Capítulo 1. 2| Vitória

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Duas semanas depois.

CAPITULO 2|VOCÊ TINHA QUE VOLTAR?

Como planejado, peguei o vôo as nove horas da manhã. Cecília esteve apreensiva por todo o vôo. Não pude definir o motivo, já sabia que a mesma não se sentia confortável estando dentro de um avião. Ainda sim, ela parecia estar ansiosa por algum outro motivo. Passei então a me culpar por tê-la assustado daquela forma. Sei que fiz uma imagem terrível do meu irmão e tudo o que disse é verdade, mas ele não é de todo mau. Apesar de seu temperamento forte ele é uma ótima pessoa para conversar.  Espero que esteja errada e que os dois possam se tornar amigos ou pelo menos se darem bem. Não quero que Ceci se sinta desconfortável em minha casa. Quero que a mesma se sinta acolhida e estável para construir sua carreira.

Meu pai nos aguardava na área de desembarque como havia prometido. Eu cheguei a implorar para que ele não viesse, pois sabia o que aconteceria. Como previsto, algumas de suas fãs estavam no lugar. Gritavam e acenavam em sua direção que por sua vez sorria em agradecimento e acenava de volta. Quando sua atenção voltou-se a mim todos ficaram em silêncio. Certamente estavam surpresos em me ver, faziam-se anos que não aparecia nas mídias então minha aparência e até mesmo minha presença era algo surpreendente. Cecilia acompanhava-me em silêncio, provavelmente estava desconfortável com as câmeras assim como eu.

Meu pai estava encostado em seu carro. Como de costume usava roupas pretas acompanhada de uma jaqueta de couro. Meu pai havia envelhecido um pouco, mas continuava atraindo a atenção de todos que passavam. Sua presença é marcante e admira-lo é algo inevitável. Isso chegou a ser um problema por diversas vezes, algumas fãs passavam dos limites tolerados, minha mãe chegava a sentir ciúmes de toda a atenção que meu pai recebia de suas fãs.

- é bom vê-la novamente minha filha. - ele diz assim que me aproximo e me abraça. Ouvi alguns cochichos de suas fãs voltados a mim. Parecia extasiados com a minha presença. Isso chegava a me incomodar um pouco. Como elas pode ficar tão felizes com a chegada de alguém que quase não conhece? - vamos pra casa. - diz nos separarmos.

- antes disso. - digo chamando sua atenção novamente para mim. - esta é Cecília e ela vai morar conosco até se estabelecer na cidade. Algum problema pra você?

Meu pai passa a encarar Cecília analisando- a cautelosamente. Olhava para a mesma como se ela fosse uma formula matemática quase impossível de ser calculada. Cecilia me olhava desesperada como se pedisse minha ajuda e eu apenas consegui me divertir com a situação.  E então, tão meu pai sorri cordialmente. Senti a angustia de Ceci passar. Ela parecia mais calma e até animada.

- da minha parte não há problema algum. - diz estendendo seu sorriso por mais alguns instantes, até que se fez serio novamente voltando- se a mim. - você sabe que o Diego pode ser um grande problema, não é? - sussurra em meu ouvido.

- sei disso. - digo reflexiva. - mas sei que Cecília pode se virar sozinha.

- ótimo. Não quero que ele cause ainda mais problemas. - concluí. - a  propósito - se vira novamente em direção a Cecília. - sou Christopher. Não me chame de senhor e nem pelo meu sobrenome, essas são minhas únicas regras. É um prazer te conhecer, Ceci.

O trajeto do aeroporto até minha casa era de mais ou menos uma hora e meia e isso somado ao tempo que estive dentro do avião foi o suficiente para que me sentisse exausta. Prometi a mim mesma que  dormiria assim que chegasse em casa, que por sinal, continuava a mesma. Um extenso Jardim à sua frente com algumas flores, uma espécie de varanda como nas casas típicas dos EUA. Até mesmo meu balanço estava ali. Não era bem um balanço, estava mais para banco, mas eu o adorava. Apesar de simples, a casa ainda exalava ar de sofisticação. No momento em passei pelo jardim não pude deixar de me sentir acolhida. Era bom estar de volta. Foi então que voltei minha atenção ao lugar, garrafas de bebidas vazias espalhavam- se pela grama.

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