Capitulo 18| Rafael

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CAPITULO 18| VOCÊ ESTAVA FERIDA E ISSO ESTAVA ME MATANDO.

- você não precisa fazer isso..

- e por que eu não faria? - dou de ombros. - você precisa cuidar dessa ferida ou então ela vai se agravar.

Termino de limpar o sangue que escorre em seu pescoço, ela remexe o corpo um pouco incomodada mas não reclama.

Tem certos momentos em que eu não queria a conhecer tão bem, pois assim não saberia decifrar seus gestos como o seu silêncio, se eu não a conhecesse poderia dizer que o seu silêncio é algo normal, mas não, eu a conheço e sei que nada no seu silêncio é normal.

- Não estava falando da ferida, Rafa. - ela levanta do sofá inquieta. Vejo seu olhar preocupado sobre mim enquanto anda de um lado para o outro com os braços cruzados diante do peito. - você poderia ter se machucado, sabia?

- você também. - dou risada. - Ah, sim. Você se machucou!

- não muda o foco da conversa. - ela revira os olhos irritada. - estou falando sério. Se eu não tivesse aparecido você poderia ter se machucado e eu sei que você é um idiota.. Um tremendo idiota, mas ainda sim não quero que se machuque por uma luta que não é sua. Eu posso dar um jeito de processar o Isac, o bilhete que ele deixou para o Diego pode ser a prova para abrir um caso. Você não precisa sair feito um vigilante, eu realmente não quero te ver machucado.

Eu a olho surpreso e ao me ver assim suas bochechas foram ficando cada vez mais vermelhas. Eu estava rindo por dentro e antes que pudesse me conter comecei a rir alto, muito alto. Ela me olhou confusa e ao mesmo tempo ofendida, foi quando parei de rir, ela estava entendendo tudo errado.

- escute. - a puxo para mais perto colando nossas testas uma na outra e tendo que me concentrar para não cair na tentação de beija-lá, o que não é fácil, pois seus lábios parecem implorar por isso, clamam pelo meu toque e ardem do mesmo desejo que os meus. Foi impossível não pensar no tempo perdido, todos os anos que passei fantasiando-a comigo. Eu teria dado tudo que tinha se isso me trouxesse ela nem que só por um segundo e agora que eu a tenho perto de mim, tão tentadoramente perto..- eu prometi ficar com você e te salvar pelo menos dessa vez e mesmo que você me peça o contrário, é isso que eu vou fazer, porque sim, eu preciso e eu devo isso a você.

Ela não me disse nada, nem precisou. Seu sorriso me disse tudo, e claro, ele foi capaz de me convidar também. Segurei firme em sua cintura enquanto meus olhos percorriam pelo seu rosto, buscando qualquer falha ou imperfeição que me pudesse fazer crer que de fato Vitória é uma mulher comum, mas não achei e certamente ela nunca foi e nem vai ser uma mulher comum. Ela é simplesmente perfeita em todos seus traços, todos os pequenos detalhes fazem dela a mulher mais linda que já conheci, todos os seus risos, todos os seus olhares, tudo nela me fascina, tudo nela me alucina e isso ninguém é capaz de compreender.

Tudo que eu quero está bem na minha frente, me desejando e me atraindo, em um fluxo perfeito e em um ritmo incompreensível. Não sei o que somos mas ao toma-lá ao meus lábios e desfrutar do seu beijo eu pude notar uma coisa da qual nunca vou esquecer: nesta noite e nesta sala, éramos poesia, a batida e ao mesmo tempo cantoria, nós éramos música.

Vitória me aproximou mais do seu corpo e eu tomei a iniciativa de coloca-lá sobre meu colo, sentindo seu peso sobre meus braços e seu desejo a centímetros de mim. A encostei na parede, e no meio de todas aquelas cores Vitoria se tornou a mais bonita.
Eu a queria, não por simplesmente querer mas porque estávamos ali, depois de tanto tempo fantasiando o momento de vê-lá novamente, simplesmente estamos juntos e esse é o maior motivo para eu quere-lá.

Envolvi sua nuca com uma de minhas mãos enquanto a outra puxava sua cintura para mais perto, ela segurou em meus cabelos e os puxou para trás nos afastando por centímetros, centímetros estes que eu não via a hora de faze-los desaparecer novamente.

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