Capítulo 13

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Santiago  narrando:

- Quem era aquela?

Cubro minha sunga boxer com as calças jeans e levanto a cabeça.

- O que está fazendo? - Pergunto para a Magda, que acaba de entrar no vestiário dos homens como se fosse tudo dela.

Coloco as calças jeans rapidamente, para ver se ela pára de me olhar como se eu fosse uma guloseima.

- Vim só checar se estava alguém aí - ela fala, mordendo o lábio e olhando para meu peito. - Como já foi todo o mundo embora.

Eu não suporto essa garota, eu literalmente não a posso ver à minha frente. Ela trabalha aqui há uns quatro anos, já estava cá quando assumi a responsabilidade pelo restaurante e se insinuou para mim desde o momento em que me conheceu, com e sem Teresa. E ela nem é nada de especial, é morena, de olhos castanhos e rosto comum, com um corpo igualmente normal, não que isso a impeça, claro. Se não fosse por meu pai estimar tanto o trabalho dela, já a tinha mandado embora faz tempo.

Me viro de costas e procuro minha camisa no cacifo.

- Você não me respondeu.

Nem vou.
Agora, seria era perfeito encontrar a minha camisa para dar o fora daqui. Maldita a hora em que não tranquei a porta.

- Não deve ser ninguém importante, então - ela fala, e eu sinto sua respiração nas minhas costas nuas.

- Magda - aviso.

- Que foi? Não estou fazendo nada... ainda não pelo menos - ela ri e passa a mão na minha omoplata - Não sabia que você tinha...

Me viro para frente e pego seu pulso para longe de mim.

- Relaxa - sorri. - Estava só vendo suas tatuagens. Uma eu percebi, parece um anjo lutando, mas a outra não deu tempo. E o que é "catch 22"?

- Guarde suas mãos para você

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- Guarde suas mãos para você.

E como se fosse para me desafiar, ela levanta a outra mão para me tocar no peito. Paro-a antes de completar o movimento, a empurro para trás de encontro à parede e me inclino para à frente, quase roçando seu nariz.

- Se você fizer isso mais uma vez, bem pode começar a procurar outro trabalho - sussurro, olhando-a bem nos olhos.

Me afasto dela e a vejo encolhendo os ombros para o que eu disse, sorrindo maldosa, como uma cobra prestes a atacar.

- Acha que sim? - Magda avança para mim, devagarinho. - Se fosse a você não teria tanta certeza disso. Afinal de contas, foi você que me arrastou para o vestiário dos homens para se aproveitar de mim. Porque haveria de ser eu a ir embora?

Trinco meus dentes e cerro meus punhos, sem acreditar no que estou ouvindo. Isto não pode estar acontecendo.

- E quem acreditaria em você? - Contraponho.

Encarar É FeioOnde histórias criam vida. Descubra agora