Os gregos antigos propuseram que a matéria do universo é composta por
partículas mínimas e indivisíveis, que denominaram átomos. Assim como em uma
língua alfabética as incontáveis palavras são o resultado de um enorme número de
combinações de um pequeno número de letras, eles supuseram que a grande
variedade de objetos materiais também fosse o resultado das combinações de uma
pequena variedade de partículas ínfimas e elementares. Foi uma suposição
clarividente. Mais de 2 mil anos depois, ainda acreditamos nela, embora a identidade
dessas unidades fundamentais tenha sofrido numerosas revisões. No século XIX os
cientistas demonstraram que muitas substâncias familiares, como o oxigênio e o
carbono, tinham um limite mínimo para o seu tamanho. Seguindo a tradição dos
gregos eles os chamaram átomos. O nome ficou, embora a história tenha revelado
que ele era inadequado, uma vez que hoje sabemos que os átomos são divisíveis.
No começo da década de 30, o trabalho coletivo de J. J. Thomson, Ernest
Rutherford, Niels Bohr e James Chadwick já havia consagrado o modelo que
assemelha o átomo a um sistema solar e que todos nós conhecemos bem. Longe de
ser os constituintes mais elementares da matéria, os átomos consistem de um
núcleo que contém prótons e nêutrons e é envolvido por um enxame de elétrons
orbitantes.
Durante algum tempo os físicos acreditaram que os prótons, nêutrons e
elétrons fossem os verdadeiros "átomos" dos gregos.Mas, em 1968, experiências
de alta tecnologia feitas no Stanford Linear Accelerator Center (Centro do Acelerador
Linear de Stanford) para pesquisar as profundezas microscópicas da matéria
revelaram que os prótons e nêutrons tampouco são "indivisíveis". Descobriu-se que
eles são formados por três partículas menores chamadas quarks — nome
imaginativo, tirado de uma passagem de Finnegans Wake, de James Joyce, e dado
pelo físico teórico Murray Gell-Mann, que anteriormente já propusera a sua
existência.
As experiências confirmaram ainda que os quarks apresentam-se em duas
variedades, que receberam os nomes, algo menos criativos, de up e down. Um
próton consiste de dois quarks up e um down; um nêutron consiste de um quark up e
dois down. Tudo o que se vê no mundo terrestre e naabóbada celeste parece ser
feito de combinações de elétrons, quarks up e quarks down. Não existe nenhuma
indicação experimental de que qualquer uma dessas três partículas seja formada por
algo ainda menor. Mas muitas experiências indicam que o universo conta também
com outras partículas de matéria. Em meados da década de 50, Frederick Reines e
Clyde Cowan comprovaram experimentalmente a existência de uma quarta espécie
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O universo elegante
RandomEsse é um livro científico, porém eu recomendo também para leigos, por usar analogias diversas e procurar expor da maneira mais clara possível algumas das idéias dos maiores contribuintes da física e da matemática , além de expor claramente a loucur...