A maioria das pessoas que estuda a relatividade geral se apaixona pela sua
elegância estética. Substituindo a visão newtonianafria e mecanicista do espaço e
da gravidade por uma descrição dinâmica e geométrica que leva a um espaço-tempo curvo, Einstein incorporou a gravidade à contextura básica do universo. Em
vez de aparecer como uma estrutura adicional, a gravidade se torna parte integrante
do universo no seu nível mais fundamental. O efeitode dar vida ao espaço e ao
tempo, permitindo que eles se encurvem, se empenem e ondulem, resulta no que
comumente chamamos de gravidade.
Deixando de lado a estética, o teste definitivo de uma teoria física é a
capacidade de explicar e prever com precisão os fenômenos físicos. Desde a sua
apresentação, no final do século XVII, até o começodo século XX, a teoria da
gravitação de Newton passou com honras em todos os testes. Seja com relação a
uma bola lançada ao ar, um objeto que cai, um cometa que se aproxima do Sol ou
um planeta que desliza em sua órbita, a teoria de Newton proporciona explicações
extremamente precisas para todas as observações e previsões, as quais foram
verificadas inumeráveis vezes em situações as mais distintas. A motivação para que
se questionasse essa teoria tão bem-sucedida experimentalmente foi, como
ressaltamos, a transmissão instantânea da força da gravidade, que entrava em
conflito com a relatividade especial. Embora fundamentais para a compreensão
básica do espaço, do tempo e do movimento, os efeitos da relatividade especial são
extremamente diminutos no mundo das velocidades baixas em que vivemos. Do
mesmo modo, os desvios entre a relatividade geral de Einstein — uma teoria da
gravitação compatível com a relatividade espacial —e a teoria da gravitação de
Newton também são extremamente diminutos na maior parte das situações comuns.
Isso é bom e é mau. É bom porque uma teoria que vise a suplantar a teoria da
gravitação de Newton tem a obrigação de concordar com ela quando aplicada às
áreas em que a velha teoria passou no teste da verificação experimental. É mau
porque se torna muito difícil discriminar experimentalmente entre as duas teorias,
uma vez que isso requer medições de enorme precisãoem experiências que têm de
ser particularmente sensíveis às divergências entreas duas teorias. Se você chuta
uma bola, tanto a gravidade newtoniana quanto a einsteiniana são capazes de
prever onde ela tocará o solo. As respostas serão diferentes, mas as diferenças
serão tão mínimas que não poderão ser detectadas pela grande maioria dos nossos
instrumentos. Seria preciso fazer uma experiência mais sutil, e Einstein a sugeriu.'°

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O universo elegante
RandomEsse é um livro científico, porém eu recomendo também para leigos, por usar analogias diversas e procurar expor da maneira mais clara possível algumas das idéias dos maiores contribuintes da física e da matemática , além de expor claramente a loucur...