Lobo mau

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Por Ian.

Acompanhei com todo o desejo do mundo as gotinhas de suor que escorriam pelo decote maravilhoso daquele vestidinho vermelho e se enterravam nos peitos de Lucy. Eu queria tanto sentir o gosto que elas tinham.

O pior era saber que eu estive tão perto, tão perto de ter novamente o cheiro dela colado no meu corpo e perdi essa oportunidade. Eu nunca ia me perdoar por isso, nem em mil anos. E vê-la ali, dançando tão próxima a mim, rebolando aquela bunda não ajudava nem um pouco na minha superação. Por que ela tinha que usar aquele vestido tão curto? Por que tinha que ser toda a fonte do meu desejo e do meu tesão?

"Fecha a boca", pensei e me ajeitei na cadeira do bar. Ainda bem que eu estava sentado, ou todo mundo ia perceber o que Lucy estava me causando.

Eu não era capaz de olhar para nenhuma outra garota, por mais que elas estivessem quase implorando por um pouco de atenção. E quem tava ali, dançando sem sequer olhar para mim, tinha todo o meu desejo.

- Viu a Troi?

- Que? - Virei totalmente alheio para Keegan.

- Que foi, você... - Ele seguiu meu olhar e então, entendeu porque eu estava quase babando ali. - Caralho, não dava para ser mais óbvio.

- O que você quer? - Revireis os olhos.

- Deixa, já encontrei. - Keegan bateu em meu ombro e sumiu rapidamente.

Voltei a olhar na mesma direção, mas Lucy já tinha sumido, e ali só estavam Ash e Ty conversando e quase se pegando.

Comecei então uma busca frenética pelo local, quase levantando para ver melhor.

Droga, ela tinha sumido! Como alguém consegue evaporar assim em questões de segundos?

- Merda. - Resmunguei antes de levantar e caminhar atrás dela.

Fui tirando aquele monte de bêbado do meu caminho, que se contorciam ao som da música eletrônica mais irritante que eu já ouvi. Acho que estou ficando velho, porque ando odiando essas festas. Ainda mais tendo que cuidar da bêbada mais linda dessa cidade.

- Pega leve, gata. - Ouvi Brant murmurar e então percebi que ela estava ao seu lado no balcão da cozinha. E pior, virando uma garrafa de vodka dentro de um copo.

- Que é, vai querer me controlar também?

Ela deu uma risada e o babaca, em vez de arrancar a garrafa da mão dela, deu risada junto. O que eu podia fazer além de intervir?

- Para com essa porra. - Puxei a garrafa de sua mão, colocando em cima do balcão da cozinha.

Lucy levantou os olhos para mim, balançando os pés no alto e levou o copo quase cheio até a boca, com um olhar irônico.

- Eu sei que você está acostumado a lidar com garotinhas, mas eu tenho idade para beber. - E deu uma golada.

- Sério? - Puxei o copo de sua mão. - Porque para mim você parece uma criança.

- Ei! Devolve o meu copo! Para de ser tão infantil!

- Ah, eu sou infantil?

Ela tentou puxar o copo, mas eu tirei a mão do seu alcance.

- Porra, Ian! - Lucy resmungou como uma criança mimada. - Me deixa beber, caralho!

- Odeio quando você xinga.

- Você não tem que gostar de porra nenhuma! - Lucy me empurrou, bufando.

- O que você ainda tá fazendo aqui? - Me virei para Brant. - Some da minha frente!

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