Acordo com o estômago roncando pelo cheiro que pairava sobre o ar.
Havia adormecido sem perceber com o carinho de Christopher.
Olho ao meu redor e estou deitada sobre a raiz de uma árvore e em minha frente está Christopher preparando dois peixes em uma fogueira improvisada.
"Bom dia, boneca!" - diz se virando para mim.
"Não me chame assim por favor." - falo me espreguiçando.
"Tudo bem. Desculpe boneca." - diz rindo.
Reviro os olhos e vou até ele.
"Esse cheiro está me provocando."
"Esta quase pronto, se aquiete." - diz sorrindo.
Me senti bem por não estar mais sozinha. Se eu estivesse, morreria de fome.
Não sei fazer uma fogueira, muito menos preparar um peixe.
Aliás, nem um peixe nem nada.
"Está pronto e não está envenenado." - diz Christopher sorrindo e pegando o peixe com um graveto e me entregando.
Dou a primeira mordida e está delicioso.
Juro que não é só porque estou faminta, mas está mesmo muito gostoso.
"Desde quando cozinha?" - pergunto.
"Desde quando precisei sobreviver a ficar trancado em casa por dias sozinho."
Abaixo a cabeça e me sinto culpada por o fazer lembrar disso.
Ele parecendo ler meus pensamentos diz:
- Hey boneca? Tudo bem! Já passou.
Assinto com a cabeça e continuo a comer.
♥
O dia passou rápido demais. Durante a tarde eu e Christopher conversamos e até fomos em busca de alimento.
Ja era fim de tarde e não queria passar mais uma noite no meio do nada, então perguntei:
- E a casa de... bonecas?
Ele responde:
- Se a sua intenção é ir para lá, desista. O querido pai de David explodiu tudo.
"Ora ora. Até os psicopatas sofrem no fim da história." - falo sorrindo.
"É o que parece, né?"
Estava prestes a falar com ele sobre os bilhetes que me deixou, mas fui interrompida quando ouvi passos.
Eles estavam perto.
Christopher segurou em minha mão e pediu silêncio.
Cada vez mais perto.
Então Christopher sussurrou:
- Vem comigo!
Ele me puxou e me deixei ser guiada por ele.
Nós corremos igual dois loucos pela floresta e não havia ninguém atrás de nós até que chegamos ao riozinho e olhamos para trás.
David e seu pai.
"Fim da linha." - disse David.
"Parece que são nossos agora filhão."
Estou assustada demais para reagir, então Christopher sussurra para mim:
- Vamos nadar.
Pulo ao rio e nado o mais rápido que consigo. Christopher vem logo atrás de mim e atrás dele, os dois homens estão entrando no rio.
Atravessamos e Christopher diz:
- Por aqui!
Corro atrás dele, mas os homens nos seguem.
Christopher se esconde atrás de uma árvore e me puxa com ele tampando minha boca.
Os dois homens nos procuram por todo lado até que David diz:
- Vamos por aqui. - aponta para a direção oposta a que estamos.
Solto um suspiro de alívio e Christopher diz:
- Eles voltarão. Conheço uma estrada. Vem!
Começo novamente a correr atrás dele até que paro e falo:
- Estou cansada Christopher. Minhas pernas estão doendo.
O mesmo me olha e diz:
- Mulheres... Porque tão fraquinhas?
Ele me pega no colo e começa a correr comigo.
Nunca imaginei Christopher fazendo isso.
Sempre imaginava ele me matando a facadas ou algo do tipo e agora estou aqui, fraca em seus braços, com a cabeça jogada em seu ombro.
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De repente, boneca. - Livro 1
Mystery / ThrillerCapa por: @JpAlcon1 [EM REVISÃO] ATENÇÃO: O LIVRO DOIS JA ESTÁ EM MEU PERFIL ~PARA SEMPRE, BONECA~ Camilla Queiroz. Uma jovem que comete o erro de desprezar um garotinho em sua infância com uma boneca. Por conta disso, o pobre garotinho sofre nas...