Passamos o dia vendo filmes na única TV da casa que ainda funciona.
Ela fica em um dos 3 quartos e o seu único problema é a imagem que ja não está tão boa.
Vimos a orfã, o massacre da cerra elétrica e outros filmes que envolviam pessoas sombrias. Claro que todos foram escolhidos por Christopher.
É incrível o jeito que ele vê os filmes. Ele chora quando conseguem se safar e ri quando alguém se machuca. É de dar calafrios.
"Eu não sei você, mas estou cansado de ver filmes."
Eu também estava.
Passamos literalmente o dia inteiro jogados em um sofazinho pequeno no quarto de frente a TV, nem almoçamos com tanta distração. Só comemos alguns biscoitos.
"Eu também. Mas o que mais tem para fazer?"
"A gente inventa. Vem!" - me puxa para outro quarto.
Esse parece de uma menina mais nova. O papel de parede de flores entrega tudo.
Christopher abre o guarda roupa e de lá tira um vestido longo.
Era lindo. Tinha a cor azul e suas mangas longas eram rendadas. Uma das pernas ficavam aparecendo nele com a abertura que tinha.
"Vista ele!"
"O quê? Mas pra que?" - perguntei sem entender.
"Vamos sair."
Comecei a rir. Pra onde poderíamos ir?
Ele lendo meus pensamentos disse:
- Que tal um restaurante onde nós mesmos preparamos nossa comida? Vi um no caminho do mercado - sorri.
Pego o vestido da mão dele e entro no banheiro que tinha ali mesmo no quarto.
Antes de fechar a porta, escuto:
- Estou no outro quarto me arrumando também.
Bato a porta e penduro o vestido. O banheiro era enorme.
Tinha um espelho grande e um armário com vários produtos que auxiliam na higiene.
Peguei alguns que ainda estavam fechados e entrei para a casa de banho.
O banho durou cerca de 20 min.
Quando sai coloquei um roupão que ja estava no banheiro e sai com ele para o quarto levando o vestido junto.
No quarto, estava uma penteadeira e nela tinha pentes, escovas e até maquiagens.
Hesitei um pouco em usar coisa de desconhecidos, mas vendo que a maioria das coisas estavam praticamente novas, não resisti.
Passei uma maquiagem leve e um batom vermelho.
Escovei o meu cabelo e o deixei solto.
Coloquei o vestido e abri novamente o guarda roupa. Procurei por algum sapato e não achei, até que vi que do lado tinha uma sapateira.
Abri, peguei um salto alto preto e calcei.
Ficou um pouco apertado e pensei em tirar.
Mas me olhei no espelho e eu estava tão linda que deixei!
Sai do quarto lentamente e vi que a porta do quarto que Christopher estava permanecia fechada, então bati o chamando até que o mesmo disse:
- Pode entrar. Estou terminando.
Abri a porta e vi Christopher ajeitando a gravata.
Ele todo de terno, com o cabelo penteado para trás e um sapato combinando com a roupa.
Quando se virou, abriu a boca formando um "o" e disse:
- Camilla... Você está linda!
Eu sou o tipo de pessoas que não sabe reagir a elogios, então abaixei a cabeça e murmurei:
- Obrigada -sorri- Você também está!
Ele ficou todo envergonhado e disse:
- Vamos?
Pegou em minha mão e me levou para fora do quarto.
Ele pegava em minha mão diversas vezes e em nenhuma delas eu havia brigado. Até gostava daquilo.
Saímos da casa e fomos até onde o carro estava estacionado sempre com muito cuidado, olhando para todos os lados.
Chegando nele, Christopher seguiu para o tal restaurante.
♥
Viemos o caminho inteiro em silêncio. Exceto as vezes que Christopher me elogiava e eu respondia envergonhada.
Chegamos ao restaurante e era o único local chique que tinha visto por aqui até agora.
Entramos e tinha a entrada, com uma mesinha pequena onde imagino que ficava alguém verificando as reservas. Passamos por ela e entramos mesmo no restaurante.
Várias mesas grandes com uma rosa vermelha em cada uma.
O local ainda estava iluminado por algumas luzes que reforçavam a beleza daquele lugar.
Christopher me levou direto a cozinha e lá preparamos um prato inventado por ele.
Ele pediu que eu me sentasse nas mesas e ele mesmo nos serviu como um cavalheiro.
O prato estava divino. Ele dizia não saber o nome, e eu não me importei com isso.
O sabor era divino.
Comemos lentamente em silêncio até que Christopher o quebrou dizendo:
- Você gostou do lugar?
Sorri e respondi:
- Eu amei, Christopher. Pra uma cidade amaldiçoada isso aqui é um paraíso.
Rimos.
Christopher me contou sobre sua infância e eu fiquei surpresa ao ver o quanto ele sofreu.
Agora entendo porque cresceu tão vingativo. Todas as pessoas que passaram por sua vida, o magoaram. Então ele se fechou e o seu coração simplesmente congelou o fazendo ser o psicopata que aparentava.
De sobremesa comemos petit gateau que eu mesma fiz.
Estava delicioso.
No final ainda abrimos champanhe e comemoramos ainda estarmos vivos.
Christopher inventou de dançar e agora estávamos discutindo pois eu não queria.
"Eu não sei dançar!" - falo.
"Me deixa te guiar."
"Christopher.."
"Shhh.." - disse me puxando.
Ele ligou um som que havia no lugar e ele falhou por diversas vezes nos fazendo rir. Até que ele para meu azar, funcionou.
Christopher me puxou e nossos corpos estavam colados. Ele me guiava em uma dança lenta.
A música era linda e ele dançava muito bem.
Ele me girou, me fazendo cair em seu colo e naquele momento, trocamos olhares diferentes de todos que havíamos trocados.
Eu não posso mentir, ele estava lindo naquela noite e a minha vontade nesse momento é beija-lo.
Isso me torna uma louca?!
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De repente, boneca. - Livro 1
Mystery / ThrillerCapa por: @JpAlcon1 [EM REVISÃO] ATENÇÃO: O LIVRO DOIS JA ESTÁ EM MEU PERFIL ~PARA SEMPRE, BONECA~ Camilla Queiroz. Uma jovem que comete o erro de desprezar um garotinho em sua infância com uma boneca. Por conta disso, o pobre garotinho sofre nas...