O preço de ser cristã

Capítulo 2 - Estou em casa ❤

Finalmente o primeiro dia de aula acabou nunca pensei que pudesse ser tão azarada, mas fui. Pelo menos eu tinha o conforto de que eu iria para célula hoje na igreja, o que me animava mais. Tenho certeza que lá esquecerei tudo o que aconteceu hoje e sairei mais do que feliz de lá. Quando o sinal toca vou diretamente para o meu armário guardar minha bíblia e pegar minhas coisas de longe avisto Lorena e Arthur então aceno para que eles me vejam.

— Finalmente acabaram as aulas – Arthur diz esticando seus braços para detrás do pescoço.

— Você só dormiu na aula Arthur – Lorena acusa e eu rio.

— Não comecem vocês dois – Digo animada.

— Você parece feliz, seu dia foi bom? – Lorena questiona.

— Foi horrível – Digo sorridente e eles se entre olham confusos. — Quando temos Jesus nada nos deixa triste, hoje eu vou à célula e por isso estou contente. – Eles consentem e sorriem para mim.

— Jesus realmente deixa tudo muito mais bonito – Arthur diz e concordo.

— Então, como vai fazer para sair hoje? Não tem como falar que é para fazer algum trabalho, é o primeiro dia. – Arthur pergunta. Torço meu nariz e fico pensando em algo.

— Ah! Meu irmão tem uma coletiva de imprensa hoje no mesmo horário, ele não estará lá dessa forma não preciso mentir – Digo animada. — Só preciso chegar um pouco mais cedo.

— Tome cuidado Lana – Lorena diz com um tom preocupado. — Nos preocupamos com você.

— Eu sei, eu vou tomar o máximo de cuidado possível.

— Gente, eu tenho que ir, meu pai já deve estar me esperando na oficina – Arthur diz se referindo ao trabalho de meio período com seu pai na oficina dele.

— Vai lá – Lorena esboça um sorriso e nos despedimos dele.

— Lore – Enquanto estou fechando meu armário observo minha amiga de soslaio observando Arthur ir embora. — Lorena! – Chamo-a mais alto.

— Que foi? – Pergunta assustada.

— Quando vai parar de implicar com ele? – Pergunto.

— Quando ele parar de ser idiota e perceber as coisas – Bufa.

— Como ele vai perceber se você só dá patada nele? – Digo e ela revira seus olhos azuis.

— Se ele fosse menos bu...

— Lorena! – Interrompo-a chamando sua atenção. Encaro-a mortalmente e ela respira fundo.

— Olha, por enquanto estou bem do jeito que está. Só o ver sorrir é o suficiente. – Ela sorri fraco e começamos a caminhar.

— Por quanto tempo será isso, né? – Ela dá de ombros com minha pergunta e continuamos a caminhar juntas para fora da escola.

Não falamos mais nada a respeito disso no resto da ida para casa, novamente não pude ir com elas, pois meu motorista já estava a minha espera como sempre. Eu sei o quão cruel pode ser isso, mas às vezes eu queria fazê-lo sumir da minha frente, mas sei que a culpa não é dele é do meu irmão que não confia em mim e que é tão arrogante e preconceituoso. Eu o amo tanto, mas ele me irrita demais às vezes.

Ao chegar a casa, sinto logo um silencio, sei que meu irmão não está aqui, pois ele passa a maior parte do seu tempo trabalhando. Ser um advogado famoso deve dar trabalho. Ainda mais quando tem que defender criminosos, bem, ele não precisava fazer isso, mas ele diz que ganha mais. Acho isso horrível, mas não posso obrigá-lo, apenas orar por ele e pedir ao meu Pai que o liberte logo.