O EFEITO DO MOVIMENTO SOBRE O ESPAÇO

19 2 1
                                    


A discussão anterior revela que qualquer observadorpercebe que os relógios

que se movem marcam o tempo com mais vagar do que oseu — isto é, que o

tempo é influenciado pelo movimento. Daí a admitirmos que o movimento exerce um

efeito igualmente importante sobre o espaço é questão de dar apenas mais um

passo. Voltemos a Crispim e Joaquim na pista de corrida. Quando estava na loja de

automóveis, como vimos, Crispim mediu cuidadosamente o comprimento do seu

carro com uma fita métrica. Mas enquanto ele dirigeem alta velocidade na pista,

Joaquim, que observa de fora, não pode usar o mesmométodo para medir o

comprimento do carro. Ele tem de proceder de uma maneira indireta. Uma

possibilidade, como indicamos antes, é a seguinte: Joaquim aciona o cronômetro

exatamente quando o pára-choque dianteiro do carro passa à sua frente e o

interrompe exatamente quando passa o pára-choque traseiro. Multiplicando o tempo

marcado pela velocidade do carro ele determina o seu comprimento.

Usando os nossos conhecimentos recém-adquiridos a respeito das sutilezas

do tempo, verificamos que, da perspectiva de Crispim, ele está estacionário

enquanto Joaquim se move e, portanto, Crispim percebe que o relógio de Joaquim

anda mais devagar. Em conseqüência Crispim se dá conta de que a medição

indireta de Joaquim dará um resultado menor do que o que ele mesmo obteve na

loja de automóveis, uma vez que, em seu cálculo (o comprimento é igual à

velocidade multiplicada pelo tempo transcorrido), Joaquim está medindo o tempo em

um relógio que anda devagar. Se ele anda devagar, otempo transcorrido que ele

marca será menor e o resultado final será um comprimento menor.

Desse modo, Joaquim perceberá que quando o carro deCrispim está em

movimento o seu comprimento é menor do que quando está parado. Esse é um

exemplo de um fenômeno geral, pelo qual os observadores percebem comprimentos

menores nos objetos que se movem. As equações da relatividade especial, por

exemplo, mostram que se um objeto se desloca a cerca de 98 por cento da

velocidade da luz, um observador estacionário o verá oitenta por cento mais curto do

que se estivesse em repouso. 

O universo eleganteOnde histórias criam vida. Descubra agora