Fight For The Key

Borboletas tristes

Dia das Mães.

Final de semana. Brenda vai para a casa da mãe, e Vivian também.
E eu fico sozinha. Elas me chamam, mas, prefiro ficar em casa mesmo.

Luan me liga, dizendo que também vai para a casa da mãe, e quer muito que eu vá com ele, porém, digo que não vou, eu não quero, quero passar esse dia sozinha, meu primeiro dia das mães sem a minha mãe.

Hoje tá um dia bem preguiçoso para mim. Ainda de pijama, assistindo filme, tomando café quentinho, e outras besteiras.
A porta bate, abro e vejo um envelope.
Eu fico até entediada, com preguiça de ler, com certeza é uma brincadeirinha da Chave para deixar meu dia pior.
Então, jogo de lado. Volto para meus filmes.

A porte bate de novo, abro e é minha avó.

- Ah, você achou que eu não ia aparecer meu amor? - ela diz me abraçando.
- Que surpresa! Já ia te ligar. - Eu, sinceramente, preferia não falar com ninguém, ficar sozinha.

Peço para ela entrar.

- Nossa, que bagunça em.- Ela diz, olhando para a sala e as coisas jogadas.
- Tô sozinha esse final de semana, não tô muito afim de fazer faxina. - Digo tirando algumas coisas do sofá para ela se sentar.
- Você está bem, Liana? - ela diz, sento ao seu lado.
- É.. não. - digo quase chorando, colo meu rosto no seu ombro.
- Meu amor, eu sei que é difícil, vocês eram apegadas demais, mas a vida é assim. Quando eu perdi minha mãezinha, chorei em cima de seu caixão, minha vida parou, até que me lembrei de suas palavras antes de ir, e ela me disse que sempre estaria olhando por mim, então fiz de suas palavras um conforto para mim. - ela diz acariciando- me. - Sua mãe te disse algo antes de ir ?

Eu tento me lembrar do que ela me disse. Lembro dos nossos últimos momentos.

" Minha filha, eu fiz de tudo para o seu melhor. Você não sabe a minha história de infância e juventude. E o meu pior segredo você soube, sobre eu e seu pai. Você sempre quis saber sobre o seu pai de sangue, e o nome dele é Heric Carev. Eu sei que muitas coisas vão ser descobertas por você, pois acredito na sua força de vontade. Não sinta vergonha dá sua mãe. Eu amo você. "

- Ela disse que me amava. - digo chorando.- Que não era para eu me envergonhar dela nunca, que eu não sabia muito sobre a sua infância e juventude, disse também sobre o meu pai biológico, e que eu iria descobrir muitas coisas. - me acalmo. Vó, você sabe quais são essas coisas?
- Ah, você pensa que eu sei de tudo só porque ela era minha filha ? Não minha filha. Eu me tornei mãe de sua mãe quando ela já estava grandinha, ela nunca me deu trabalho, mas eu sempre vi que ela tinha segredos, ela era muito calada, tinha um livrinho que vivia escrevendo, mas eu não me sentia no direito de invadir a privacidade dela.
- Vó, ela era ameaçada por alguém?
- Não que eu saiba..
- Ahh.. Obrigado por ter vindo Vovó, obrigado por lembrar de mim.
- Eu sempre vou lembrar meu amor, e eu tenho uma surpresa, mas você só vai saber depois..
- Taa.. - digo rindo.

Ela me fez ir tomar banho, tomar sopa, ajeitar a casa, e ir andar na praça. O dia correu, e ocorreu de um jeito que não imaginei, e foi muito bom, nunca imaginei que ela viria aqui, me fez um bem enorme.
Vamos ao mercado, e vamos para casa, vejo um homem alto na porta da minha casa, de camisa jeans apertada, bem vistoso.

- Que estranho.. - eu digo.
- O que querida? - ela diz, e vamos nos aproximando mais.
- Não conheço esse rapaz que está na porta.
- Não? - ela diz mais estranha ainda.
- Vó, tô aqui faz um tempão, porque não atende o celular? - o garoto desconhecido está chamando a minha avó de vó. Ok. - Liana?! - ele diz.
- Sim. - eu digo desconfiada.
- Meu amor, não se lembra do seu primo, Bryan?
- Bryan? Não acredito! A gente não se vê a um ano e você já ta disse tamanho, eu nem te reconheci. - Eu o abraço. É meu primo Bryan, éramos muito próximos quando eu estava morando com a minha avó.
- Essa é a minha surpresa querida.
- Ah, que surpresa boa. Vamos entrar!!

Jantamos, conversamos, e o nosso final de semana maravilhoso se passa.

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