Eu estava imóvel, ainda não estava acreditando que o cara que havia me ajudado estava me assaltando. Eu olhava nos olhos dele, mas ele desviava, estava envergonhado, talvez. Eu estava boquiaberta, surpresa, eu queria pensar que fosse uma miragem, eu não estava querendo acreditar que um colega da escola fizesse algo assim.
— Dá pra sair de cima de mim? – Ele me empurra de cima dele e eu sujo minha roupa em uma poça de lama que havia ao nosso lado.
— Me devolve a bolsa – Peço enfurecida.
— Desencana – Levanta do chão e esfrega a mão sua calça jeans surrada.
— Se não me devolver eu vou ter que contar sobre isso – Ameaço-o.
— Eu pensei que você não fosse desse tipo – Bufa.
— Que tipo? – Questiono.
— Patricinha, fazendo questão de uma bolsa sendo que deve ter milhões dela em casa – Revira os olhos.
— Eu não estou pela...
— Alana! – Viro-me para ver meu irmão ofegante atrás de mim. — Marginal... – Ele vem em direção ao garoto com raiva e o segura pelo casaco. — Eu vou te colocar na cadeia
— Para com isso Pablo – Pego em seu ombro e o puxo.
— Ele é um criminoso, deve ser tratado como tal. – Ele diz ainda segurando o garoto.
— Não sou nenhum criminoso – Ele tenta se livrar do meu irmão, mas não consegue.
— E-ele... – Eu paro para pensar em algo, eu não podia o deixar ser preso.
— Marcos, chame a policia imediatamente – Olho para Marcos implorando com o olhar, mas ele obedece meu irmão.
— Espera! – Peço.
— O que foi Alana? – Meu irmão estava impaciente.
— Não foi ele quem fez isso, foi outro cara, ele... Ele me ajudou pegando a bolsa do cara antes dele pular esse muro e fugir, foi isso – Minto.
— E as roupas são iguais por coincidência? – Arqueia uma das sobrancelhas.
— É a moda – Sorrio forçado, meu irmão olha para o garoto e ele ri forçado também.
— Tudo bem então, vamos embora – Ele diz pegando a bolsa do rapaz e segurando meu braço com força.
— Vai na frente que eu já vou ir – Puxo minha mão dele e ele revira os olhos.
— Não vou te deixar falar com um... Bem, não importa, vamos logo – Ele ordena.
— Não vou! Ele é meu colega de classe, vai na frente que eu vou depois – Insisto e ele se dá por vencido.
— Porque fez isso? – Questiona.
— Porque todo mundo merece uma segunda chance – Digo abrindo minha bolsa.
— Isso tudo por uma bolsa – Ele ri e cruza os braços.
— Não é pela bolsa – Vasculho-a um pouco e pego meu colar. — É por isso.
— Outra coisa que você deve ter aos montes na mansão – Ele escora suas costas no muro e me encara.
— É tem razão, mas esse é importante, muito importante – Digo tentando colocar no pescoço.
— Por quê? Tem vinte e sete quilates de diamante? – Revira os olhos.
— Minha mãe me deu – Sorrio para ele.
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O preço de ser cristã
SpiritualQuando seu corpo e alma anseiam por algo o mais difícil é encontrar esse algo e conseguir guardá-lo para sempre. Alana é apaixonada por Cristo, porém, tem um irmão que faz de tudo para afastá-la Dele e com punições físicas, mostra o quanto odeia a D...