Você ainda gosta de mim?

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Quando eu cheguei ao apartamento que eu e Luana dividíamos, encontrei um de seus ex tocando o interfone

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Quando eu cheguei ao apartamento que eu e Luana dividíamos, encontrei um de seus ex tocando o interfone.

— Tá quebrado — avisei.

— Eu tô ligando pra ela, mas ela não quer me atender. — Ele colocou o celular que estava em sua orelha, dentro do bolso.

— Acho que a Luana deve estar dormindo.

Lua só conhecia dois tipos de cara: O "extremamente obcecado" ou o "nem um pouco afim". Esse estava catalogado no grupo das primeiras espécies. Ela tinha terminado com ele na noite anterior porque ele a sufocava. Luana era louca. Quando o cara gostava dela, ela perdia o interesse, mas se ele fosse frio, era ela quem ficava obcecada.

— Eu não entendi por que ela terminou comigo. Eu achei que tava fazendo tudo certo, cara. — Ruan tinha cabelo rastafári e incríveis olhos amarelos. Parecia um gato preto. Sua pele chocolate era brilhante e quando ele sorria, minha retina queimava.

— Olha, acho melhor você vir aqui à tarde para conversar com ela.

— Ela saiu ontem?! 

E o pacote era completo. Ruan também era ciumento.

— Não falei isso. Você sabe que a Luana dorme tarde. Sete da manhã ainda é de madrugada para ela. — Peguei a chave no meu bolso frontal. — E eu tenho que ir pra aula daqui duas horas. — Olhei meu relógio no pulso.

— Alexia... — ele hesitou, indeciso.

— Sim? — Perscrutei seus olhos âmbar, mas ele pareceu mudar de ideia. Balançou a cabeça e saiu, acenando com a mão para mim. — Tchau — murmurei depois que ele se foi.

Quando eu abri a porta do nosso apartamento, Luana estava no sofá, olhando para a entrada.

— Ele já foi?

— Sim. — Tranquei a fechadura e me joguei no sofá, sentindo meu corpo pesado. — Por que não foi adulta e desceu para falar com ele, Lua?

— Com que cara? — Ela estava com um coque frouxo, óculos preto no rosto e um aparelho removível nos dentes. — Ele é... perfeito demais! — disse por fim.

Revirei os olhos.

— Acho que você deveria se tratar.

— Falou a pessoa super adulta que correu pro banheiro quando encontrou uma garota. — Coloquei a mão no rosto, envergonhada.

— Nem me lembre disso, sério. Se eu pudesse ter enterrado a minha cabeça no chão no meio da lanchonete teria sido menos vergonhoso.

— Quem é ela? — Luana fitou-me e eu não soube o que responder.

Quem era Miranda, afinal?

— Ela foi uma parte ruim do meu passado que eu deixei na minha cidade natal.

MirandaOnde histórias criam vida. Descubra agora