Capítulo 26 - A verdade

5.1K 683 156
                                    

Não fui eu.
"Eu sei." - sussurro apertando o bilhete em minhas mãos.
Sem saber o porque, lágrimas escorrem em meu rosto ao pensar em Christopher.
Onde será que ele está agora?
Não consigo pensar pois ouço gemidos.
Sigo o som e chego até uma parte desconhecida da mata e vejo que estou... perdida.
Ótimo. Era só o que me faltava.
Olho ao meu redor, tentando achar o caminho novamente e o que vejo é Anna.
Anna...
Ela se arrastava no chão e seu corpo inteiro sangrava.
"Anna!!!!"
"O que foi Anna?"
Eu tentei levanta-la, mas a mesma agarrou os meus pés.
"Cami..lla.. Você tem.. Que me ouvir... Eu não sei quem ele... é.. Mas sei com quem ele está... Camilla... Ele quer você... E ele esta per.."
Ela desmaia aos meus pés e grito o mais alto que posso.
Me abaixo até ela e a mesma não está respirando.
"QUE DIABOS ESTÁ ACONTECENDO AQUI?" - grito.
Caio no chão e começo a chorar.
Eu não aguento mais.
Estou em uma mata com um psicopata a solta. Eu não sei em quem confiar. Meus pais morreram. Estou sozinha. Não sei o que fazer.
Choro igual uma criança e de repente, Anna abre os olhos. Me aproximo e ela solta uma última palavra:
- David.
E logo está inconsciente.
"O que tem David? Anna!"
Limpo meu rosto e decido voltar.
Olho para todos os lados, mas não acho o caminho. Então começo a andar totalmente sem rumo.
Até que distraida bato em uma árvore e logo a reconheço.
Olho pra trás e o riacho esta logo ali.
Mas cadê David e as meninas? Será que foram a minha procura?
Decido procura-los até que ouço sussurros.
Vem de trás de uma árvore, vou até lá em passos silenciosos e me decepciono.
O meu mundo desabou.
Júlia está nua. E David beija seu corpo.
Eles estão abraçados e Júlia sorri para ele.
Trocam carícias e beijos.
Não tenho reação. Ódio e tristeza toma conta de mim.
Estou tão distraída que não vejo Laura atrás de mim.
Ela segurava gravetos e quando viu a cena dos dois pombinhos, jogou tudo que tinha ao chão e correu para me puxar.
Em um abraço ela me disse:
- Eles me mandaram buscar madeira pra fogueira...
Eu encostava minha cabeça em seu ombro e chorava.
Chorava tudo que estava entalado.
Como pude ser tão burra.
Como pude confiar em David e em todo seu papo de bom menino.
Como pude...
Laura me abraça sem dizer nada. Ela entende o meu choro e entende que um abraço pode substituir mil palavras naquele momento.
Ela entende que nesse momento eu só preciso disso. De um ombro amigo pra chorar...

De repente, boneca. - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora