Capítulo 21 - Letras de sangue

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Apaixonado por mim?
Como Christopher poderia estar apaixonado por mim?
Christopher ja havia se afastado, frustado por não ter conseguido nos achar.
Eu e David estávamos andando lentamente em busca dos outros.
Não trocamos uma palavra até agora. Eu estou assustada e ele... Surpreso.
Primeiro acontece aquilo com Júlia e agora, Christopher resolve criar um coração e se apaixonar por mim?
Será que ele fez David a beijar porque ja estava apaixonado por mim e queria nos destruir?
Mil pensamentos me torturam agora. E eu só queria estar em casa.
Na minha verdadeira casa.
Assistindo um filme com meus pais e contando a eles esse pesadelo que tive.
"É.. Sabe que Christopher fará de tudo pra ter você com ele, né?" - diz David quebrando o silêncio.
"Sei." - o olho e abaixo a cabeça.
"Eu vou continuar protegendo você!"
"Você pode morrer por isso David. Agora é muito mais sério. Você o conhece melhor do que eu!"
"Por isso vou te proteger. Posso morrer. Mas que eu morra protegendo você."
Aquilo soou tão fofo pra mim. Sua voz doce sempre me traz calma e eu amo ouvir suas frases que demonstram um cara super protetor.
Mas não posso esquecer o beijo que ele deu em Júlia.
Mesmo que por ordem de Christopher, aquilo me machucou.
Ele me olha decepcionado e então percebo que não dei resposta a ele.
Ia falar, mas logo me calei quando vi minha mãe sentada na raiz de uma árvore respirando com uma enorme dificuldade.
Corri até a ela e perguntei:
- Mãe? Esta tudo bem?
A mesma não me respondeu e aquilo me preocupou.
Comecei a sacudi-la e a mesma parecia estar fora de si.
"Mãe, fala comigo mãe!"
"Camilla... Tome cuidado. Muito cuidado, filha." - ela diz tropeçando em suas próprias palavras e cai em meus braços ja inconsciente.
"Mãe!!!!"
"DAVID A MINHA MÃE!"
David vem correndo até mim e pergunta o que houve. O mesmo tem a resposta quando olha pra minha mãe.
Ele se abaixa e parece verificar a respiração dela.
"Ela não está respirando, Camilla."
O mesmo ia tentar anima-la, mas não fez quando levantamos sua camiseta e vimos cortes profundos.
Os cortes eram letras. Letras que sangravam.
Juntas diziam:
- Camilla e Christopher para sempre.
Desabei a chorar.
Me joguei no chão ali mesmo e gritei, sem me importar se Christopher ouviria.
"Mãe, não me deixa como o papai" - murmurava chorando.
David me levantou, me levando para seus braços.
Ele me acolheu em um abraço. E eu precisava daquilo.
"David... A minha mãe morreu. Ela não pode David. Ela não pode."
"Eu sei minha pequena. Eu estou com você. Vai ficar tudo bem" - ele diz ainda me abraçando.
Como poderia ficar tudo bem?
Sem os meus pais, nada nunca ficaria bem.
Christopher, eu odeio você. Eu te odeio por ser tão vingativo, por se achar o justiceiro. Te odeio por estragar minha vida e te odeio por matar meus pais.
Eu te odeio por mil motivos e sempre te odiarei pelos mesmos mil.

De repente, boneca. - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora