Capítulo 4 - Isso não pode estar acontecendo ❤

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Quando eu chego à sala quase todos os empregados estão na sala com um olhar penoso para mim, inclusive Marcos, que não tinha idéia que isso acontecia. Eu olhei e chorei, chorei muito, não limpei o sangue do meu rosto, olhei para a minha mão novamente e só lágrima saia de mim. Eu ainda não estava acreditando que ele fez isso, ele sempre me bateu, mas nunca tão violentamente. Até onde vai o ódio dele por Jesus.

Cai de joelhos na sala e comecei a chorar mais, eu estava trêmula e soluçando mais que o normal. Marco chegou perto de mim e me ajudou a levantar e me levou para o banheiro. Ligou a torneira e limpou minhas mãos e meu rosto com carinho, eu não estava conseguindo prestar atenção em nada, apenas no meu rosto machucado.

— Você ainda vai para a escola? – Pergunta e eu consinto. — Você é forte. – Eu sorrio para ele e limpo as lágrimas do meu rosto.

— Vamos, não quero me atrasar mais – Digo.

[...]

Chego à escola, e para minha sorte – ou azar – ainda tinha gente entrando. Saio do carro e de imediato todos que estão do lado de fora começam a me encarar, meu rosto estava bem inchado. Bato a porta do carro e respiro fundo, eu preciso ser valente e enfrentar isso.

— Que Deus te acompanhe hoje Alana – Ouço a voz do Marcos, antes de dar partida no carro, eu não viro para agradecer, apenas sorrio e começo a caminhar.

Entro na escola e vejo como se tudo estivesse quase parando, todos olhando para mim, mas meu olhar estava no horizonte, à cena da mão do meu irmão no meu rosto estava se repetindo e a cada repetição eu queria chorar mais. Eu queria gritar mais, e não é por mim, é por ele, isso um dia vai acabar com ele.

Eu estava tão distraída que terminei batendo em alguém, todas as minhas coisas caem no chão e então sem dizer nada apenas abaixo para pegar tudo, quando termino continuo a caminhar, mas sou puxada. Olho para cima e era o garoto de antes, eu não estava com humor para seus deboches. Ele estava com a cara fechada e olhando meu rosto fixamente.

—O que houve com você? – Pergunta num tom preocupado.

— Para que quer saber? Vai fazer alguma piada? – Puxo meu braço bruscamente e continuo indo para a minha sala.

— Você está machucada, não deve rejeitar quando alguém está querendo ajudar – Diz e eu reviro os olhos.

— Você mal me conhece, pra que se importar? – Replico.

— Não seja idiota e responda. Só porque só nos vimos uma vez não quer dizer que não vou me preocupar por você estar com o rosto inchado e roxo – Diz e me para mais uma vez. — Olha isso, está horrível – Ele coloca o dedo de leve no local machucado, mas eu desvio.

— Isso está doendo! – Exclamo.

— Vamos você tem que ir para a enfermaria – Ele começa a me arrastar, mas eu tiro mais uma vez sua mão de mim.

— Qual é a sua? Ontem estava debochando de mim e agora quer dar uma de bonzinho? Vai vender a história para algum jornal? – Retalho e ele me olham incrédulo.

— Eu não sou nenhum vendido, e não sou nenhum monstro. Sou humano e sei que isso ai deve estar doendo demais.

— Não me diga gênio – Respondo sarcástica.

— Está doendo mais por dentro do que por fora. – Ele se aproxima de mim e fixa seu olhar no meu. — Deixa de ser idiota e vamos para a enfermaria – Ele continua me encarando e por um segundo me sinto hipnotizada.

— N-não! – Exclamo alto e tento passar, mas ele se põe a minha frente.

—Então vai ser por mal – Ele arqueia a sobrancelha enquanto eu fico confusa.

O preço de ser cristãOnde histórias criam vida. Descubra agora