Aberta!!!!
Peguei nas mãos de David e sai correndo, mas me senti puxada para trás. David por algum motivo não queria entrar.
"O que foi David?"
"Camilla, pode ser uma armadilha."
Realmente, podia ser uma armadilha. Mas eu estava com sede e aqui fora ja fazia um calor desgraçado logo de manhã. Não aguentava mais, então falei:
"David. Meu corpo está clamando por água. Eu vou entrar, se quiser ficar, fique você!"
Soltei suas mãos e fui em direção a porta.
Ele correu e pegou novamente em minhas mãos, e dessa vez me colocou atrás dele e foi na frente.
Ele e sua proteção...
Um passo de cada vez, entramos e a porta se fechou.
Olhamos ao redor, e não havia ninguém na sala.
Fomos a cozinha. Ninguém.
Soltei a mão de David e corri para o filtro. Ja havia um copo. Enchi-o com água gelada e apenas em um gole, tomei.
Mais um copo. E depois mais outro. E outro.
David logo veio também beber água. Enquanto isso, me direcionei a fruteira e peguei uma banana, ainda pegando, percebi um bilhete colado na geladeira.
Comendo a banana, fui ler.
Espantada, olhei para David e o mesmo comia uma maçã.
"David. Christopher escreveu um bilhete."
Ele, não parando de comer me pediu para ler em voz alta.
Respirei fundo e comecei:Bonequinha e irmão.
Acho que deveriam saber que agora David também se tornou o meu brinquedinho.
Mas mesmo assim, não me senti feliz, então fui atrás de mais.
Hoje, jogaremos um jogo.
Antes de saberem as instruções, subam até o quarto de minha querida boneca Camilla para conhecer os demais participantes.
Boa sorte no jogo. A vida de vocês dependem disso.David largou a maçã e em uma atitude desesperada saiu correndo pelas escadas. Eu fui logo atrás.
Ele ja havia chegado a porta do quarto, e me esperou para abrir a mesma.
Lá dentros ouvíamos sussuros, pequenos gritinhos.
Então sem pensar duas vezes, abri.
Não.
Não pode ser.
Olhei mais uma vez e chorei. Ali mesmo. Na porta.
Entrei no quarto e os meus pais.
Meus pais estavam amarrados, com as bocas tampadas e quando me viram, pude perceber lágrimas no rosto de ambos.
Corri desesperada, e os abracei. Desamarrei a corda e tirei o que os tampava a boca.
"Camilla!!" - exclamaram em um coro só.
"Meus pais!!!" - exclamei com os olhos cheio d'água.
David entrou, então os meus pais lhe entregaram um bilhete e disseram:
- Esse é pra você.
Ele pegou, e começou a ler em voz alta:
Uma família está reunida.
Mas ainda faltam mais participantes.
Sigam o caminho de luzes!David foi na frente, seguido por mim e meus pais.
O caminho nos levou ao banheiro da casa. David abriu a porta e logo se ajoelhou de tanto chorar.
Não consegui ver quem era, mas logo percebi quando David gritou:
- MÃE!!!!!
Ele parecia passar mal, então soltei meus pais e corri para o socorrer. Ele falava o meu nome chorando, e apertava o seu peito como se estivesse com dor.
Encostei-o na parede e corri para socorrer a mãe dele que sangrava e estava amarrada.
Ela mal conseguia ficar em pé, mas correu e abraçou o filho.
Minutos depois, David se acalmou. Não disse uma palavra. Só a olhava perplexo, até que a mesma nos entregou um bilhete.
Dessa vez, eu li:Que lindo!
Encontro de mãe e filho.
Agora chega.
Se dirijam ao porão e vamos começar.
Hahahaha.David abraçado com a mãe me seguia, de mãos dadas com meus pais.
Ninguém falava uma palavra se quer, até que chegamos.
Meu pai foi quem abriu a porta.
A escada era pequena demais, então ele desceu primeiro. Depois eu fui. Minha mãe seguida por a mãe de David e logo depois, David vinha.
Quando o mesmo chegou lá embaixo, a porta se fechou.
Todos olhamos, até que meu pai na frente disse:
- Tem mais gente aqui!!!!
Estava meio escuro, então todos corremos até ele e vimos duas meninas. As mesmas estavam encostadas na parede assustada, quando nos viram, apenas entregaram um papel. Meu pai viu e com a voz alta leu:
Querida Camilla. Você é tão burra que aposto que esqueceu do diário que você escondeu no travesseiro.
Bom, eu o achei.
Se você tivesse continuado a ler, veria que lá estava escrito todo meu plano de vingança e que eu falava de trazer seus queridos papais aqui e até que minha mãe não estava morta. Mas, burrinha como és. Parou na terceira página, não foi?Meu pai parou de ler e eu suspirei, dizendo:
"Como pude ser tão burra..."
Logo me senti abraçada. Era minha mãe.
Que saudade eu estava daquele abraço.
Então, meu pai continuou:
Apresento-vos Júlia e Laura.
Júlia Collins, 20 anos. Minha ex namorada. Peguei-a com meu querido melhor amigo, que aliás, ja está pra chegar.
Laura Almeida, 19 anos. Minha melhor amiga de infância. Conheceu outro garoto imundo, que também ja estará entre vós, e simplesmente me deixou.
Considero todos vocês culpados e os condeno a minha sentença de vingança.Meu pai terminou de ler e logo, a caixa de som foi ligada e transmitiu a mensagem:
- Vocês jogarão um jogo inventado por mim mesmo, o nomeei de "O jogo da vingança" divido em fases. A primeira é resistência.
Todos estão a exatamente três dias sem comer.
Espalhei migalhas de frango por todo o chão e isso é a única coisa que há para vocês.
Quando eu ordenar, se abaixem e comam!
Essa será a única vez que poderão se mexer.
Sentem-se agora nos quadrados com os seus nomes. E de lá não saiam, a não ser que eu ordene, claro.
Quem sair do quadrado uma única vez, ou então colocar uma parte do corpo pra fora dele, terá uma morte lenta e dolorosa na frente de todos os outros participantes. Estou vigiando vocês!
Assim que a voz parou, olhamos todos para o chão.
Os quadrados eram minúsculos, nos sentamos e era quase impossível não nos mexer ali.
Os nomes estavam respectivamente assim: Camilla, Anna (mãe de David), Jorge (meu pai), David, Júlia, Sônia (minha mãe) e Laura.
Assim que nos sentamos, dois rapazes foram empurrados escada abaixo.
Ja sabíamos quem eram.
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De repente, boneca. - Livro 1
Mystery / ThrillerCapa por: @JpAlcon1 [EM REVISÃO] ATENÇÃO: O LIVRO DOIS JA ESTÁ EM MEU PERFIL ~PARA SEMPRE, BONECA~ Camilla Queiroz. Uma jovem que comete o erro de desprezar um garotinho em sua infância com uma boneca. Por conta disso, o pobre garotinho sofre nas...