Paradisíaca

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Por Ian.

Isso não tá acontecendo. Não tá acontecendo, não comigo. Que po/rra era aquela molhando a gente? Começou a chover logo agora que eu tô quase...

- Ian! - Lucy me empurrou pelo peito e olhou pra cima. - Ian, vamos sair daqui, tá chovendo.

- Não importa, gata. - Sussurrei, envolvendo a mão em sua nuca. - Vou adorar ter você molhadinha pra mim.

- É sério, Ian. - A morena levantou do meu colo e riu, cobrindo o rosto com a mão. Já estávamos começando a ficar bem molhados e o cabelo de Lucy voltava a sua forma natural e ondulada.

Levantei do banco e ela riu ao me ver excitado. Queria o que? Olhei em volta e demorei exatamente cinco segundos até perceber que aquela água não era chuva. Era a merda do irrigador.

- Quem ligou essa porcaria? - Rosnei, escondendo a cara encharcada com a mão.

Lucy gargalhou e me segurou pela mão, me puxando enquanto corria. Entramos novamente na sala de jantar e todos nos encararam confusos.

- Céus, o que houve? - Perguntou mamãe.

- Está chovendo? - Meu pai automaticamente olhou pela janela e viu que o céu ainda estava estrelado e sem nenhuma nuvem.

- Foi o irrigador. - Murmurei, abrindo o primeiro botão da camisa, que estava completamente colada ao meu corpo.

- Vamos lá para cima, vou pegar roupas secas antes que os dois caiam de cama. - Mamãe levantou e olhou educadamente para os convidados. - Com licença.

Todos assentiram enquanto ela caminhava até a escada longa que dava no segundo andar, aonde ficavam os quartos. Eu a segui, segurando a mão de Lucy e reparei que Paloma não estava na mesa.

- Ian, não precisa. Eu só quero ir pra casa. - Sussurrou Lucy, enquanto subíamos a escada.

- Claro que precisa, não vou deixar você ficar doente. - Sussurrei como resposta. - E mesmo que você queira e que até eu, por algum milagre, deixe você ir embora assim, Dona Mary nunca deixaria.

E Lucy sabia disso, porque apertou os lábios um contra o outro e assentiu. A porta do meu quarto estava aberta, então eu sabia que mamãe estava lá.

Entramos e vimos minha mãe andando de um lado para o outro no quarto, enquanto pegava duas toalhas, camisas e shorts.

- Posso emprestar uma roupa minha se quiser Lucy, mas acho que se sentirá mais confortável com as roupas de Ian.

- Com certeza. - Lucy deu uma risadinha e eu sorri de lado.

- Quando acabarem de trocar de roupa, entreguem para Carmen, ela colocará para secar. - Instruiu mamãe e eu assenti. - Direi a todos que vocês lamentam muito e que não poderão voltar para o jantar.

Uau, até minha mãe tava conspirando? É disso que eu gosto.

- Obrigada, Mary. - Lucy agradeceu.

- Não precisa agradecer, querida. Ian, mostre a menina onde fica o banheiro, seu mal educado.

Dei um sorriso e mandei um beijo no ar.

Ela nos deu um sorriso de felicidade e logo depois saiu do quarto, encostando a porta.

- O banheiro fica ali. - Apontei com o dedo. - Mas você pode ficar a vontade e trocar de roupa aqui mesmo, eu juro que não vou espiar.

- Como mente. - Lucy riu e caminhou até minha cama, onde estavam empilhados as duas toalhas e as roupas.

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