Chuva?

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Por Lucy.

Eu realmente não tenho como descrever a sensação que tomou conta de mim assim que coloquei os pés para fora daquela sala de jantar. Finalmente eu estava livre e longe de todos aqueles olhares febris e não precisava mais policiar cada movimento, por menor que seja. Não posso negar, eram ótimas pessoas, mas eu não aguentava nem mais um segundo ser a atração principal do show.

E além do mais, tinha Ian, que por algum motivo desconhecido resolveu ser o cara mais encantador do Universo. Naquela noite, algo nele estava me roubando o fôlego. E bom, eu até sabia o porquê. Mas eu não podia nem olhar para ele sem que meu coração disparasse descontroladamente.

Longe da casa, encontrei um banco de madeira escura no meio do jardim. Sentei-me, relaxando o corpo. Era tão confortável que eu dormiria ali por horas. Mas quem dormiria com aquela vista diante de si? A piscina com luzes no fundo, o céu imenso como teto, a grama recém cortada cheirando a terra. Como eu amava aquele aroma de grama úmida. Fechei meus olhos para sentí-lo com mais vivacidade.

- Me trocou por um cochilo?

Dei um salto no banco e meu coração quase parou quando a voz risonha de Ian soou próxima a meu ouvido.

- Você me assustou, garoto. - Respirei fundo. - E não estava dormindo, estava admirando. É tão lindo, não sei como teve coragem de sair dessa casa.

Ele olhou a nossa volta e deu um meio sorriso, ainda de pé.

- Liberdade, Lucy. Acho que você entende.

Na verdade, eu entendia perfeitamente. Ian se ajeitou ao meu lado, observando o jardim à meia luz. Eu daria tudo para saber o que ele estava pensando.

Seus olhos azuis se fixaram em mim e para ser mais específica, na minha boca. E depois, meu corpo inteiro antes de voltar aos meus olhos.

- Quero te fazer uma pergunta. - Começou, como se fosse uma ordem. - É uma resposta simples para uma pergunta simples, então, por favor, não complique.

- O que é? - Arqueei as sobrancelhas enquanto sentia um arrepio percorrer meu corpo.

- Você tá tão na minha quanto eu tô na sua?

Meu coração disparou. Senti um aperto na altura das costelas que deixou minha respiração suspensa. Desviei-me de seu olhar, era demais para mim. Minhas pernas amoleceram e me senti aliviada por estar sentada. Com o canto do olho vi que Ian ainda me encarava. Mas eu não podia me dar ao luxo de fazer o mesmo. Não correndo o risco de me jogar em seus braços e pedir que ele me levasse pro seu quarto. Por Deus, eu não podia fazer aquilo. Ou será que... Ou será que podia?

- Ah, Lucy, qual é. Eu disse pra não complicar. Sim ou não? - Insistiu.

Eu estava sem saída, encuralada. Exatamente como na vez em que ele me prendeu contra o ármario no vestiário feminino. A única diferença é que agora, tudo está embaralhado. Eu ouvia suas palavras horríveis se misturando com seus beijos, suas grosserias de cafajeste intercalando com sua risada leve. Pu/ta merda, Karen Lucille Hale. Já esqueceu quem é o monstro da história? Ele é o monstro. Você se esqueceu disso assim tão fácil?

Eu ia enlouquecer e aquele maldito formigamento no corpo inteiro, aliado ao nó na barriga, não estavam ajudando em nada.

Ian então cansou de esperar e estendeu sua mão, suavemente afastou uma mecha do meu cabelo que fugia acima da orelha e virou meu rosto para si.

- Por que foge tanto de mim? - Perguntou, franzindo a testa.

- É uma pergunta difícil.

Seus dedos corriam lentamente pela minha nuca e isso estava me tirando do controle. O contato físico era angustiante.

- Você não vale nada. - Inclinei o pescoço.

- Eu nunca disse que prestava. - Ele disse em meio a um sorriso.

Cheguei mais perto e nossos rostos quase se tocaram. Senti sua respiração acelerar a cada segundo e acariciei seus cabelos grossos e ondulados. Seus lábios úmidos eram um convite ao pecado e logo estavam distribuindo pequenos beijos pela minha face corada, em torno de minha boca, aproximando nossos lábios. Ele me provocou de tal maneira que me fez segurar em seu rosto e fazer nossas línguas se encontrarem.

Colei meu corpo ao de Ian e não quis mais saber de nada. Que se danem meus temores, a única coisa que eu conseguia pensar era em como precisava daquilo. Não tinha porque resistir, por mais que eu quisesse, não conseguia mais voltar atrás. Nossas peles se esfregavam uma na outra com uma energia crescente, até que Ian me puxou pelos cotovelos, me fazendo sentar em seu colo, de frente para ele. Encaixei as coxas em volta de seu quadril e o vestido subiu, deixando suas mãos deslizarem por minhas costas, coxas, bun/da. Me afastei por um instante e num movimento decidido, desabotoei sua camisa e toquei seu peito nu. Ele me olhou com um sorriso safado e me puxou para um beijo ainda mais quente.

Cada pedacinho meu, cada célula, cada átomo pulsava com seu toque, meu corpo gritava sua necessidade por Harding.

É, eu estava ferrada e não conseguia sequer me importar com isso. Eu o desejava demais para pensar nisso.

- Eu te quero pra cara/lho, pequena. - Ian disse com os olhos fechados e a voz rouca, carregada de desejo. - Não posso mais suportar, eu preciso ter você.

Nada nos impedia. Estávamos só nós dois e o nosso desejo mútuo.

- Então vê se não perde tempo falando. - Sorri e o beijei novamente.

Não tinha porque adiar o que era inevitável. Eu teria a vida inteira para me arrepender disso.

Mas... O que é esse molhado em nossos corpos contrastando com o calor da minha pele? De onde essas gotas estão vindo? Isso é chuva?

Desculpas pela demora pessoinhas, mas está aí um capítulo novinho, logo, logo terá o hot.

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