Colocamos nossas mochilas em baixo da mesa e tiramos alguns cadernos e livros. Pedimos um café para cada e de vez enquanto olhávamos pela janela para ver se meu irmão estava olhando ou se já tinha saído. Ele não saia dali. Meu irmão é inteligente, mas quando se trata de espiar não é nada sutil.
Minhas mãos estavam soando e eu não parada de balançar minhas pernas embaixo da mesa. Eu odeio mentir, mas é a única saída para ir à igreja. Eu nem conseguia me concentrar de tão nervosa que estava.
Diego coloca sua mão sobre a minha e me encara, ele parecia preocupado.
— Você precisa se acalmar – Diz e tira sua mão.
— E-eu não consigo – Roo uma de minhas unhas e ele puxa para que eu não faça isso.
— Eu não entendo esse ódio do seu irmão – Ele diz bebericando seu café.
— Sinceramente, às vezes nem eu mesmo entendo. – Respiro fundo e olho para ele. — Acho que não vou mais poder ir à igreja... – Abaixo para pegar meu estojo na mochila — Então vamos estudar.
— Ah não! – Ele retalha querendo levantar, mas eu o puxo de volta.
— De qualquer forma, você não pode sair, meu irmão vai perceber – Levanto uma das sobrancelhas e ele bufa com raiva.
— Não sei por que eu ainda tento te ajudar – Fita seus olhos nos meus e eu fico muda. Seus olhos eram tão bonitos. Seu sorriso de canto era capaz de fazer qualquer uma se apaixonar.
— Acho que alguém aqui gosta de mim – Brinco, mas ele não responde, apenas dá mais um gole em seu café.
Ficamos estudando por mais de uma hora, eu pensei que seria mais difícil enfiar conteúdo na cabeça dele, mas até que foi tranquilo. Ele é inteligente e aprende rápido, acho que ele tira nota baixa por causa da situação com a avó. Será que ele fica cuidando sempre dela? Bem, acho que eu não posso me meter tanto assim.
Nós ficamos jogando conversa fora, e com o passar do tempo eu parei de olhar para a janela para ver se meu irmão estava nos observando. Eu estava gostando de conversar com ele. Apesar de marrento ele sabia ser engraçado, ele conseguiu me distrair todo o tempo.
— Já estamos aqui há bastante tempo – Ele olha para a tela do meu celular.
— Já tenho que voltar – Encosto minhas costas na cadeira para relaxar um pouco.
— Quer que eu te leve? – Ele questiona.
— Não precisa, não estamos tão longe da minha casa – Digo.
— Então ta – Ele me ajuda a ajeitar as coisas e guarda as dele. — Nos vemos amanhã na escola.
Quando eu saio do café passo pela rua e olho para trás, ele estava pela janela ainda me olhando, ele tinha certo charme. Comecei a andar devagar, pois a mochila estava bem pesada e eu cansada. Ouço alguns passos atrás de mim, mas não olho. Eu não posso acreditar que mais uma vez eu seria assaltada. Quer dizer, quase.
— Me dê isso – Me assusto com o Diego. Ele chega e puxa a mochila das minhas costas e começa a caminhar na frente.
— Você me assustou – Acelero para andar ao seu lado.
— Você é muito fraquinha, sabia? – Desdenha de mim.
— Ei! Isso está pesado – Defendo-me.
— Você não é tão patricinha quanto imaginei – Fala sorrindo.
— Você julga um livro pela capa, então. – Olho de canto para ele que sorri.
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O preço de ser cristã
EspiritualQuando seu corpo e alma anseiam por algo o mais difícil é encontrar esse algo e conseguir guardá-lo para sempre. Alana é apaixonada por Cristo, porém, tem um irmão que faz de tudo para afastá-la Dele e com punições físicas, mostra o quanto odeia a D...