Capítulo 15 - A mágica acabou ❤

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Depois de um encontro como esse eu não precisava de mais nada, apenas de ficar olhando para ele por mais algumas horas, quem olha, nem imagina que Diego pode ser tão romântico. Ele não precisa de muitos reais no bolso, apenas criatividade e esforço, e isso vale mais do que um encontro que teria custado vários reais. O esforço dele para me agradar à sua maneira me deixa mais encantada por ele. Ele me surpreende.

Estávamos de mãos dadas descendo as escadas, ele ainda queria me mostrar algo. Depois de todo esse amor que ele me demonstrou eu não precisava de mais nada. Ele não dizia nada, apenas me conduzia para dentro de sua casa pela porta de trás. Entramos pela cozinha. Tinha apenas a pia, uma mesa redonda e a geladeira. Estava cheirosa e limpinha, a casa pequena era fofa.

Eu andei devagar enquanto ele entrou numa porta, que creio ser do seu quarto, e me pediu para esperar um pouco. Fiquei apenas na cozinha, no máximo, dei uma espiada no corredor estreito que levava a sala e tinha uma porta de um lado e outra doutro lado.

— Alana, vem cá – Ele abre a porta e me chama. Eu fico envergonhada, ele estava me chamando para o quarto dele?

— Não é uma boa ideia – Fico remexendo os pés, ruborizada.

— Deixa de ser doida, vem logo, não vou te atacar – Ele estende sua mão, eu a olho por um segundo e pego.

Quando eu entro no quarto vejo uma senhora, de cabelos branquinhos e curtos, deitada na cama, com um sorriso leve nos lábios me olhando. Seu olhar de orgulho era nítido. Certamente é sua avó.

— Oi menina bonita – Ela diz com a voz um pouco embargada.

Eu, sento-me ao seu lado na cama, pego em sua mão e começo a fazer um carinho de leve. Olho para Diego mais uma vez que estava escordo na porta do guarda-roupa dele com o olhar voltado para ela, meus olhos desviam por um minuto. A cadeira de rodas encostada me chamou atenção.

— Eu que devia dizer "oi menina bonita" – Volto meu olhar para ela que sorri.

— Ah – Ela pigarreia — Eu não sou mais menina, mas estou tão orgulhosa que me sinto uma.

— Do que tem orgulho?

— Do meu neto, ele arrumou uma boa menina. Eu posso ver a luz em você – Meu pulso acelera um pouco com suas palavras, era muito bom ouvir coisas assim.

— A luz que está em mim pode estar em qualquer pessoa, é só ela querer – Sorrio.

— Você é mesmo uma boa menina. – Ela dá umas batidinhas na minha mão.

— Alana, vem comigo – Diego me chama. Eu fico entristecida de já ter que sair, pois queria mesmo ficar mais um pouco.

— Temos mesmo que ir? – Pergunto com um bico enorme.

— Querida, eu sou velha, vocês são jovens e precisam aproveitar, eu preciso dormir – Ela diz com um leve sorriso nos lábios. Acaricio seus fios brancos e ela se deita de bruços para o outro lado.

Ficamos de mãos dadas caminhando pelo bairro dele. Olhando ao redor e vendo tantas pessoas felizes e comemorando, me pergunto porque ele odeia esse lugar. Eu não vivo aqui como ele, mas olhando agora parece tudo bem animado e todos parecem unidos.

— Todos parecem tão felizes – Me agarro ao braço de Diego e encosto minha cabeça em seu braço.

— Só por uma noite. A vida por aqui é diferente. – Seu tom é de tristeza o que aperta meu coração.

— Então essa tem que ser a noite mais mágica de todas. Todos têm problemas, essas pessoas pelo menos tentam esquecer por uma noite e essa noite, a única noite que elas sentem paz é a noite mais bonita, mesmo se tiver nuvens eles vão ver estrelas, mesmo se estiver um calor de fazer pingar o suor assim que sai do banho, eles sentirão um clima fresco e arejado. Noite mágica. – Digo.

O preço de ser cristãOnde histórias criam vida. Descubra agora