Capítulo 29 - Gosto de sangue

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Ja estava escuro e hoje fazia muito frio. Por conta disso, estava eu e Laura coladas uma na outra tremendo de frio ouvindo a discussão de David e Júlia:
- Eu estou com fome David!
- Você precisa entender que eu não tenho a obrigação de sair por aí procurando comida a você.
- Ah é?
- É Júlia! Para de ser mimada e se quiser comer, que vá você mesmo a procura de comida.
Júlia se levantou emburrada e colocou as mãos na cintura dizendo que ia.
Ninguém se importou muito, então ela se afastou e começou sua busca.
David se levantou irritado e sentou perto do riacho brincando com seus polegares e parecia inquieto. Talvez pela discussão com Júlia.
Mas a verdade é que ele estava estranho desde a morte de John e não consegui contar pra ele até agora que a mãe dele estava morta.
Talvez ele não deva saber.
Laura estava me contando a vida que tinha antes dessa confusão toda e ela era uma menina totalmente depressiva, o que eu nunca tinha imaginado, pois ela sempre demonstrou totalmente o contrário.
Ela era nerd, e sempre sofria bullying na escola por ser alta e magra demais. E quando chegava em casa, os seus pais adotivos a julgavam quando ela contava o que sofria. Dizia que era drama demais da parte dela.
O único que o entendia era o avô e ele morreu em um acidente. Ela se sentia totalmente sozinha até que conheceu Christopher.
De repente, ouvimos um grito.
Nos levantamos e ouvimos mais outro.
Todos corremos para ver o que era mas não achávamos ninguém, então Laura exclamou:
- Júlia!
Olhei para a direção em que a mesma olhava e o que vi foi assustador.
Júlia estava nua e a sua cabeça estava cortada ao lado de seu corpo.
Seu pé estava enfiado em sua boca e na sua barriga estava escrito:
Menos uma.
"Tá legal, o que está acontecendo aqui?" - disse David com as mãos na cintura.
Eu não aguentava ficar olhando por muito tempo. Aquilo era horrível.
Quem era capaz de tamanha crueldade? Christopher ou o homem misterioso que temos visto nos últimos dias?
Laura chorava muito e estava com a expressão assustada.
Todos olhávamos ao redor em busca do culpado por aquilo.
Estava tudo escuro.
Até que vi.
Em uma árvore, o homem misterioso estava encostado.
Na sua mão, tinha sangue. Muito sangue.
E ele lambia todos os seus dedos e demonstrava prazer ao sentir o gosto de... Sangue.

De repente, boneca. - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora