Alexia, uma garota de cidade pacata, se vê encantada e atraída por uma forasteira nada esquisita.
Entre a curiosidade e o temor, ela se apaixona sem ao menos conhecer a estranha garota surgida do nada.
Em meio ao seu drama familiar, abandono mater...
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Senti uma comichão no nariz e fui coçar, abrindo as pálpebras para ver o que era. Uma mancha acinzentada estava próxima ao meu rosto. Madeixas cumpridas se enroscavam no travesseiro como algas marinhas. E foi com um choque que reconheci que aquilo eram cabelos. Especificamente os cabelos de Miranda. Toquei as mechas cinzas com as pontas dos dedos. Tinha um cheiro frutado, atraente. Ouvi ela ressonando ao meu lado.
Ah. Meu. Deus!
Arregalei os olhos e me mantive imóvel, com medo de acordá-la. O seu corpo quente e macio estava colado ao meu em posição fetal e eu a envolvia por trás. Engoli em seco, sentindo meu coração disparar e me lembrei da noite passada.
Finalmente Miranda havia cedido. Finalmente meus sonhos haviam sido realizados, mesmo que por uma noite.
Aspirei seu perfume, sentindo a cadencia de cada nota frutada me embebedar. Eu era como um pedaço de metal me atraindo por uma ímã gigante. Não havia como lutar, não havia escapatória. Eu estava loucamente apaixonada por ela. Estoicamente me arriscando a não lutar mais contra o seu magnetismo. Ela se mexeu e mudou de posição, ficando de frente para mim. Eu fiquei rígida, meus músculos retesados ao máximo. Senti aquela velha vontade de fugir, de correr, de não pensar. Eu era uma covarde...
Olhei seu rosto delicado. As bochechas coradas não estavam ali. Sua tez estava como alabastro. Os olhos estavam borrados de rímel e os cílios pregados. Sorri, achando aquilo bonito. Como se sentisse que estava sendo observada, Miranda abriu os olhos embaçados.
— Você está me encarando? — sua voz rouca saiu asperamente e ela sorriu de lado.
— Talvez... — admiti, admirando sua beleza.
— Droga! — ela apertou os olhos e fez uma careta. E naqueles curtos segundos, eu imaginei que ela estivesse sentindo o arrependimento. Isso golpeou meu peito e senti meus olhos queimarem. Engoli um bolo na garganta, me preparando para perguntar. — Dormi com a lente...
—O quê? — sentei-me, a expressão embasbacada.
— Esqueci de tirar a lente ontem. E não estou com colírio aqui — ela praguejou, sentando-se. E não pude evitar de olhar o seu corpo. Os seios pequenos e empinado. Os mamilos rosados. O colo cheio de pintinhas e sardas.
— A Lua usa lentes, vou pegar o colírio com ela para você conseguir tirar... — apontei para seus olhos, me levantando envergonhada.
Miranda gemeu e se deitou, piscando os olhos irritados. Eu não sabia com que cara iria no quarto da Luana pedir um colírio. Eu já estava sentindo meu rosto empalidecer e a vergonha se abateu sobre mim. Peguei um roupão pendurado atrás da porta e então encostei minha testa nela, pensando no que dizer. Antes que eu perdesse a coragem, girei a maçaneta. Uma hora eu teria que sair do quarto. E Luana sabia exatamente o que ocorrera. Não adiantaria fugir. Abri a porta, soltando o ar. Ouvi um riso atrás de mim e revirei os olhos. Segui pelo corredor e encarei a porta da Lua. Bati duas vezes e ouvi um resmungo.