Querer não é poder

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Matatona: 1/?

Por Lucy.

Minha única vontade era passar o resto do dia deitada na cama e de preferência sem pensar em Ian e em tudo aquilo. Mas eu não podia nem ficar ali nem impedir que um bombardeio de lembranças me atormentasse. Primeiro porque eu ainda tinha um roteiro a seguir, e segundo porque eu tava ainda mais convencida de que Ian Harding merecia ter seu coração esmagado e o prazer seria todo meu.

Ele é pós-graduado em cafagestagem mas ainda não me conhece e muito menos sabe do que sou capaz.

Mas afinal, onde eu estava com a cabeça quando achei que isso tinha algum futuro? Pelo amor, ele é só um cara qualquer que acha que pode tudo. Idiota.

Mary recebeu minha ligação super contente e não conteve os gritinhos de empolgação quando eu disse que iria até lá e quando cheguei então, nossa, não tive tempo nem de dizer oi. Ela me abraçou calorosamente e me arrastou pra cozinha enquanto dizia que tinha feito um bolo especialmente pra mim, enquanto me aguardava. Era uma graça de tão espontânea.

- Espero que goste, querida.

E estava realmente uma delícia. Conversamos entre sorrisos e risadas, mas meu desconforto quando ela perguntou por Ian não passou despercebido. Mary apenas assentiu sem fazer nenhuma pergunta e sorriu, amável. Eu gostava dela e de verdade, não sabia como uma mulher tão incrível tinha um filho tão babaca.

- Vou buscar seu vestido. E coma esse bolo. - Ela disse antes de sair enquanto falava e gesticulava sozinha. Ri assentindo, Mary não existia.

- Olha só quem está aqui.

Eu reconheci a voz irritante de Paloma antes mesmo dela se sentar no banco a minha frente. Ian até tentou me enrolar com aquele papo de prima de consideração, mas eu sabia muito bem o que tinha rolado entre os dois.

- Não demorou muito dessa vez. - Comentou enquanto pegava uma maçã na fruteira. - Sabe, o pé na bun/da.

A gargalhada dela ecoou pela cozinha e me fez trincar os dentes. Ah, se ela soubesse que estou prestes a explodir...

- Esse meu priminho é mesmo um...

- Cala essa boca. - A interrompi, me levantando.

- Tão tolinha, meu Deus. - Disse, dando uma mordida na maçã.

Revirei os olhos, enojada, enquanto ela me encarava com um sorrisinho presunçoso no rosto. Era bem o tipinho de mulher que Ian pegava mesmo.

- Sério mesmo que você achou que tinha chances, Lucy? Não dou nem mais um dia pra ele me procurar.

- Ou talvez não.

Ela riu, debochada, provavelmente achando que me causava ciúmes.

- Você não é a única vadia da redondeza. - Sorri, irônica. - E aposto que vadias que não se importam em serem tratadas como um pedaço de carne, serem usadas e cuspidas por babacas como o Ian devem ter aos montes por aí.

Ela caminhou até mim visivelmente desconcertada e perguntou entredentes:

- O que você disse?

- Veja bem, vou ser um pouquinho mais específica, já que você deve fazer mais o estilo pu/ta sem cérebro. - Fingi simpatia, sorrindo. - Como você existem várias, Paloma. E bom, acho que ele vai preferir carne nova.

- Você se acha muito inteligente, não é? - Disse cerrando os olhos. - Você não é grande coisa, é só mais uma coitada que ele usou e que nem pra ser a vadia dele serve, tanto que ele já te dispensou.

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