Fight For The Key

O segredo de Vivian Harved

Prefiro não andar de bengala, confio muito em mim mesma.

Eu ando com o pé firme, não quero cair, ou tropeçar.
Sigo o GPS do celular.. Sim, eu uso GPS sem dirigir.

- Licença, aqui é a biblioteca? - Eu Pergunto. Amo livros.
- Sim, deixe-me guia- la para a área de deficientes. - Diz a funcionária.

Ela pega em minhas mãos, sinto elas geladas, eu sinto que ela sente medo, não sei, é algo estranho.
Eu presto muita atenção, ouço tudo muito bem, aprendi a confiar em mim mesma, já fui muito enganada na infância.

Entramos em uma sala, e ela pede para que eu sente.
Fica silêncio, me sinto sozinha na sala.

- Oi? Não vai perguntar que livro eu quero? - eu digo.

- Não.

Escuto essa voz, estranho, tento imaginar quem esteja falando.

- Quem é? - eu começo a ficar nervosa. É a chave.
- Vou ser direta. Eu quero detalhes, informações, quero tudo, tudo que você souber, você vai trabalhar para mim, a partir de hoje, tá entendendo? E no final, eu contarei tudo a você. - É uma voz feminina.

- Por favor, me deixe ir. - eu choro.
- Não. Preciso de você e você e suas amigas precisam de mim!
Só te digo uma coisa; Quero o melhor para nós, mas se ficarem contra mim, as coisas não vão dá muito certo para vocês.. - Ela diz, sinto ela perto de mim.- Vivian, eu sou a chave, a verdadeira chave! Você não vai entender hoje, mas sim em breve.

Eu fico em dúvida, mas não tenho saída. E ela, a outra chave, meio que me convence, e sinto, mais um vez, eu sinto, que  tem muita coisa para ser descoberta por aí, e vou conseguir tirar muitas coisas dessa Chave.

- Então, o que você quer?
- Como Liana está?
- Bem. Ela está tentando seguir sua vida, depois de muitas perdas.
- Sei..  vocês tem recebido ameaças de alguém?
- Não.. Pelo o que eu sei não, eu não recebi nada. Sabe, você me pegou em um momento meio difícil da minha vida, eu estou temendo por ela, sabe? A chave tirou a vida de muitas pessoas, tenho medo de ser a próxima.
- Não, ela não vai te levar, eu que irei levá-la. - ela sussurra.
- O que você disse? - pergunto.
- Vivian, você não me conhece, e com certeza não confia totalmente em mim, mas, estamos fazendo um acordo aqui, você faz parte da minha equipe, eu vou te proteger.
- Você me ameaçou ainda agora, A Chave, é assim que devo te chamar?
- Que engraçada.. (risos).. Sim, deve me chamar assim, por enquanto, basta conquistar minha confiança,que te direi meu nome,  Vivian Harved. E não se preocupe. Fique a tenta, depois eu irei ao seu encontro, saber se você descobriu algo, mas, esse é nosso segredo.

Fico calada, e escuto uma porta fechar. Me levanto, escuto a porta abrir, vejo uma claridade lá no fundo, e escuto a voz da funcionária que me trouxe aqui anteriormente.

- Vou levá-la para biblioteca. - ela diz. Pega em minhas mãos e me leva.
- Posso te perguntar uma coisa?
- Sim. - Ela responde.
- Como ela é?
- Ah, isso eu não posso te dizer.

Ela me coloca na mesa, e some.

Penso, já faz mais de uma hora que estou sentada aqui, não paro de pensar na minha vida, e que fiquei em frente a verdadeira chave, ou falsa, não sei, tô  confusa.

- Com licença, eu, eu, eu sou estudante, da faculdade, aqui perto, é, eu percebi, que você tem deficiência visual, certo? - algum nerd fala.
- Sim. E uma prótese na perna.
- Então, eu estudo medicina, poderia me ajudar? Preciso fazer um trabalho, entrevistar alguém que já fez cirurgia, enfim, pode?
- Posso te chamar de doutor?
- Como desejar. - ele diz soltando um risada de nerd.
- Doutor.. ? - pergunto, curiosa até.
- Rubbens.
- Ah.. Doutor Rubbens, sente-se, sou sua paciente.

Agora minha tarde ficou boa..

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' Liana Marin!'

Pego o meu jantar e o das meninas, comida chinesa!

Sigo minha rota, o caminho de casa, depois de um dia andando por essa cidade, meus pés pedem descanso.

Eu escuto uma voz, conhecida, a cantar. Olho de longe, paro para prestar atenção e sim, é ele.

- Você está bebendo agora? Não acredito.. - Digo a Luan, aproximando dele.
- Um pouco.
- Se ajeite, vou me sentar aqui com você. Já jantou?
- Não, e você?
- Também não, tenho comida chinesa aqui, você quer?
- Ah, seria a melhor coisa, ter você novamente, em todos os momentos, sempre..
- Para tá? Se for para ficar falando essas coisas, sei lá, outro dia marcamos de jantar.
- Não, não, por favor. - ele diz, com o ar de  cansado. - Eu comprei um apartamento, minha mãe me mandou o dinheiro sabe, e, ele é simples, vamos para lá? Quero conversar com você, contar as coisas novas da minha vida.
- Vamos. Quero muito saber. - fico feliz por ver que ele está se reerguendo.

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Sentamos na varanda de sua casa, jantamos, bebemos um pouco, está tudo ótimo. Começa a chover, chover muito.

- Dorme aqui hoje. - ele diz.
- Oi? - fingo que não entendi.
- Acabei de ver que vai chover até amanhã cedo, e estou sem meu carro. Tome um banho, coloca um blusão meu, e pode dormir na minha cama, eu fico no sofá.

Eu não falo nada, meu silêncio foi mesmo que um sim.
Eu vou tomar banho, meu corpo pede, um banho bem relaxante.
Vejo na cama as roupas separadas, e as coloco, olho para cama e já deito como se fosse meu paraíso. Até que me sinto sozinha, triste, e lembro que o homem que mais me fez feliz estava ali, perto de mim, e eu estou aqui, no seu quarto.
Eu o chamo, peço para sentar na cama, e me falar suas novidades.

- Eu saí do apartamento do meu amigo, minha mãe está me ajudando muito, quer que eu volte a ser policial..

Policial. Me lembro dele, com seu uniforme, o quanto eu amava vê-lo com sua farda, honrando seu trabalho. Lembro de quando estávamos juntos, tudo eu lembro, ouço sua voz e lembro de nossos momentos, eu não aguento, eu o agarro, beijo ele, desesperadamente sim, que saudade..

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Acordo. Vejo no relógio; 08:45..
Sinto seus braços​ me envolvendo, reconheço sua mão, e lembro da noite que tivemos, como esquecer? Impossível.
Me viro, e ele está lá, como antes, ele fazia a mesma coisa antes. Me apaixono novamente, mas será que devo?

- Bom dia, minha Liana. - Luan diz, sorrindo.

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