NECESSIDADE DE UMA TEORIA NOVA: RELATIVIDADE GERAL VERSUS MECÂNICA QUÂNTICA

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A compreensão que temos do universo físico aprofundou-se durante os

últimos cinqüenta anos. Os instrumentos teóricos damecânica quântica e da

relatividade geral permitem-nos compreender e prever acontecimentos físicos desde

as escalas atômica e subatômica até as das galáxias, dos aglomerados de galáxias

e da estrutura do próprio universo. Essa é uma realização monumental. É

extraordinário que seres confinados a um planeta que orbita uma estrela prosaica

nos confins de uma galáxia bastante comum tenham conseguido, por meio do

pensamento e da experiência, descobrir e compreender algumas das características

mais misteriosas do universo físico. Além do que, os físicos, por sua própria

natureza, não se satisfarão enquanto não desvendarem os fatos mais profundos e

fundamentais do universo. Stephen Hawking se referiu a isso como o primeiro passo

no rumo do conhecimento da "mente de Deus".

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Está cada vez mais claro que a mecânica quântica e a relatividade geral não

chegam a alcançar esse nível mais profundo do conhecimento. Como os seus

campos de aplicação são normalmente tão diferentes,na grande maioria dos casos,

ou se aplica a mecânica quântica, ou a relatividadegeral, mas nunca as duas em

conjunto. Em certas condições extremas, no entanto,em que os objetos têm

grandes massas e são muito pequenos — como no pontocentral de um buraco

negro, ou no próprio universo no momento do big-bang, para dar dois exemplos —,

precisamos tanto da mecânica quântica quanto da relatividade para o entendimento

correto. Mas, tal como acontece com a pólvora e o fogo, quando tentamos combinar

a mecânica quântica e a relatividade geral, a uniãogera catástrofes violentas.

Problemas bem formulados produzem respostas sem sentido quando associamos as

equações das duas teorias. A forma mais freqüente que tomam esses absurdos é

que o resultado obtido para a probabilidade de ocorrência de um processo não seja,

por exemplo, de vinte por cento, ou de 73 por cento, ou de 91 por cento, mas sim o

infinito. Ora, qual é o significado de uma probabilidade maior do que um? Ou, pior,

de uma probabilidade infinita? Somos forçados a concluir que há algo de errado.

Examinando cuidadosamente as propriedades básicas da relatividade geral e da

mecânica quântica, podemos verificar que realmente há algo de errado. 

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