Acredita em mim

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O dia começou.

Vou me trocar para ir ao hospital ver Luan. Hoje eu estou com muita esperança te trazer ele para casa.
Eu faço o café para o par de pombinhos que não se desgrudam ..
Me arrumo, e ao abrir a porta para sair, vejo uma carta;

" Se eu sumir, não der notícias, vá atrás de mim. Acredita em mim!
E.B. "

Eu respiro fundo, guardo a carta, e vou para o hospital.

Quando eu chego lá, vejo Luan, em pé. Está vestido com roupa de hospital, o rosto bem acabado, com uma bandeja de comida na mesa que ele nem sequer beliscou.

- Oi meu amor. Como você está?- eu digo colocando a bolsa em cima dá cadeira.
- Fui traído, pela pessoa que mais amava.
- Oi?
- Todos aos meu redor, são falsos.
- Do que você está falando, Luan?
- SAIA DAQUI, NÃO QUERO OUVIR TUA VOZ! - Ele grita!
- O que está acontecendo aqui? Você está louco?
- VAI EMBORA!
- Você me quer longe? - eu choro.- Cara, eu nem dormi essa noite pensando em você, eu acordei cedo, ajeitei nosso quarto para te receber, fiz a comida que você mais gosta, eu não pisquei um olho pensando em você, como se eu não te visse a anos atrás, e você me quer longe?
- Por favor. Eu já desobedeci uma vez, não vou desobedecer de novo..
- Como assim?
- VAI EMBORA!
- Amor, acredita em mim!
- SAI.

Assim que me viro, enxugando as lágrimas, vejo Aria na maca, sendo carregada as pressas com Heitor, eu corro atrás.

- O que houve? - Eu Pergunto e ele para, pois não pode entrar na sala, ele se vira e vem a minha direção chorando.
- Ela piorou Liana. Piorou muito. Os remédios não fazem mais efeitos.

Ele diz soluçando, eu o abraço, e começo a chorar também, quando vejo, Luan está na porta, nós olhando de longe, e quando ele me vê se vira, e fecha a porta.

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Nós ligamos para os pais dela, e infelizmente, o quadro está péssimo.
Já se passaram alguns dias, e estamos revezando aqui.
Eu vejo Luan, somente de longe. Fui proibida de vê-lo, pois eu estou "atrasando" sua melhora. Ele me vê, e age como um louco. Eu estou muito triste com meu Luan.

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  O Dia 10 de Setembro.

Estamos todos reunidos na sala de espera. Aria fez um cirurgia, para ajuda-la. O seu Parkinson está grave demais, ela não responde aos medicamentos, e essa é a única saída. Pois, vê-la tremer, babar, ter desmaios, confusão, alucinações, dói muito!

Passasse horas e horas, estamos na expectativa. Luan me olha de longe, na porta do seu quarto.
Vou ao refeitório, compro café, comida, qualquer coisa que passe essa ansiedade. Quando eu volto, estão todos ao redor do médico, então eu corro, para saber a noticia.
Aumento meus passos, e quando chego perto, a mãe de Aria desmaia. Heitor coloca a mão na cabeça, o pai de Aria, tenta segurar sua mulher, e a cara do médico, é a pior de todas. Eu já sei o que houve. Eu paro naquele corredor, o copo de café cai no chão, e eu me sinto em um mundo só meu.
Lembranças aparacem em minha mente. Coisas que nem me lembrava mais. Vejo eu, Ella e Aria correndo na grama de tarde. Vejo nos três na casa de Aria brincando de bonecas, eramos uma família! Vejo a primeira vez que andei de bicicleta sozinha, e ela e Ella me ajudaram. As nossas noites de pijama, que prometiamos nunca nos separarmos, que seríamos uma família sim! Elas seriam tias dos meus filhos, e eu dos delas. A promessa de morar juntas, casar juntas, comprar roupa juntas. São as minhas irmãs, as que eu nunca tive, literalmente.
Quando elas se foram, eu fui a que mais sofri. Mas hoje, quando Aria, a pequena Aria e mais doce Aria se foi, todos nós estamos sofrendo. Eu vejo, ela vindo em minha direção, com seus cabelos ruivos, tão pequena, e linda. Ela vem e me abraça, e diz que vai me ajudar sempre, pois somos irmãs, e mais, ela diz que me ama, e que minha vida, há de melhorar.

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Fight For The KeyOnde histórias criam vida. Descubra agora