Capítulo 33 - De vilão a bom mocinho

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Christopher segurava uma maleta de primeiros socorros e parecia com medo do que eu responderia.
"Quem garante que você não irá me machucar?" - perguntei.
"Camilla. Você não acha que se eu quisesse te machucar ja não tinha feito isso?"
Apenas assinto com a cabeça e o mesmo se aproxima.
Ele se senta ao meu lado e abre sua maleta de primeiros socorros então cuida do sangramento em meu nariz e do meu joelho que estava ferido e eu não percebi.
"Obrigada." - disse.
"Não precisa agradecer."
Ele fecha a maleta e coloca em nosso meio e sempre mantém uma certa distância de mim.
"Porque não é mais o Christopher vingativo que queria me matar?"
"Quem garante que não sou?"
Sinto um pouco de medo pela resposta e o mesmo percebe, então começa a rir, dizendo:
- Calma. Eu estou brincando. Sei lá, é como se minha mãe tivesse feito eu me perder dentro de mim - olha para o céu - Depois de tanto sofrimento, existia dois Christopher aqui e um imenso vazio. Um Christopher era o vilão que crescia e se vingava de tudo e todos e o outro era o bom mocinho que crescia e fazia o possível para que ninguém sofresse como ele.
Tentei o vilão e até me senti satisfeito por um tempo, mas o vazio ainda está aqui. Então porque não tentar ser o bom mocinho agora? - finaliza olhando pra mim e sorrindo.
Eu apenas retribuo o sorriso e o mesmo fica em silêncio, voltando a olhar pro céu.
"Você é uma boa pessoa." - falo nem acreditando no que estava dizendo.
Ele me olha e diz:
- Não sou. Mas eu quero ser.
Permaneço em silêncio e olho para o céu.
Me sinto cansada e bocejo de sono, o mesmo ri e pergunta:
- Você quer deitar em meu colo e dormir? Prometo não fazer nada a você.
Hesito por alguns minutos, mas acabo aceitando. Me deito em seu colo e o mesmo me olha e começa a acariciar os meus cabelos.
O olho e ele para assustado e logo pede desculpa, então eu falo:
- Não. Continua.
Ele sorri e continua.
Eu realmente estava gostando daquilo. Não me importava quem ele foi e nem se ele ainda era o psicopata que destruiu minha vida.
Apenas por aquele momento eu me permitia me deitar ali e aceitar o seu carinho.

De repente, boneca. - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora