Alexia, uma garota de cidade pacata, se vê encantada e atraída por uma forasteira nada esquisita.
Entre a curiosidade e o temor, ela se apaixona sem ao menos conhecer a estranha garota surgida do nada.
Em meio ao seu drama familiar, abandono mater...
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- Vai ver ela de novo? - Lua me perguntou em tom de deboche enquanto lixava suas garras afiadas. Encolhi os ombros e passei direto. Eu não poderia dizer nada, estava merecendo desde que eu e Miranda quebramos alguns quadros na parede em uma de nossas noites de amor e cerveja. Lua havia entrado no quarto, munida de uma vassoura, mas pegou apenas duas jovens bêbadas tentando se despir às duas da manhã.
Desci as escadas distraída. Miranda havia me chamado para comer comida japonesa. Eu nunca havia experimentado. Na verdade achava meio estranho comer algo de origem animal cru. Encontrei-a na calçada do apartamento em sua bicicleta cinza. Estava com uma calça de pijama e aquele all-star.
- Não vamos sair? - perguntei olhando seu pijama e camiseta puída.
- Nossa você tá muito sexy nesse vestidinho - lambeu os lábios vulgarmente. - Me esqueci de te falar que eu ia pedir comida e aproveitar para ficar o sábado grudadinha em você - deu de ombros, sorrindo.
Eu ainda não havia ido a seu apartamento. Para falar a verdade, eu não sabia nada sobre ela, além de que ela fazia jornalismo.
- Monta aí -, ela bateu com a mão na garupa da bicicleta. Olhei para a avenida movimentada de carros e motocicletas e percebi também a falta de uma ciclovia. E eu ainda estava de vestido! - Vamos Alexia! Ou você tá com medinho? - Sorriu travessamente para mim e desmontou, ficando de pé à minha frente.
- Estou de vestido - encolhi os ombros. Ela olhou para as minhas pernas nuas com um olhar sensual e me abraçou, beijando-me ferozmente.
Senti suas mãos descerem diretamente para os meus quadris e apertá-los com força e eu devolvi o beijo quente, apaixonada. Quando ela me soltou, eu estava levemente atordoada e ela tinha aquele olhar bêbado que eu adorava ver em seu rosto.
- Vou trocar de roupa - avisei e ela prendeu sua bicicleta na grade da calçada, subindo comigo.
A gente estava conversando enquanto subia os degraus, quando dona Marília interceptou nossa subida. Levei um pequeno susto, mas dei boa noite e passei direto.
- Menina Alexia - me virei com o seu chamado na voz rouca de uma velha fumante.
- Sim? - Miranda parou ao meu lado olhando a senhora com ternura.
- Não quero essas sem-vergonhices aqui no meu prédio - olhou com repulsa para mim e minha namorada - se é que eu poderia chamá-la assim.
- Não entendi - respondi debilmente enquanto olhava a senhora magra e franzina, mas que era apenas uma casca, porque agora eu podia ver com clareza seu rosto cheio de nojo e repulsa.
- Você tem uma semana! - virou-se de costas, mas antes Miranda intercedeu a velha.
- Você a está expulsando ela por preconceito? Sabia que ela pode te processar? - Nesse mesmo momento alguns vizinhos abriram suas portas para ver o motivo de escândalo.
- Não aceito duas sapatonas aqui! - a senhora destilou, soltando seu braço fino dos dedos de Miranda. Os vizinhos olharam para mim e eu me encolhi contra o corrimão. Puxei o braço de Miranda sussurrando para que descêssemos e saíssemos dali. Eu estava me sentindo exposta e envergonhada. Miranda me olhou, seus olhos acesos, embravecidos, mas ao me analisar pareceu ver minha vergonha e se compadeceu. Descemos as escadas rapidamente e eu já sentia meus olhos arderem. Saí na rua aos prantos.
Ah, já tem a segunda parte da história aqui no meu perfil. Ela está concluída também