O preço de ser cristã

Capítulo 29 - É tarde demais ❤

Quando vimos o médico passar pela porta e olhar em nossa direção, apenas coloco minha mão no ombro de Arthur e ele olha diretamente para o doutor que vinha para nós com seu semblante com algo que eu não sabia descrever, meu coração estava aflito em ver sua expressão que eu não conseguia interpretar.

Arthur e eu levantamos juntos para dar atenção ao médico, senti a mão de Diego segurar a minha de leve e senti uma vibração passar para mim, uma tranquilidade.

— E então doutor, ela vai ficar bem? – Arthur perguntou secando as lágrimas do rosto com suas mãos.

— Ela só teve uma lesão na perna, que logo vai ficar bem. Apesar da leve anemia, ela vai ficar bem sim – Ele sorriu.

— Graças a Deus! – Suspirei aliviada.

— Mas... anemia? Ela não ficou com anemia por causa do acidente... – Diego colocou.

— Isso é por causa da diabete dela... – Respondeu olhando para o prontuário.

— Diabete? – Questionamos em uníssono.

— Ela nunca nos falou nada sobre isso, como assim?! Isso é uma piada né? – Arthur mudou o próprio peso de uma perna para outra.

— Eu pensei que ela tivesse contato, afinal, nunca me pediu segredo. Perdoem-me. – O médico se desculpou.

— Nós podemos ver ela? – Perguntei apertando a mão de Diego.

— Só amanhã de manhã, ela está sedada e sob observação.

— Obrigado doutor – Disse enquanto mirava meu amigo desolado sentando de novo na cadeira, olhando para o nada, com certeza culpando-se do que estava acontecendo.

— Qualquer coisa é só chamar a enfermeira, com licença – O médico saiu de perto de nós.

— Como ela tem diabete e nós não sabíamos? – Ele me fitou com os olhos marejados.

— Ela provavelmente quis que não soubessem. Amanhã ela vai explicar – Diego tenta consolá-lo. — Eu tenho que ir embora, minha vó está me esperando. Nem percebemos que já escureceu.

— Ah, nossa... – Olho para a tela do meu celular. — Eu fiz você ficar aqui o dia inteiro, me desculpa.

— Eu queria ficar mais, mas tenho que ir. Eu posso ir em casa com vocês. – Sugeriu.

— Sim, eu quero que me leve. – Dou um beijo em sua bochecha.

— Eu vou ficar aqui, perto da Lorena.

— É melhor você ir para casa cara.

— Eu preciso ficar aqui, quero ser o primeiro a falar com ela.

— Está bem. Qualquer coisa liga. – Eles dois se abraçam então Diego volta seu olhar para mim novamente — Vou te esperar lá fora. – Ele me dá um beijo na bochecha e sai olhando para a tela do seu celular.

— Tem certeza de que vai ficar bem?

— Não sei..., mas eu preciso muito ficar aqui, eu... E-eu tenho que ficar perto dela. – Ele continua olhando para o chão.

— Eu queria ficar com você aqui, mas eu preciso mesmo ir. Meu irmão deve estar pirando agora –. Seu meio sorriso foi triste. — Mantenha seu celular carregado e não desgrude. Se precisar liga. Eu vou ficar atenta caso mande alguma mensagem, eu venho correndo se precisar de mim.

— Está bem – Ele sorriu de leve — Eu vou ver se o médico me deixa dormir lá. Até amanhã. – Ele beija minha testa e anda em direção a recepção.