Capítulo 32| especial Cecilia

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CAPITULO 32| PERDER UM AMOR É COMO PERDER A TI MESMO EM UM INFINITO IRREVERSÍVEL.

Desde que tirei os pés da casa dos pais da vitoria eu passei a imaginar qual seria a minha reação ao ver Diego depois de tudo o que aconteceu, porque agora, por mais que seja egoismo da minha parte, o Diego que eu conheci ( o idiota e tarado mirim) não é só o meu Diego. Eu sei que todos estão assustados com o fato de que ele será pai mas eu não estou. Tudo que eu sinto é um vazio em meu peito porque eu tenho o cara que eu amo na minha frente dizendo que sente o mesmo por mim mas vejo também o que todos parecem indispostos a ver: O fim. E não digo que escolhi o fim, o final nos escolheu, seja ele triste ou feliz.

Diego será pai e isso não é ruim. Eu sei que ele será um ótimo pai, mesmo que nem ele acredite nisso.  Essa criança será amada e eu fico feliz por isso mas ela também será o ponto final da nossa historia, pois nesse novo capitulo que se segue eu não encontro espaço para mim ou para os meus sonhos e principalmente: para o meu amor.

- Diego, suas palavras foram lindas.- sorri levemente. - não pense que eu as ignorei. Eu te amo e por muito tempo, ou melhor, por todo o tempo que tivemos juntos eu acreditei sinceramente e desesperadamente que a nossa união, nosso namoro um tanto quanto infantil e implicante..- dou risada.-.. acreditei que tudo isso fosse o certo mas, você sabe tanto quanto eu que não somos. - Diego me olha nos olhos e a tristeza que encontro neles é de cortar o coração, mais do que ele já esta. - Diego, por favor. Não me force a estender o nosso fim. Você não sabe o quanto isso me doí.

Diego não disse nada. Sei que vai parecer confuso mas eu por um instante me senti ainda pior, parte de mim esperava que ele lutasse por nos e me calasse com um beijo tão intenso que fizesse com que eu me sentisse uma idiota por acreditar que este era mesmo o nosso fim. Mas isso não aconteceu, Diego não disse nada, tão pouco me beijou. Ele só ficou quieto, em um silencio angustiante.

- Não vai dizer nada?- foi o que eu consegui perguntar depois de alguns minutos em silencio.

- Eu não sei o que dizer..- ele sorri fraco, um sorriso triste e cansado. - me diz o que você quer ouvir de mim, Ceci. me diz o que eu tenho que dizer pra te fazer acreditar que eu não vou conseguir passar por nada disso sem você. A menos que tenha algo que eu possa dizer pra te fazer voltar pra mim eu vou passar por aquela porta e prometer nunca mais voltar, por mais que cada maldita e estupida célula do meu corpo implore por você. Eu quero que você seja feliz sem a porra de um cara pra te encher o saco.

Foi então a minha vez de ficar quieta. Diego parecia esperar pela minha resposta como quando a menos de um minuto eu esperava pela dele. Seria cômico se não fosse tão assustador. Diego espera que eu diga algo mas eu realmente não sei o que dizer. Eu tenho tanto pra falar, quero dizer a ele como foi horrível passar esses dias longe dele mas como eu venho tentando e o quanto vai ser ainda mais difícil agora que eu sei que ele me ama, quero dizer o quanto vai ser difícil ficar longe do seu sorriso malicioso  e de como vou sentir falta dos seus olhos azuis,  dos beijos.. eu quero dizer isso mas a verdade é que eu não quero sentir falta dele. Quero voltar ao que eramos, a nossa paixão problemática, é isso o que eu quero. 

Abri a boca na esperança de dizer tudo o que estava sentido mas tudo o que saiu dela foi um frustrante vapor de nada, nenhuma palavra sequer.  por que é tão difícil dizer a alguém que você a ama?

Diego sorriu. Um sorriso decepcionado, talvez por minha culpa mas não sei se posso afirmar isso.

- Adeus, Cecilia. -foi o que ele disse antes de passar pela porta.

Você já teve a sensação de estar perdendo alguém ? eu tive uma vez.  Quando abri os meus olhos e vi que tudo ao meu redor estava literalmente de ponta cabeça, chamei pela minha mãe mas ela estava sangrando muito  no banco do motorista e meu pai pelo pouco que eu conseguia ver dele, ele parecia desacordado. Eu sai do carro e ainda podia ouvir o barulho da musica, mesmo não estando tocando nenhuma musica por perto. foi então que eu lembrei de ligar para os meus pais me buscarem em uma festa na qual eu nem deveria estar. A musica.. Era tudo o que eu conseguia ouvir e sentir. Ela era triste e melancólica, foi quando eu tive a sensação de que nunca mais ouvira aquela musica e nem o riso da minha mãe, nunca mais ouviria as broncas do meu pai. agora eu escuto essa mesma musica, enquanto Diego passa pela porta.

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