Viciante

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Por Ashley.

A festa só começou mesmo depois da meia noite. Em outras palavras, quando todo mundo começou a ficar bêbado. A tal da garota nova de Ian já tinha sumido, mas os cochichos não pararam porque ele foi junto. Isso era ruim, bem ruim e estava se refletindo em Lucy. Quando ele voltou, eu pensei que eles se resolveriam. Mas ela voltou mais decidida ainda a ficar bêbada.

- Oi, Lucy. - Tyler murmurou ao lado dela. - Posso roubar sua companhia de dança um pouquinho?

- Não, não pode. - Respondi rindo.

- Perguntei para Lucy. - Ele esticou a mão, mas também riu. - Não se mete aqui, Benzo.

Soltei um tapa estalado e senti Lucy empurrar Tyler pelas costas até que ele tivesse estupidamente próximo a mim e nos deixou sozinhos. Que coisa mais ginásio.

- Por que você abusa do direito de ser gostosa? - Ele umedeceu os lábios e jogou uma mecha do meu cabelo para trás.

Cerrei os olhos e segurei a ponta do seu queixo, aproximando nossos rostos.

- Porque eu gosto dessa sua cara de safado toda vez que me olha.

Ele reprimiu um sorriso.

- E o que vai fazer a respeito? - Sussurrou.

- Continuar sem limites até te enlouquecer.

Eu sentia ondas de choque percorrerem todo meu corpo cada vez que ele deslizava a língua pelos lábios me lembrando o quanto eles eram maravilhosos.

Ele era maravilhoso e só me fazia querer mais.

Eu tava me metendo em um grande problema. Céus, eu não tô nem aí pra problema nenhum se ele se chamar Tyler Blackburn.

Os olhos escuros banhados de desejo eram convites para a luxúria que eu não recusaria.

Nem hoje e nem em mil anos.

Com a ponta dos dedos ele levantou levemente a barra do meu vestido, alisando bem lentamente entre as minhas coxas.

- Eu odeio quando faz isso. - Mordi meu lábio inferior, impedindo um gemido.

- Odeia, é? - Tyler abriu um largo sorriso e juntou nossos corpos.

Meu mundo estava girando e eu não sabia mais nem onde estava, eu só conseguia me concentrar nos seus olhos e na sua maldita lentidão excitante.

- Tyler, vão começar a olhar pra gente.

- Vamos subir? - Seus olhos brilharam de malícia. - Eu ainda quero te ouvir gemer bem alto.

Como esse filho da puta fala essas coisas assim na minha cara? Merda.

Ele olhou para os dois lados para ter certeza de que não haviam olhares em nós mas nem precisava. Ninguém prestava atenção em nós, estavam bastante ocupados pra ficarem nos observando.

E como se esperassem uma deixa, as luzes se apagaram e o som ficou mais alto. Isso não pode ser um bom sinal.

E então ele riu de lado enfiando dois dedos dentro da minha calcinha.

Mas que porra. Meu coração dava cambalhotas no meu peito enquanto ele os movimentava sem pressa alguma.

Eu podia sentir as gotas de suor escorrendo pelas minhas costas. Meu Deus, obrigada por ninguém estar vendo isso.

Eu jamais pensei que precisaria tanto ser tocada por ele como agora. Tinha que ser justamente Tyler Blackburn a causa desse doloroso desejo? Sério mesmo?

- Adoro você molhadinha, loira. - Tyler sussurrou um gemido baixo próximo ao meu ouvido, mordiscando levemente a volta do meu maxilar. - Deixa eu matar sua vontade.

Puta que pariu.

Enlacei meus braços em seu pescoço acariciando seus cabelos e fechei os olhos mordendo fortemente meus lábios, acompanhando mentalmente o ritmo de seus dedos.

- Vamos subir. - Pedi.

Ele me girou rapidamente me abraçando por trás e quando me dei conta estávamos no banheiro.

Meu corpo pressionado sobre a porta de madeira e suas mãos ágeis tocando cada parte não exposta pelo vestido. Sua respiração quente me fazia estremecer e minhas unhas começavam a fazer marcas em seu pescoço. Seus lábios estavam manchados de batom e os olhos com uma nuvem de tesão.

Ele me ergueu em seus braços envolvendo minhas pernas em sua cintura me fazendo sentir o quanto me desejava.

Eu nunca seria capaz de descrever a sensação de ter Tyler dentro de mim. Era mortalmente delicioso.

Seu rosto tenso enquanto se empurra cada vez mais fundo, o suór em seu corpo, a voz fraca e rouca, o olhar sempre fixo no meu.

Ele era perigosamente viciante.

E eu estava estupidamente viciada.

Viciada em seu cheiro e no jeito que ele sorria cada vez que me ouvia gemer seu nome.

Isso não poderia ter um fim. Nunca.

Ele apertou firme minhas coxas quando, juntos, alcançamos nosso ápice.

Eu ainda queria mais. Não sei quando seria suficiente. Provavelmente nem tão cedo.

- Cê não faz ideia do quanto é gostosa. - Tyler arfou.

Eu gargalhei de sua expressão.

- Você até que é bem gostosinho. - Soltei um selinho em seus lábios vermelhos. - Mas acho que devemos voltar agora.

Ele fez um biquinho, resmungando.

- Eu quero mais.

- Você terá. - Sorri, maliciosa. - Depois.

Tyler bufou e assentiu. Eu adoraria ficar mais um pouco. E como. Mas tinha uma festa rolando lá fora e eu podia aguentar algumas horas.

- Você é bem quente, policial. - Sussurrei em seu ouvido, o abraçando por trás enquanto ele arrumava sua fantasia.

- Ash, Ash... - Ele riu pelo nariz.

- Ok, parei.

Por alguns minutos foquei minha atenção no reflexo no espelho. Até que não estava tão ruim. Meu cabelo ainda estava apresentável e meu vestido apesar de estar amassado, ainda parecia em ordem.

Mas pela primeira vez, não era meu look ou minha maquiagem que me importava. Era aquele brilho nos meus olhos. Eu nunca os tinha visto antes. E era um pouco... Assustador. E estranho.

Atrás de mim, ele me olhava com um sorriso de lado e cenho franzido. Algo nele também parecia diferente. Era intenso, meio intimidante.

- Você tá linda, como sempre. Vamos!

Pisquei algumas vezes seguidas e sorri, retocando o gloss. Os copos de cerveja deviam estar fazendo efeito. Era a única razão óbvia para os pensamentos loucos que eu estava tendo. Impossível que eu tivesse mais do que sexo com Blackburn.  Completamente impossível.

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