem. Esfreguei meu corpo ao dela, sentindo tudo. Uma intensidade que fazia meus ouvidos ficarem abafados, o coração disparado. Ouvi algumas vozes e nem me dei conta do que era. Alguém riu ao longe, mas eu apenas senti a minha língua ser chupada pela dela e sua mão apertar tanto a minha bunda que doía. Mas de repente a porta rangeu e passos adentraram a sala. Eu pulei de cima de Miranda e nem havia notado que sua blusa havia sumido ela estava apenas com um sutiã lilás, quase sumindo na pele clara. Olhei para trás, e vi Luana e um cara ruivo que olhavam a cena embasbacados. Desci meu vestido e Miranda pegou sua blusa abandonada. Peguei sua mão e seguimos para o quarto. Eu não queria pensar sobre o que havia acabado de acontecer. Fingi que não houve nada. Fechei a porta, sem saber onde enfiar a cara. Miranda sorriu para mim, o rosto com um delicioso tom de rosa nas bochechas. A boca inchada e vermelha. Ela ainda tinha aquele olhar bêbado de quando ficava excitada. Ela arrancou de volta a camiseta preta e me pressionou contra a parede, voltando a me beijar.

MirandaOnde histórias criam vida. Descubra agora