De repente, boneca. - Livro 1

Capítulo 20 - Túnel Secreto

Entramos.
David foi primeiro e logo em seguida eu mesma fui.
Era escuro, tinha algumas bebidas e comidas jogadas no chão, mas fora isso, era organizado.
Existia dois computadores e era por aqui que Christopher nos assistia. Conseguimos ver cada mínimo cantinho da casa.
Existia também uma prateleira. Me aproximei para ver o que tinha nela e me assustei.
Eram fotos... De pessoas mortas.
"São as pessoas que Christopher matou. Ele sente orgulho disso." - disse Anna.
Pude perceber que entre todas as fotos, estava o meu primo. Ele tinha morrido em um assalto e até hoje não tinham descobrido quem é.
Chamei a minha mãe para ver e a mesma não acreditou.
David se aproximou e disse:
- Não foi assalto. Uma vez seu primo Jacob quase acabou com o plano de Christopher. Ele estava subindo para seu quarto, quando o seu primo chegou a casa e estava prestes a tocar a campainha - abaixa a cabeça - Eu estava lá. Mas não pude fazer nada para impedir. Me desculpe.
Seus olhos encheram d'agua e ele ia chorar, mas o impedi o abraçando e dizendo:
- Você não teve culpa nenhuma. Não precisa se desculpar, meu anjo.
De repente escutamos um grito de Anna e fomos ver o que era.
Ela havia achado uma foto de seu outro filho. Ainda bebê.
Christopher matou um bebê.
E até de seu meio marido.
Christopher matava as pessoas a sangue frio. Não importa quem seja, ele se nomeou o justiceiro e agora, sai matando todos que ele pensa ter culpa pelo que ele sofreu.
Eu não sei como eu posso ter pena de alguém assim.
Sempre tive um coração bobinho. Mas dessa vez, ele se superou...
David consolava a mãe e eu e John andamos pela sala que era bem grandinha.
Achamos várias armas e até bichos mortos caídos no chão que pensamos que Christopher matou.
Existiam máscaras ali e Júlia nos mostrou a que Christopher usava quando ela o viu pela primeira vez.
Chegamos mais perto da máscara e na parede estava escrito:
- Estou vendo vocês.
Dei um pulo para trás e gritei.
Todos correram e me perguntaram o que foi, então apenas apontei.
"Calma. É só pra assustar quem ousar entrar aqui." - disse David me abraçando.
"Conseguiu assustar. Quero sair daqui."
Estávamos investigando cada parte daquela sala, vendo cada canto a procura de uma saída.
Mas não achávamos nada.
"Gente, se entramos aqui por uma porta secreta, devemos sair daqui por outra." - disse Laura.
Então rapidamente começamos a pegar em coisas na espera de que elas abrissem portas.
Ninguém teve sucesso e ja estávamos quase desistindo, então eu disse:
- Não podemos desistir. Temos que lutar até o fim pra sair desse lugar. Então recuperem a força de vocês e vamos mais uma vez procurar a saída. -me encostei na parede.
John ia falar algo, mas foi interrompido porque a parede que eu encostei, abriu algum tipo de túnel.
Todos ficamos alegres e David não hesitou em ser o primeiro.
Segurou a minha mão e me levou junto.
Atrás de mim foi a minha mãe, depois Laura seguida por Júlia e Anna e por último, John.
O túnel era pequeno e estava cheio de aranhas. Júlia ja me irritara com seu medo e seus gritinhos.
Estávamos quase no fim do túnel quando John gritou:
- GENTE, BARULHO DE PASSOS E CHAVES. CHRISTOPHER VOLTOU MAIS CEDO!
Todos nos apressamos em silêncio.
David chegou ao fim e viu que dava em outro tipo de sala.
Ajudamos os outros e vimos que Christopher ja havia chegado na sala secreta.
Assim que John passou, o túnel fechou.
Suspiramos de alívio, mas não por muito tempo. Christopher com certeza vira atrás da gente.
Olhamos na sala e não tinha nada nela. Apenas uma... Porta!!!
Corri até ela e vi que a mesma era aberta com algum tipo de senha.
Então arrisquei tudo que vinha a mente e Anna também.
Mas nada abria aquela porta.
Pense como Christopher. Pense como Christopher.
Um barulho chamou nossa atenção e quando olhamos vimos que era o túnel abrindo.
"CHRISTOPHER!" - escutei.
Continuei tentando abrir a porta, até que eu e Anna falamos juntas:
- Camilla!
Digitamos e bingo.
Que obsessão é essa por mim...
Todos corremos e me certifiquei de fechar a porta.
Quando olhei, estávamos em uma mata escura.
"Saímos!!!" - David gritou.
A porta se abriu novamente e era Christopher e ele tinha... Uma arma.
Todos corremos em direção diferentes e pra minha sorte, Christopher veio atrás de mim.
Me escondi atrás de uma árvore grande e ele começou a gritar meu nome.
Minha respiração estava ofegante e tive medo que ele ouvisse.
Meu coração estava acelerado e o meu corpo todo preparado para correr dali a qualquer momento.
Ele grita meu nome e atira para uma árvore qualquer.
Grita de novo e atira em outra.
Ele anda em minha direção e me tremo toda.
Então, ele me vê e solta uma risada maléfica.
Saio correndo e ele atira. Mas não acerta nada em mim.
Continuo correndo até que acho um arbusto enorme.
Corro até la e me escondo.
Me tranquilizo ao ver que David esta lá.
O mesmo me oferece um sorriso capaz de confortar até a alma e eu retribuo.
Penso que Christopher me perdeu, até que ele grita:
- Camilla! Eu estou apaixonado por você então você tem que ficar comigo. Morta ou viva. Você é minha!
Meu coração parou ao ouvir aquelas palavras.
David me olhava cheio de fúria.
Eu não tive reação.
Agora que ele não vai desistir mesmo.
Não tenho saída...