Chegamos à biblioteca e sentamo-nos. Ele estava me olhando confuso, eu não sei o que está rolando, mas nesse momento eu estou irritada com ele por algo e nem sei o que é. Eu pedi a Deus que tirasse qualquer tipo de sentimento por ele se fosse uma ilusão e sei que eu preciso querer isso também, mas de alguma forma, eu não quero me esforçar para lutar contra isso. Ele é implicante, arrogante e metido, mas eu me sinto bem ao lado dele. Só que, não acho que o sentimento seja recíproco.
Eu coloco o livro de história em cima da mesa e começo a escrever algumas lições para passar para ele. Não estou totalmente concentrada, mas acho que consigo fazer isso. Eu preciso. Ele está batendo com o lápis na mesa e sinto seus olhos sobre mim.
— Vamos conversar sobre ontem ou você só vai ficar escrevendo sobre a segunda guerra mundial? – Eu travo quando a voz dele sai. Meu coração está disparado, esse maldito.
— Você precisa enfiar alguma coisa na cabeça – Ainda olho para o caderno escrevendo, então ele puxa o caderno da minha mão e começa a responder as questões que eu já tinha feito.
Eu desvio o meu olhar dele. Ele está tão bonito hoje. Seu perfume está fazendo com que eu queria cheirá-lo. Isso não é normal. Estou sentindo um formigamento no ventre, algo diferente, não era pra eu sentir isso. Eu já pedi a Deus que mude isso, eu não quero ser uma menina infeliz nem muito menos fazê-lo enfrentar a ira do meu irmão. Eu queria tanto que as coisas fossem diferentes, como nos livros que eu li.
— Toma – Ele empurra o caderno de volta para mim então arqueio a sobrancelha desconfiada. Ele já fez?
Verifico todas as respostas e para minha surpresa ele havia respondido tudo corretamente. Começo a achar que ele tira notas baixar porque quer. Vislumbro-o de canto de olho, ele está me encarando com o queixo apoiado na mão, com um sorriso malicioso. Ele já sabia que essa seria minha cara.
— Você não precisa de aulas! – Empurro o caderno e começo a guardar minhas coisas.
Que sensação é essa, eu nem sei por que estou com tanta raiva assim dele. Meu ventre está remexendo toda vez que eu olho para ele, e mal consigo respirar quando ele me encara. Seus olhos azulados me deixam hipnotizada. Eu não sei o que é isso, eu preciso de uma ajuda, eu nunca senti algo assim antes.
E aquele quase beijo não sai da minha cabeça, eu não consigo parar de imaginar o que teria acontecido se nos beijássemos. Eu nem sei se ele realmente ia me beijar, talvez fosse tirar algo agarrado no meu cabelo, ou algum cílio que caiu na minha bochecha. Que confusão está minha cabeça agora, eu queria poder entender esse sentimento.
— O que você tem? – Ele me tira dos meus devaneios.
Eu não o respondo apenas me levanto com a mochila nas costas e começo a caminhar para a saída. Pego meu celular no bolso e ligo para Marcos vir me buscar logo, pois eu não queria ter que encará-lo e ficar sentindo formigamentos.
— Eu estou falando com você – Ele pega no meu pulso fazendo-me parar. Eu viro minha cabeça e o olho, ele parece... Preocupado.
— Eu não tenho nada – Puxo minha mão e continuo.
— É por causa de ontem? – Ele é direto. E eu paro no lugar.
— Você é um idiota – É a primeira coisa que me vem na cabeça.
— O que? Por quê? – Eu bufo e continuo andando. — Para! – Eu não o obedeço, mas ele continua atrás de mim. — Eu disse para parar! – Ele pega na minha mão e puxa contra si. Eu fico a um centímetro de distância dele, posso sentir seu peito subir e descer com a respiração rápida.
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O preço de ser cristã
SpiritualitéQuando seu corpo e alma anseiam por algo o mais difícil é encontrar esse algo e conseguir guardá-lo para sempre. Alana é apaixonada por Cristo, porém, tem um irmão que faz de tudo para afastá-la Dele e com punições físicas, mostra o quanto odeia a D...