Aqueles olhos

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O sol raiou.

Eu simplesmente não preguei o olho.
Meu pensamento não sai desse desafio que a chave me fez. Eu tenho em minha consciência que irei magoar alguém, em pro de minha vida, será egoísmo?
Eu posso me arrepender muito, mas eu não aguento me segurar, eu quero saber o que tem nesse livro, o que minha mãe nunca me contou, coisas que eu nunca sonhei, eu pensei que minha vida era "normal" mas, ela não é.

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Um dia antes.

Vivian

O telefone toca, e eu fico surpresa, pois ainda é cedo, quem estaria me ligando?

- Alô. - digo.
- Sou eu.
- Ah, eu tava dormindo tão bem. O que quer? Eu não sei de nada ainda.
- Vivian, amanhã vamos nos encontrar, ok? Tenho um plano, e vou lhe revelar algo para conquistar sua confiança.
- Ok. - conquistar minha confiança? Ok né. - Vamos nos encontrar aonde?
- A tarde, na biblioteca.
- Certo.
- Vá sozinha, e não conte a ninguém, Vivian.

E desliga.

Eu fico pensando, " conquistar minha confiança" ou seja, quer provar que é do bem? Será? Estou ansiosa.

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Eu aceito.

O desafio é de dar remédio para dormir para Vivian.
Pois assim dizia na carta;

" Os falsos eu coloco para dormir.   Entendeu Liana? Estou falando de Vivian."

Me dói fazer isso, mas é minha vida que está ali, naquele livro.

As meninas ainda dormem, e Bryan também, ele vai ficar um tempo aqui. Minha avó já foi, então vou fazer meu café.
A porta bate, e eu já posso sentir quem seja.

Ao abrir me deparo com um saquinho com o remédio dentro.
Com um bilhete;
" Tem de ser hoje. Se apresse."

Penso como irei dar isso a ela, e lembro que Brenda vai sair com Bryan de tarde, vão ao cinema juntos, então, vou fazer um lanche para mim e Vivian, assim, colocarei no seu suco, e assim que eu cumprir meu dever, vou estar a espera do que me foi prometido.

O tempo passa, Brenda e Bryan saem.
E eu vou para cozinha preparar o  lanche.

- Lia, eu vou sair, não se preocupe comigo, vou ao médico. - diz Vivian.
- Ah, sério? Porque não disse antes? - achei muito estranho, pois ela sempre me pede para ir com ela, ou diz um dia antes. Agora fico a pensar se ela está bem, ou se precisa mesmo ir ao médico, pois, " dopar " ela, sem saber se ela tá bem, sei lá, estou confusa agora.
- Sim Lia, ele me ligou pedindo para ir hoje, pois ele vai viajar semana que vem. Você está assando pão? Que cheiro bom.
- Sim, você quer um? Fiz suco de uva também, tá muito bom. - infelizmente, eu vou ter de fazer isso.
- Quero sim.
Ela se aproxima, e eu coloco dois pães assados no prato, ela se senta no banco que tem na nossa cozinha americana, e eu coloco o prato perto dela, assim que ela pega o pão, eu coloco o suco no copo e em seguida eu coloco o remédio no suco, e o coloco perto dela.
E ela toma o suco.
Fico parada, não acredito que tô fazendo isso com minha amiga.

- Obrigado Lia. Sair com a barriga vazia não é bom, agora eu estou indo. - ela se levanta.
- De nada, é verdade. - digo rindo.

Eu vou atrás dela, pois fico preocupada que ela caia.
Eu a sigo até a porta, e ela se vira.

- Li.. - e cai nos meus braços.

Eu coloquei uma dose alta, até demais.
Coloco ela em seu quarto, e saio.

Sento no sofá, e não sei nem o que sinto, é uma mistura de alívio com preocupação.

A tarde vai passando junto com as horas e eu fico olhando para meu celular de longe, a espera de uma resposta.

Penso várias vezes que minha amiga está dopada por minha causa. Que eu a enganei.

O celular toca. Corro para ver a mensagem.

" Parabéns. Eu sabia que você ia conseguir, afinal, esse foi fácil, você vai passar por outras coisas ainda.
Seu prêmio está no banheiro da  cafeteria Brown. Até mais.
A chave. "

Corro para a cafeteira.

Chegando lá, entro e me sinto perdida, o que vim fazer aqui? Que prêmio é esse?
Vou ao banheiro, e me olho no espelho, me sinto enganada, lavo o meu rosto, me sinto cansada dessa palhaçada toda.
Olho para o espelho e vejo uma carta na parede em cima do vaso sanitário, então, eu entro e fecho a porta, pego a carta da parede que parece ser antiga, e vejo que tem o nome de minha mãe nela, até que eu escuto um barulho, e na brechinha da porta, vejo que há uma pessoa me olhando, então eu grito, e tento abrir a porta para sair dali, mas não consigo, escuto que a pessoa está saindo dali.
Quando consigo abrir a porta, vejo que está tudo jogado e sujo, saio correndo, e pergunto para todos como era a pessoa que saiu correndo, mas ninguém sabe me dizer, eles estão mais assustados do que eu, então eu desisto e saiu da cafeteria.
Olho para os lados, e a única coisa que penso é naqueles olhos.

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Fight For The KeyOnde histórias criam vida. Descubra agora