Capítulo 18 - Depois da morte

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Heeeey!!!!
Me perdoem pela demora de postar.
Eu realmente estava sem criatividade alguma e confesso que um desânimo horrível tomou conta de mim nos últimos dias.
Mas estou de volta e não vou parar mais, espero que continuem acompanhando.
Chega de conversa e bora pro capítulo né?
Beijinhos!
                               ♥
Pós morte.

Especial David

Morta. Camilla estava morta.
O pequeno cômodo estava sendo completamente invadido por gás.
E todos estavam quase desmaiando, inclusive eu que só não tinha desmaiado ainda porque não me permitia respirar aquilo.
Por alguns dias eu achei que aquilo teria um final feliz.
Cheguei até a imaginar que Christopher um dia mudaria e nos tiraria daqui.
Eu ainda o amava como um irmão e tinha esperança de que ele me amava também.
Estava enganado.
Hoje eu pude ver isso.
Mas nada mais importava.
Nada mais fazia sentido.
Não queria mais pensar em nada e muito menos ter esperança.
Retirei a mão do nariz e me permiti respirar.
Corri até Camilla e a mesma não respirava.
Chorei como um bebê.
Eu tinha falhado em minha missão de a proteger e a cuidar.
Ela estava morta e eu daria absolutamente tudo pra que ela voltasse a viver. Até a minha própria vida em troca da dela.

Especial Sônia (mãe da Camilla)

Eu agora era uma mulher casada. Tinha 24 anos, um marido maravilhoso e agora o sonho de ser mãe.
Havia tentado engravidar 3 vezes. Na primeira não consegui. Na segunda o que me aconteceu foi gravidez psicológica. E na terceira até consegui, mas perdi o meu bebê no parto.
Estava pronta pra tentar a quarta vez. Não me cansaria até ter alguém pra chamar de filho, pra amar e cuidar como parte de mim.
Então tentei e se eu consegui? Sim.
Engravidei de uma linda menina e a chamei de Camilla.
No dia do parto, eu me senti a mulher mais realizada do mundo e prometi que ia cuidar para que nada de ruim acontecesse a essa menininha.
Camilla cresceu e se tornou uma menina linda.
Antes um sonho, agora a minha mais linda realidade.
Mas não... Não mais.
Primeiro eu perdi o meu incrível marido. Naquele momento senti o meu mundo se partir em mil pedaços e pude me lembrar do dia do nosso casamento.
"(...) até que a morte nos separe."
Não. Não vou permitir que nem a morte nos separe.
O nosso "para sempre" tem de continuar até depois do fim.
Logo ia me encontrar com ele. Mas primeiro precisava ter a certeza da segurança de Camilla.
Mas agora a minha menininha estava morta.
Mais uma vez eu fui mãe e a vida injusta me tirou isso.

Especial Christopher

Eles haviam caído direitinho em minha armadilha.
Tinham ido exatamente onde os queria.
Foi mais fácil do que pegar um rato com queijo.
Quando estavam lá e ja sabiam que foi tudo mais um plano do incrível Christopher, tratei de liberar um gás capaz de mata-los asfixiados.
Eles estavam presos com aquele gás e não demorou muito para ver a carinha de desespero de cada um.
Aquilo era de me emocionar.
Eu me sentia poderoso.
Eles não tinham chance contra mim e isso fazia com que eu me sentisse incrível!
Eu comemorava enfrente ao computador, os olhava e bebia, rindo da cara desesperada deles.
O objetivo não era mata-los ainda. Mas fazer com que chegassem perto da morte.
Estava tudo perfeitamente bem.
Até que eu vi que uma pessoa em especial não tinha aguentado.
Só percebi pelos gritos escandalosos de meu irmão e de Sônia.
Era Camilla.
Camilla tinha morrido.
E eu não sabia exatamente o porquê, mas uma tristeza horrível tomou conta de mim.
Talvez porque eu queria continuar com minha vingança, tortura-la por ter me causado tanto mal.
Ou talvez porque eu realmente me importava com ela viva.
Pela primeira vez, eu estava quase chorando por matar alguém.
O que?
Christopher? 
Você é um psicopata.
Psicopatas não tem coração.
Mas então, porque eu estou sentindo um?
                             
Camilla

Abro os olhos lentamente tentando acostumar com a luz forte.
Quando finalmente abro completamente, não vejo nada. Literalmente nada.
Está tudo como um clarão. Tudo é branco e não há ninguém além de mim.
Não há nenhum barulho. Faz silêncio demais e isso é um tanto estranho para mim.
É pra cá que vem as pessoas quando morrem?
Me levanto e começo andar pelo lugar sem noção nenhuma de onde estou indo. Pareço não ter saído do lugar.
Dou um pulo pra trás quando vejo uma pessoa muito longe de mim.
Ela está vindo pra cá.
Está vindo em minha direção.
Tão perto que ja ouço as batidas de seu coração e sua respiração calma.
Agora nossos rostos estão a poucos centímetros, mas não vejo quem é, pois um capuz tampa seu rosto.
"Quem é você?"
Ouço minha voz ecoando pelo lugar e não tenho resposta.
"QUEM É VOCÊ?"
Falo, agora ja alterando minha voz.
Então, a pessoa se aproxima mais e no meu ouvido sussurra:
- Shhhh...
Quando volto a ver seu rosto, o capuz ja não tampava mais e é...
E é o meu pai!
"Pai? Aí meu Deus, eu não acredito. É você mesmo?"
O vazio que sua morte deixou em meu coração agora é preenchido. Sinto uma enorme alegria, a qual nunca senti só por ver o meu querido pai.
"Filha, escuta. Sou eu mesmo, seu pai. Mas não vamos ficar muito tempo juntos..."
"An? Porque?" - o interrompo.
"Eu estou morto. Eu não posso ficar aqui. Você tem de voltar.
Só pedi um tempo para falar com você.
Filha, eu sei que está difícil demais e não parece ter saída. Mas o plano de Christopher não é perfeito filha. Tem uma falha. Você precisa acreditar nisso. Salve você e a todos, Camilla!"
"Mas pai, qual é a falha? Como vou descobrir isso?"
"Você precisa olhar através dos olhos."
Ele disse isso e o corpo dele foi se distanciando lentamente.
"PAI! NÃO VAI!"
"PAI, EU NÃO VOU CONSEGUIR SEM VOCÊ. COMO ASSIM OLHAR ATRAVÉS DOS OLHOS?"
"PAI, NÃO ME DEIXE"
Eu gritava muito e me engasgava a cada minuto, pois chorava desesperada.
Meu pai estava indo embora novamente.
Ele parecia não me ouvir. Ele continuava se distanciando. E só ouvia ele continuar:
- Através dos olhos, Camilla.
Como mágica ele sumiu no meio do clarão. Tentei correr atrás, mas uma dor de cabeça horrível tomou conta de mim me fazendo parar.
A dor era muito forte.
Quando percebi estava caída e agora não estava mais nada claro.
Estava tudo escuro.
Então de repente, em um só pulo me levantei e pude ver novamente.
Estava viva.
Eu estava viva!
Todos me olharam assustados.
David que chorava, rapidamente limpou as lágrimas e me abraçou.
Minha mãe ja vermelha não entendeu, e até gritou que estava vendo coisas.
Até os outros choravam.
Então cai de joelhos e agradeci. Não sabia direito a quem estava agradecendo. Mas, agradeci.
De todo meu coração, com toda minha força, agradeci.
Estava viva.

De repente, boneca. - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora