De repente, boneca. - Livro 1

Capitulo 7 - Acredita em anjo?

Devem estar estranhando eu estar postando capítulos frequentemente quando o plano era postar apenas dois por semana.
Mas é que ja estou com ideia para um outro livro e odeio ficar com ideia acumulada kkkk, então estou ansiosa para terminar esse.
Mas, espero que estejam gostando da história.
Agora vamos ao capítulo!
♥
Escuto a porta da sala bater e presumo que Christopher saiu.
Fico pensando em David, e no que pode ter acontecido com ele.
Eu preciso ajuda-lo. Mas estou presa aqui.
Preciso de respostas que me tirem desse lugar.
O livro!!!! O diário de Christopher.
Olho atentamente para o teto e vejo que as câmeras estão ligadas. Estudo o quarto e vejo que em um canto, não há possibilidade alguma das câmeras me pegarem. Logo vou pra lá, me abaixo e tiro o diário de meu vestido.
Pulo a primeira página e começo a ler  próxima.
Querido diário. (25 de Janeiro)
Eu não escrevi por 5 dias porque mamãe me prendeu no quartinho do castigo.
Outro dia fui ao parquinho e la encontrei uma menina que estava brincando com uma boneca linda.
Sorri para ela, mas ela me ignorou. Então eu peguei a bonequinha dela. Mas eu ia ver e devolver, eu juro.
Ela me bateu, e disse que eu era imundo.
Mamãe bateu em minha cara muito forte e quando chegamos em casa, ela me trancou no quartinho.
Ela trouxe um homem para casa e como eu estava com fome, comecei a gritar por ela. Mas mamãe não queria que eu gritasse.
Então quando o homem foi embora, ela entrou no quartinho com um ferro de passar roupa e me perguntou porque eu gritei.
Eu disse que estava com fome, então ela ligou o ferro e pediu a minha língua. Ela deixou o ferro em minha língua. Tava geladinho, mas ficou quente. E depois muito quente. Eu comecei a chorar e tirei a língua de lá, ai ela bateu com o ferro no meu rosto e depois no meu braço. Eu chorei muito, ela saiu do quartinho e disse que me amava.
No outro dia, ela até me tirou de lá,  mas eu pedi uma boneca igual da menina pra ela. Eu não tenho brinquedo nenhum, e eu gostei muito daquela bonequinha.
Ai a mamãe me levou para o quarto, e disse que me daria uma boneca grande.
Ela trancou a porta e tirou minha roupa.
Mamãe me beijou igual ela beijava os outros homens. Ela me fez carinho e fez um negócio que ela chamou de amor, e disse que isso só faziam as mães que amavam muito os filhinhos.
Mas depois, ela me bateu muito forte, e disse que era minha boneca.
Porque aquela menininha fez isso diário? É tudo culpa dela!
Hoje mamãe saiu, e me deixou trancado no quartinho. Mas consegui trazer você pra cá.
《Desenho de uma bonequinha》
Christopher Teixeira, 6 anos.
Meu Deus, o que causei a esse rapaz. Que tipo de mãe é essa. Ela é a culpada pelo filho crescer como cresceu.
Não consigo imaginar o quanto ele sofreu quando criança.
Decido ler a próxima página, então me assusto, havia uma menina desenhada, e uma representação de sangue saindo pela cabeça dela e no chão, uma boneca jogada.
Fecho o diário e começo a andar pelo quarto com ele escondido, sem parecer suspeita por causa das câmeras.
Então, consigo esconder o diário na fronha do travesseiro. Sento-me na cama e penso em um jeito de sair daquele quarto.
Grampos. Preciso de um grampo pra abrir a porta.
Nos filmes da certo, tem que dar aqui.
Mas e as câmeras? Ah, que Christopher veja e me mate. Eu não me importo.
Mas eu preciso ajudar David!!!!
Corro a "minha penteadeira" e pra minha sorte, Christopher não pensou no que eu poderia fazer com grampos. Tinha vários deles lá.
Peguei um e corri pra porta. E nada. Não abria de jeito nenhum.
Acreditem, não é tão fácil como nos filmes.
Mas, respirei fundo, pensei em David e com muito esforço consegui.
Abri lentamente e verifiquei se Christopher tinha mesmo saído.
Andei pelo corredor e fui até o porão.
Sangue demais no chão, mas não tinha sinal do David.
Oque Christopher fez com ele?
Sinto uma vontade imensa de chorar ao pensar que ele poderia estar morto e o corpo bem longe daqui.
Eu não o conhecia direito. Eu não sabia absolutamente nada sobre ele.
Mas, desde que o vi pela primeira vez neste lugar, me senti mais segura.
Ele parecia um tipo de anjo, que me trazia paz, tranquilidade. Ele cuidou de minhas feridas, me ajudou, e até sofreu por mim, para me proteger. Agora é minha vez. Eu preciso ajudar o meu anjo da guarda. David.
Saio do porão e escuto a porta batendo.
CHRISTOPHER!!!!
Corro para o quarto, e quando estou quase chegando me deparo com Christopher na porta dele me procurando.
"CAMILLA?" - grita.
Procuro onde me esconder e a única alternativa é o quarto dele que ainda estava aberto.
Desesperada corro para lá e me escondo em seu guarda roupa.
"Onde está você minha bonequinha? Não me faça te procurar"
Meu coração gela ao ouvir seus passos no quarto. Ele chega perto demais do guarda roupa, mas não abre.
Então sai do quarto e parece ir para a sala.
Lentamente saio do guarda roupa e quando estou quase em meu quarto, esbarro em Christopher.
"Acha que é mais inteligente do que eu? Acha mesmo que não pensei em te procurar no meu guarda roupa? Acha que não sei que foi ao porão procurar por David? Hahaha. Ah minha boneca, tão inocente. Bom, David teve o que merece. E você, vamos ao castigo!" - diz, me jogando no quarto.
"Vou cortar os seus dedinhos do pé a cada vez que mentir pra mim."
Ele pega um enorme alicate ou sei lá o que é aquilo e vem até a mim.
"David foi com você ao meu quarto?"
"Não"
Ele coloca o alicate em meu dedinho e aperta muito forte.
Começo a sentir uma dor horrível, até que ele cai em cima de mim.
Não entendo nada, até que vejo David com uma garrafa de vidro agora quebrada nas mãos.
Corro e o abraço forte.
Ele solta um gemido que acredito ser de dor, mas retribui o abraço.
"Não achou que eu iria tão fácil te deixar né madame?" - diz ele.
Me afasto e sinto meu rosto arder e imagino o quão vermelha devo estar. Então, ele diz:
- Estou aqui pra te servir de verdade, Camilla. Você não me conhece, mas eu te conheço bem. Um dia você entenderá. Faço o que for pra cuidar de sua vida.
"Eu não entendo. De onde me conhece, David e porque faz tudo isso por mim? Você poderia ter morrido."
Ele me puxa novamente para seu abraço e pergunta:
- Você acredita em anjo da guarda?