Messages - Justin Bieber

126 - Lauren

(Mídia)

Mas você vai se sentir melhor quando acordar,
Juro por Deus que vou compensar
tudo e mais quando eu voltar algum dia...
                 Wake Up - Eden

Reli as nossas mensagens talvez umas cem vezes. Era como se meu coração tivesse sido partido em mil pedacinhos, a dois dias ele se foi, mas eu ainda tinha o cheiro dele em minhas roupas, as fotos em meu celular e aquelas duas noites foram as mais compridas e dolorosas da minha vida...

– Cara, você está tão deprimente. – disse minha prima enquanto eu observava o teto vazio.

– Você não tem noção...

– Ele realmente era importante pra você, não é? – ela se deitou ao meu lado encarando o nada assim como eu.

– Sim. – disse sentindo um amargo na garganta.

– Mas será que você não era tão importante assim pra ele? Porque, poxa, que tipo de pessoa faz isso?

– Tudo bem... - eu não queria papo. Eu só queria entender Justin, mas eu não conseguia.

– Você tem fotos dele? – desbloqueei o celular e entreguei pra ela, talvez minha galeria fosse composta apenas por fotos dele. Ela parou numa foto em que tirei dele na praia e me mostrou. – Ual, ele é um deus grego.

Flashback On

Enviei as mensagens e logo estava na frente da casa dele. A porta estava aberta então eu resolvi entrar, já que Pattie não deixaria eu entrar com a desculpa de que Justin estava dormindo. A casa parecia vazia. Subi as escadas e vi Justin em seu quarto colocando algumas roupas numa mala. Olhei confusa e me encostei na porta:

– Vai pra onde?

Ele se virou assustado e me encarou, parecia procurar palavras.

– Lauren... desculpe por não responder suas mensagens. – ele tentou mudar de assunto enquanto fechava o zíper da mala. Minha garganta se fechou ao ver que em cima do criado-mudo havia uma passagem junto a um papel escrito várias coisas.

Peguei a passagem na mão e ele me olhou confuso.

Voo para Toronto - Canadá, as 11:15horas.

– Eu vou embora, Lauren. – ele disse e eu não consegui o encarar, permanecia incrédula segurando aquela passagem na mão.

– Vai ficar quanto tempo lá?  –perguntei olhando nos olhos dele e notando suas olheiras.

– Eu vou pra ficar, Lauren. Eu já arranjei uma faculdade, tenho um amigo lá e ele vai me ajudar com tudo. – ele apertou o maxilar e voltou ao closed, fui atrás dele e senti uma lágrima queimar meu rosto.

– Você está brincando? – sorri nervosa, ele não ousou me encarar e aquilo estava me machucando. –
Justin, diz que você está brincando. – minha voz saiu falha e eu puxei o braço dele até ele me encarar.

– Vai ser o melhor para nós, eu só não quero ver vocês se machucando, por favor, não torna as coisas mais difíceis. – ele falou no mesmo tom que eu, seus olhos lacrimejaram por um instante.

– Isso tem a ver com aqueles homens, não é? Foram eles que causaram o acidente do Cameron?
– ele balançou a cabeça pra cima e pra baixo e apoiou as mãos em uma prateleira.

Me virei de costas para ele, as lágrimas desciam descontroladamente, meu rosto e minha garganta queimavam forte. Senti seu toque em meu ombro e me distanciei.

– Se eu não for embora eles vão continuar querendo me atingir, se eles fizessem algo com você eu não me perdoaria, Lauren. - ele piscou e duas lágrimas escorreram juntas em seu rosto e dessa vez foi como um tiro em meu peito. Seja um sonho, por favor....

– Tudo bem, eu vou com você então. – sequei as lágrimas, aquela nem de longe seria uma solução.

– Você tem toda uma vida aqui, eu não posso fazer você abandonar ela! – ele disse segurando meu rosto com as mãos.

Algumas coisas se passaram na minha cabeça e uma nova lágrima contornou minha bochecha.

- Você ia sem me avisar, Justin?

Ele apenas balançou a cabeça e encostou a testa na minha, eu não tinha forças no momento para pensar em alguma coisa. Uma lágrima que eu não sabia de quem de nós, parou na ponta de nossos narizes encostados. Ele fechou os olhos e eu fiz o mesmo sentindo sua respiração.

– Você vai me deixar... – eu disse quase em um sussurro e ele selou nossos lábios. Toda aquela angústia aumentou, seria a última vez? Sua língua quente dentro da minha boca indicava dor, ou era eu quem estava sentindo dor por ele? O beijo foi lento, como se ele quisesse se despedir ali, pra sempre.

Ele roçou nossos lábios e uma lágrima dele pingou em minha boca, encarei seus olhos marejados e depois admirei o contorno lindo de sua boca, ele destruiu o silêncio com a voz rouca:

– Não existe outra solução, por mais que eu quisesse.

Justin tirou uma mecha de cabelo do meu rosto e me abraçou forte, abafei alguns soluços em seu ombro sentindo seu perfume.

– Nós podemos manter contato. –
eu disse mais uma vez tentando buscar soluções. – Eu posso te visitar, ou sei lá, namoros a distância existe! – me afastei dele olhando seu rosto que exibia dor.

Ele disse lentamente

– Acabou, Lauren... – minha cabeça latejou.

– Eu amo você. – aquilo saiu quase como um sussurro, foram suas últimas palavras.

Ele me deixou parada olhando ele passar por aquela porta junto com sua mala, eu com certeza não tinha forças para impedir, nem pensar, nem falar. Me sentei no chão quando senti minhas pernas fraquejarem e notei as minhas mãos tremendo, aquilo não era um sonho.

A um tempo atrás ele estava se declarando para mim, em outro instante ele estava indo embora. Como alguém que sempre colocou sorrisos em seu rosto poderia te causar uma dor imensa no peito?

O barulho do motor do carro interrompeu meus devaneios, eu estava em choque. Lembrei do papel escrito algumas coisas e corri para pegar, as lágrimas estavam quase secando em meu rosto. Encarei o papel um pouco molhado, aquilo se tratava de uma carta. Maldita carta.

Um grito saiu queimando a minha garganta, empurrei aquele criado mudo e ele tombou no chão, o celular dele caiu deixando a tela de bloqueio ligada com uma foto nossa de papel de parede. Ele ao menos levou o celular, aquilo foi um Adeus?