Capitulo 21| Vitória

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CAPÍTULO 21| VOCÊ ESCOLHEU FICAR.

" você não faz ideia do que sou capaz de fazer se ele encostar um dedo em você"..

- quem é você afinal, Rafa?

Deixo-me afundar um pouco mais sobre a água morna da banheira sentindo meu corpo envolto de espuma e a cabeça envolta de dúvidas. Rafael nunca ficou tão fora de si como hoje. Ele queria matar o Isac e quase conseguiu. Estou tentando entender o que o levou a isso mas por incrível que pareça eu não sei nada sobre ele. Não mais.

Ele nunca me contou por que foi embora, nem por que voltou. Nunca nem mesmo me disse o que fez todos esse anos na Alemanha. Eu passei os últimos meses ao lado de alguém que só conheço pelo que já foi um dia.

- o desgraçado deixou seu rosto inchado. - Olho em direção a porta e vejo Cecília, seus olhos estão inchados e provavelmente ela estava chorando. - você está louca, Vitória? Poderia ter saído bem mais machucada!

- eu estou bem, Ceci. - me enrolo na toalha. - ele já fez pior que isso.

Seus olhos se enchem de lágrimas no mesmo instante em que minhas palavras são ditas. Ela olha na minha direção e parece ainda mais irritada.

- eu sei, droga! - grita. - mas você poderia ter me contado.

Dou um sorriso fraco e me aproximo abraçando-a logo em seguida. Cecília é a única amiga que tenho e se ela soubesse o quanto eu me importo com ela a mesma entenderia o porquê de eu não ter dito nada.

- só tira ele da cadeia, beleza? - ela se afasta e enxuga as lágrimas. - ele é gostoso demais pra usar um macacão laranja.

Acabo não contendo o riso e nem ela mas o momento de alegria não foi forte o bastante para durar mais do que apenas alguns segundos.

- Eu tenho que ir.

- você pode esperar até amanhecer, Vitória, você não vai conseguir tirar ele da cadeia as três horas da madrugada.

- eu tenho que tentar.

Sai do banheiro correndo e fui até o quarto onde me vesti da melhor forma possível, passei maquiagem para disfarçar a marca que Isac deixou em meu rosto. Tenho que parecer melhor do que realmente estou.

Quando sai de casa e fui até meu carro tomei um susto ao encontrar Diego sentado no banco da frente. Ele se virou na minha direção e sorriu presunçoso.

- você não vai sair sozinha as três horas da madrugada, maninha.

- você quer mesmo recordar como é uma cadeia? - olho para o mesmo irritada.

- ei! - ele me adverte. - Eu estava bebado naquela noite e em minha defesa eu digo que pra mim aquela casa era minha.

- mas não era, e teve sorte da vizinha não ter seguido em frente com um processo. - olho nos seus olhos. - Eu quero fazer isso sozinha.

- mas não vai. - ele dá de ombros. - eu vou com você e a menos que tenha força para me jogar pra fora deste carro sugiro que comece a dirigir logo.

Bufo irritada e ligo o carro, ele sorri vitorioso e eu tento não imaginar como seria socar sua cara.

- como isso foi acontecer?

Olho para o lado e vejo Diego com os olhos arregalados.

A estrada esta deserta. E eu sei deveria ter saído de casa mais cedo mas eu precisava de uma hora para me arrumar. Minha roupa estava completamente coberta por barro e grama de quando Isac me empurrou no chão. Eu tive que tomar um banho, não achei que fosse sentir um nojo tão grande quanto naquele momento. Suas mãos em mim foram demais por uma noite, de modo que não consegui me sentir bem até tomar um banho e me livrar do seu toque sujo.

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