Primeira Chave; Rezou para eu não voltar.

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Aeroporto movimentado, começo de ano, pessoas voltando de viagens, passeios, ou se mudando, eu, estou retornando a minha cidade; Gracewood.
Eu simplesmente me dei uma chance e passei um tempo no Canadá, com minha Avó e seus bolinhos.
Eu fui sem avisar, deixei amigos aqui. Tenho dúvidas, será que estou fazendo a coisa certa? Mas é claro, minha mãe precisa de mim!

Cansaço.. Isso me pede um café lá no meu velho amigo Antony.
Antony é meu amigo de infância, já foi meu vizinho, é mais velho e o melhor em conselhos, tem o que sempre quis, uma cafeteria aconchegante com cheirinho de livro e café misturado, melhor lugar em um dia de frio.

- Ah que saudade! Antony como você nunca muda! - Digo entrando na cafeteria, ele sorri indo ao meu encontro.
- Pequena Liana, me diga que veio para ficar!
- Sim. Precisei de um tempo, mas estou de volta, minha mãe precisa de mim, ela veio por aqui ?
- Sente-se por favor.. - tom de tristeza. - Liana, eu nunca mais a vi, eu me mudei, mas ainda fui lá vê-la, levei um café com leite que ele sempre pedia quando vinha aqui, e ela não estava lá. Eu voltei lá mais vezes, mas não vi e nem ouvi nada sobre ela. Um dia eu a vi passando pelo parquinho, cabelo solto, pijama, triste, eu a segui, estava longe dela mas corri, de repente ela some, desde então nunca mais a vi, pensei que você fosse o motivo, e se você veio deve saber o que está acontecendo. Liana, acredite, não só eu fui atrás dela ou só eu fiquei preocupado, ela tinha um semblante de medo, segredo, tristeza, pensei que ela teria feito algo que te fez ir para longe, mas pelo visto não.

Nossa, o que está acontecendo aqui? Minha mãe parecia tão bem quando me ligava..

- Antony, eu nunca faria nada para ela ficar assim comigo, ela me apoiou para ir para longe, ela me ligava sempre, eu só voltei porque ela disse que me queria aqui, pois começou a se sentir sozinha. Eu juro que não sabia disso. Eu te ligo para você passar lá em casa, comer alguns biscoitos que ela faz, e colocarmos a conversa em dia, obrigado por me falar! Estou indo, mas antes, me dê um cappuccino!

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- Mãe! Sou eu, Liana!! Abre aqui!

Estou desesperada, meia hora batendo na porta, onde ela está? O que está acontecendo?
Caixa de correios cheia de cartas, ela pode estar lá dentro, pelo visto não saiu de casa, preciso entrar.
A porta está trancada, dou uma volta na casa, alguma janela tem de estar aberta!
Até que veja a porta dá cozinha. Sim, como eu não pensei, ela sempre deixa aberta de dia, sinto cheiro de biscoitos..
- Mãe? Sabia que você estava aí! Porque não abriu a porta para mim, sou eu, Liana. - Abro a porta, SUSTO, a cozinha está suja, louça quebrada, alguém entrou aqui, ela não está aqui. Biscoitos, vejo um prato de biscoitos em cima dá pia com algo ao seu lado, me a próximo, não reconheço essa casa de jeito nenhum, está acabada, quem faria isso com ela?
Ao lado está uma chave, com um bilhete;

" Rezou para eu não voltar, vai rezar para a sua Mamãezinha também? "

Atrás dizia;

"Abra as portas, já! Já! "

Que nem louca, tremendo, corri, portas, portas e portas, aquela chave não abria nenhuma delas.
Que brincadeira é essa? O que fiz? Mãe, cadê você? Choro. Quem fez isso?

Subo as escadas, final do corredor, um quarto novo, nunca vi ele ali, só pode ser dessa porta, estou tremendo tanto que não consigo colocar a chave na maçaneta.
- Mãe! Eu tô aqui, vou te tirar daí! - Soluçando, consigo abrir a porta.
Era um quarto com aparência velha, está intacto, não havia nada ali, minha mãe não estava ali, era um quarto estranho, quem ficava ali?

- Liana, saia daí!
Minha mãe, ela está aqui, sinto cheiro de fumaça, a casa está pegando fogo!
- Mãe, onde você está? Mãe!

Corro, mas, vejo uma chave, em cima de uma poltrona, guardo ela. Desci as escadas, minha mãe estava ali, me esperando, tão linda e acabada.
- Vamos! Eles estão aqui! A casa vai explodir.

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Fight For The KeyOnde histórias criam vida. Descubra agora