Capítulo 2| Rafael.

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CAPÍTULO 2| VOCÊ SOUBE COMO MEXER COMIGO.

Eu não acredito que tive a brilhante ideia de vir para São paulo. No que eu estava pensando?

" você sabe bem no que estava pensando, Rafael."

É eu sou mesmo um idiota, me deixei levar pelos meus pais e todo o resto.

Eu não tive motivo racional para voltar, na Alemanha eu tinha um bom emprego, tinha amigos, garotas, tinha um apartamento de dar inveja, mas, eu tinha que voltar não é? Por que eu sempre vou ser um idiota.

E agora eu estou nesse apartamento ridículo, não que ele seja feio ou pequeno,  para muitos ele é o paraíso, mas para mim falta muita coisa, meus quadros estão todos na Alemanha, e até que eles cheguem do correio essas paredes ficarão todas sem graça.

.....

– Filho?

Desperto dos meus devaneios com a voz de meu pai, eu o olho e balanço a cabeça.

– me desculpe, hoje eu estou um pouco avoado.

– você quer trabalhar na minha empresa ou não?

Claro que eu quero,  para um advogado, trabalhar nesse escritório seria como trabalhar no céu, além do salário ser ótimo (ótimo mesmo) nós só trabalhamos com casos extremos, o que torna tudo mais excitante.

– Pai, eu cresci na merda desse escritório, é claro que eu quero!

Ray sorri orgulhoso, se bem que ele está sempre sorrindo.

Antes que ele pudesse dizer alguma coisa a porta se abre bruscamente.

– Raymond, você não sabe o que Beatriz fez.. — Olho para trás e me surpreendo ao ver aquele rosto, já se fazem oito anos desde a última vez em que vi meu padrinho. – Rafa.. — ele sorri e vem em minha direção, eu me levanto apenas esperando o seu abraço, e então ele diz. – você está um gatão, nem parece filho desse idiota!

– Eu ouvi, Christopher! — meu pai ri do outro lado da sala, eu e Christopher nos separamos e então eu vejo os olhos do meu pai, ele e meu padrinho são melhores amigos, e toda vez que eles estão juntos eu dou risada, então apenas me sento em minha poltrona e espero pelo show. – mas o que Beatriz fez?

– não é o que ela fez agora, é o que ela deixou acontecer! — ele bagunça os cabelos frustrado. – você acredita que ela deixou Vitória perder a virgindade com dezesseis anos?

Eu não sei porque, mas ouvir o nome de.. (Eu nem consigo pronunciar esse nome de tanto que me afeta) minha postura se enrijece e eu fico sério instantaneamente.

– Christopher, você perdeu a sua com quatorze, para de ser hipócrita!

– é diferente, que homem aos quatorze anos não quer sexo?.. Mas ela.. Ela é minha filha, Ray. E eu levei oito anos para descobrir que ela não é mais virgem! 

– já falou com Beatriz?

– ela disse que na época a Vitória estava ciente dos seus atos. — ele resmunga aborrecido. – uma criança ciente dos seus atos.. Que idiotice. O que eu faço com essa mulher, Raymond?

– você pode deixar essa história no passado, cara. — meu pai o guia até a poltrona, até então eu estava quieto, mas tudo mudou assim que ele pergunta: – E a Vitória, ela vai chegar quando? 

Nesse momento eu passei a querer ouvir mais da conversa do que deveria.

– ela chegou hoje.

Meu pai sorri, eu me mantive sereno por fora, mas por dentro tudo parecia girar, eu não quero mais ouvir nada. Nada que tenha menção a ela.

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