Capítulo 36 - Por sorte

5.4K 649 70
                                    

Acordo com a luz do sol invadindo todo o lugar.
Olho para o lado e Christopher dorme feito um anjo no chão, apenas com a cabeça apoiada no colchão.
Me doeu ver ele dormindo assim. Se passássemos a noite aqui hoje novamente, eu daria o meu lugar no colchão a ele.
Me mexo com cuidado para não acorda-lo, e me assusto quando o mesmo se mexe abrindo os olhos.
"Sono tão leve assim?" - pergunto.
"Estou em modo de combate." - diz bocejando.
"Aliás, bom dia boneca. Como dormiu?"
"Bom dia, Christopher! Como um anjo. E você imagino que nem tanto, né? " - respondo.
"Durmo bem em qualquer lugar." - diz ja se levantando.
Pergunto onde vai e ele corrige:
- Onde VAMOS né? Ou acha que vou deixar você sozinha com dois loucos por perto?
Essa cidadezinha foi abandonada pois acreditavam que ela era amaldiçoada, deixaram tudo aberto e saíram daqui feito loucos. Temos de achar um mercado ou qualquer coisa que tenha comida.
Assinto com a cabeça e me levanto indo até o banheiro. Faço minhas necessidades e decido tomar um banho rápido, afinal não faço isso a tempos.
Na casa de banho tinha até um sabonete fechado e eu o aproveitei.
A água quente desce pelo meu corpo e aquilo me da uma sensação de prazer. Meu corpo relaxa ali como a tempos não relaxava.
Passo o sabonete por meu corpo e estou prestes a molhar meu cabelo quando Christopher entra no banheiro.
Me escondo atrás de uma pequena cortina existente ali e o mesmo cora dizendo:
- Oh.. Me desculpe. É que pensei que algo tinha acontecido. Você está demorando.
"Tudo bem. Só decidi tomar um banho. Ja estou saindo, tá bom?"
Ele apenas balança a cabeça e sai fechando a porta.
Me permito rir ao lembrar dele nervoso, com o rosto vermelho de vergonha.
Lavo meus cabelos e tiro todo o sabão do corpo e logo em seguida, desligo o chuveiro.
Saio e coloco as mesmas roupas.
Me olho no espelho e desembaraço o cabelo com os dedos, então saio do banheiro e vejo Christopher impaciente.
"Achei que ficaria aí o dia todo." - ri.
Apenas solto uma pequena risada e me dirijo a saída com ele.
Entramos no carro e Christopher começa a andar devagar para que possamos observar o local a procura de um mercado ou coisa assim até que acho e grito:
- ALI!
Christopher para o carro e vamos até o mercado.
Era um lugar velho com um letreiro que não dava mais para ler por estar totalmente destruído.
Havia uma porta pequena aberta e nada mais.
Christopher entrou primeiro e fui logo em seguida.
Por dentro ele era bem grande e tinha vários corredores. Christopher olhando tudo falou:
- Tudo nosso.
Apenas sorri e me dirigi ao corredor que tinha guloseimas. Tratei de pegar um carrinho e coloquei tudo que queria.
Christopher me acompanhava com os olhos, sorrindo.
Ele pegou algumas cervejas para ele e alguns biscoitos também.
Passamos pelo caixa e colocamos tudo em uma bolsa.
Estava saindo primeiro do mercado até que vi David olhando para o carro de Christopher.
Voltei para dentro e o avisei e o mesmo disse:
- Estacionei do outro lado da rua. Provavelmente eles vão olhar se estamos por alguma daquelas casas e não aqui. Isso nos dá tempo para fugir - olha pelo buraco da porta - Quando eu disser três você corre para fora.
Me preparo pra ir rápido e ouço:
- 1
....
- 2
.....
.....
.....
- 3!!!! Agora!!!!
Corro para o carro e Christopher vem atrás com as bolsas. Ele da partida e por sorte, David não nos vê saindo.
"Vamos nos esconder em uma casa agora." - diz.
Paramos o carro no meio de uma rua e seguimos com as bolsas a procura de um lugar, até que vimos uma casa velha, mas de aparência confortável.
Verificamos se a mesma estava aberta e não estava.
Então verificamos o fundo e bingo.
Aberta.
Entramos na casa e nos certificamos de que era longe de onde o carro estava estacionado.
A casa era maravilhosa pra mim. A decoração toda de madeira e era realmente muito confortável. 
A porta dos fundos dava na cozinha e lá tinha um pequeno fogão perto da pia, uma geladeira e um armário enorme com alguns mantimentos ainda.
Tratei de guardar tudo enquanto Christopher observava a casa.
"É boa. Da pra ficarmos por enquanto!" - diz.
Eu e ele preparamos um café juntos com tudo que tinha na casa mesmo.
Arrumei a mesa como costumava arrumar com meus pais e sobre ela coloquei alguns biscoitos, torrada,  bolo de chocolate e o café.
Christopher maravilhado disse:
- Uau! Só não arruma melhor que eu porque isso é impossível.
Revirei os olhos e sorri.
Nos sentamos e tomamos o nosso café conversando sobre o que faríamos depois.

De repente, boneca. - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora