capítulo 6| Rafael.

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CAPÍTULO 7 | A DISTÂNCIA ME DOÍA AO MESMO TEMPO QUE NOS FAZIA BEM.

– porque está sorrindo, Rafa?

Vanessa me olha de canto.

– por nada, ué. — repondo indo em direção a minha mesa, Vanessa me segue e se senta na poltrona de frente a mim. Ela ri. – por que está rindo?

– Não me diga que já tirou uma casquinha da gostosa ali..— Vanessa é uma mulher comum, gosta de se vestir bem, é divertida, muito bonita, mas uma coisa a diferencia da outras, Vanessa é lésbica, e as vezes ela pode parecer mais homem do que eu. –  você transou com ela, chefe?

– não, garota, nem tudo tem haver com sexo!

– com você sim, tudo tem haver com sexo! — ela ri indignada. – mas se não tem haver com sexo o que te deixou tão feliz de uma hora pra outra?

Foi praticamente impossível não me recordar dos lábios de Vitória nos meus, eu não deveria ter feito o que fiz, reconheço que foi um grande deslize mas, ela estava tão sexy, por que uma pessoa fica sexy quando está irritada? Isso eu não sei mas sabia que aquilo era o tipo de tentação que não estava disposto a passar. Eu precisava dos seus lábios juntos aos meus, precisava relembrar do seu gosto doce e pra falar a verdade ela nunca me pareceu tão doce, eu não queria parar, queria possuí-lá por inteiro, fazê-lá sentir o que eu estava sentindo nos últimos quatro dias, esse seria o castigo mais delicioso que eu posso imaginar, queria deixa-lá tão louca quanto eu estou agora.

O fato é que eu também estava irritado com ela, não por ela me acusar de tarar aquela mulher, mas pelo fato dela não entender que a mulher que está me deixando maluco ao ponto de não conseguir trabalhar direito é ela e não aquela morena das "pernas bronzeadas"

A desgraçada tinha que estar tão bonita?

E eu estou puto comigo mesmo, aquilo pode ter sido bom ( mais que bom) mas eu não posso fazer isso comigo mesmo, e nem com ela. Tudo que tinha pra ser se foi e agora eu não posso me dar ao luxo de curtir o prazer, sei que não posso, pois na minha vida não há muitos motivos para fazer alguém feliz, não sou um príncipe, nem um cara bom, sou o inferno, sou capaz de despedaçar uma flor sem ter a intenção, e por mais que eu queira não posso me envolver com ela, eu não posso fazer isso de novo..

– o que ela tem que te deixa tão vulnerável?

Eu desperto dos meus devaneios com a voz de Vanessa.

"o que ela tem que te deixa tão vulnerável?"

Suas palavras se repetem em minha cabeça, parecem um quebra cabeça de mil peças, não sei o que dizer, na verdade eu venho me perguntando a mesma coisa.

– eu tenho um bom emprego, uma boa casa, tenho um belo carro, e com certeza o que não falta pra mim são mulheres, sempre consegui o que quis mas... Quando voltei eu descobri que não podia negar, parte de mim ainda vive no passado, remoendo as lembranças, persistindo no que não pode voltar.. Eu tive que mudar, eu fui forçado a ter que viver sem esperar pelo que a vida poderia me dar, eu não posso voltar a ser o que eu era..

– não vamos mais falar sobre isso está bem?  — ela se remexe desconfortável em sua cadeira. – você vai ir no show comigo?

Eu a olho de relance e um sorriso escapa por entre meus lábios, Vanessa é fã da banda do meu padrinho  Realeasing Rock . E eu prometi que se ela viesse para São Paulo eu a levaria no show deles.

– te encontro lá. — lanço uma piscadela para ela.

....

Diego me ligou e pediu para busca-lo em sua casa, ao que parece sua moto estava com um pequeno defeito, ele ainda era uma criança quando o vi pela última vez mas desde que voltei nós nos falamos bastante por ligações. Ele é um bom garoto, mesmo depois de tudo o que houve.

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