Alexia, uma garota de cidade pacata, se vê encantada e atraída por uma forasteira nada esquisita.
Entre a curiosidade e o temor, ela se apaixona sem ao menos conhecer a estranha garota surgida do nada.
Em meio ao seu drama familiar, abandono mater...
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— Você poderia parar de comer as minhas batatas? — Lua estava mexendo em seu celular. Ela passava o dia assim, digitando furiosamente nele. Não importava a que horas você fosse falar com ela, ela estava sempre online.
Mergulhei a batata no molho rosê, não me importando com sua reclamação, mas antes de eu conseguir enfiar na boca, ela deu um tapa em minha mão, derrubando a batata no chão.
— Como você é fominha, Lua! — reclamei e olhei para a janela.
O dia estava amanhecendo, algumas pessoas já estavam na rua, saindo para os seus devidos empregos.
— E você, uma esfomeada, que além de comer o seu lanche ainda quer comer o meu. — Ela puxou as batatas para o seu lado da mesa.
Eu dividia um apartamento com Luana desde que resolvemos sair da república. Lua era a síntese da futilidade. Seus cabelos eram pintados de ruivos e suas unhas cumpridas estavam sempre em um esmalte rubi. Ela gostava de minissaias e micro-shorts. Seus olhos, com lentes azuis, estavam sempre muito bem delineados. Luana, apesar de sempre exagerada, era linda naturalmente. Quando tirava a maquiagem pesada, seu rosto pálido tinha sardas no nariz e os olhos castanhos-claros eram brilhantes, chamativos. Seu cabelo natural ninguém sabia como a cor. Ela já havia pintado tanto que nem ela sabia mais.
Apesar de muita gente jugá-la por sua forma de se vestir e por seu dedo podre para garotos, Lua era uma das pessoas mais sinceras que eu já conhecera. Quase sem filtro na boca, para falar a verdade. Ela gostava de tomar banho ouvindo Beyoncé e fazia babyliss todos os dias antes de ir para a faculdade.
Ao contrário de mim que estava sempre parecendo que tinha sido atropelada por um caminhão, Lua cuidava muito bem de sua aparência.
Ela riu, franzindo o nariz.
Meu pai estava com uma pessoa, ele finalmente havia seguido em frente. André estava casado e feliz. Era um pai extremamente coruja e um ótimo marido. Cadú estava trabalhando integralmente com o seu avô.
Todos seguiram os seus caminhos. E eu fiz o mesmo. Mas tinha um dedo tão podre quanto Lua para me relacionar. Nos conectávamos nisso.
O sol surgiu no céu, iluminando a lanchonete e trazendo trabalhadores para tomar seus primeiros cafezinhos do dia. Eu estava observando as pessoas entrarem na lanchonete, empurrando a porta de vidro, quando a vi.
Ela estava diferente. Os cabelos pintados de cinza, na cintura. Usava uma jaqueta jeans e botas de couro marrom. Varias colares pretos no pescoço. Estava descolada, estilosa. Não me viu de onde eu estava. Sentou-se numa mesa de dois lugares acompanhada de uma menina de black no cabelo. Perguntei-me se eram namoradas e senti um ciúme me corroer por dentro, fechei o punho com força.
Luana olhou para a mesa onde as duas estavam sentadas. Elas sorriam e falavam alto, pareciam meio bêbadas.
— Conhece? — indagou em um sussurro, me sondando. Assenti, mas continuei no meu canto, sem dar bandeira. Estava com medo que ela me visse quando eu saísse e também estava temendo que ela me visse ali no canto, me escondendo dela como uma idiota. Eu não sabia como agir. — Não vai falar com elas?
Neguei com a cabeça.
Ela riu alto, jogando a cabeça para trás e eu pude ver um brilho metálico em sua língua. As pessoas que tomavam seus cafés quietas se viraram para olhá-las. Lua também.
— Vamos pedir a conta e sair — sussurrei para Luana, já inserido os dedos no bolso.
— Certo — concordou, colocando o seu iPhone na mesa e comendo suas batatas já frias.
— Não, quero ir agora.
— Estou com fome — ruminou com a boca cheia.
— Então eu vou na frente — murmurei, colocando uma nota de 20 na mesa.
— Me espera, Alex. — Lua falou alto, colocando a mão na minha enquanto eu tentava levantar. Ao mesmo tempo alguém dirigia os olhos uísques para mim. Eu a fitei, nervosa. Sua amiga também se virou, me olhando, curiosamente. Enquanto isso, Lua comia suas batatas como se não houvesse amanhã. Meu passado se levantou vindo em minha direção e eu comecei a transpirar. Soltei a minha mão da de Lua e olhei para a saída, pensando rápido. Eu teria que passar por ela se quisesse sair dali, olhei para trás e fui em direção ao banheiro. Entrei nele e me tranquei num boxe fedendo a urina.
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